A população de Erechim, município gaúcho com pouco mais de cem mil habitantes, resiste à privatização da água desde o final do ano passado à possibilidade de que os serviços de água e esgoto na cidade sejam entregues à iniciativa privada.
A questão também tem sido contestada judicial e administrativamente e o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul suspendeu o edital de licitação para concessão dos serviços lançado pela Prefeitura em 2017.
Em Erechim, o serviço de água é executado pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) desde 2012, data em que o município contratou a empresa pública estadual. Anos antes, houve uma primeira tentativa de privatização, o que levou à criação do Fórum Popular em Defesa da Água.
“Estamos fazendo um amplo debate com a população, que terá prejuízos. Por exemplo, no caso de uma empresa privada ganhar, o município vai ter que indenizar todo patrimônio existente da Corsan na cidade, isso passa de R$ 200 milhões. O edital diz que quem paga é a empresa, mas na cláusula seguinte consta que quem assumir pode repassar esse valor para a tarifa das pessoas”, explica Fábio Adanzuck, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim, uma das entidades que integra o Fórum.
Assim, o sindicalista afirma que o edital de concessão fará com que a população “pague pelo que já é dela”: o patrimônio da companhia estadual. O que, aliado a outros fatores, pode encarecer a conta de água.
Fonte: Portal do Saneamento Básico
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