O anúncio do Produto Interno Bruto de 2016, feito pelo IBGE nessa terça-feira (7), revela que o Brasil vive a pior recessão da história. O PIB, que é a soma de bens e serviços produzidos pelo país num determinado período, caiu 3,6%. É um péssimo resultado, que fica ainda mais grave por vir em seguida à queda de 3,8% de 2015.
É a pior recessão desde 1948, segundo o IBGE, quando começou a série histórica. 2016 foi o segundo ano seguido de queda do PIB do país (3,6%), que tinha encolhido 3,8% em 2015.
É a primeira vez em quase 70 anos que a economia brasileira tem dois resultados negativos anuais.
O que chamou a atenção dos pesquisadores do IBGE é que este não é somente o pior momento da economia brasileira na história do pais, mas é que a crise se espalhou por todos os setores, nenhum escapou. Todos os números foram negativos: na agropecuária (-6,6%), na indústria (-3,8%) nos serviços (-2,7%), no consumo do governo (-0,6%), no consumo famílias (-4,2%) e nos investimentos (-10,2%).
“A gente tá tendo queda do PIB desde o segundo semestre de 2014. Então, desde o segundo semestre de 2014 até o final de 2016, a gente tem apresentado quedas sucessivas no PIB. Isso fez com que o patamar do PIB voltasse ao mesmo patamar que a gente tinha do final de 2010. Então, a gente voltou a mesma renda gerada no final de 2010. Realmente é como se esses últimos períodos tivessem anulado os crescimentos que a gente teve lá em 2011, 2012 e 2013”, explica Rebeca Paleis, coordenadoras de Contas Nacionais do IBGE.
A economista da FGV, Silvia Matos, compara a atual crise com o Brasil do fim dos anos 80 e início da década de 90. Agora, são 11 trimestres de recessão, empatando com o que vivemos entre o terceiro trimestre de 1989 e o primeiro trimestre de 1992.
Foram quase três anos de recessão e o consumidor sentiu no bolso. Os preços dos produtos foram nas alturas e corredores dos supermercados ficavam vazios. Nas indústrias, a produção foi reduzida e empresários trabalhavam no vermelho. A inflação estava em alta, os salários não tinham reajustes e o desemprego crescia.
“Apesar de hoje ser uma recessão num momento que a economia brasileira está muito melhor do ponto de vista macroeconômico, um estado de bem estar muito mais estruturado, quando a gente compara com os anos 80, eu diria que a queda nesse momento é uma queda muito maior, no sentido que você viveu um período de boom muito forte e agora é o estado que está falido, que vai ter que passar por reformas estruturais muito grandes e a gente não sabe ainda a capacidade de retomada do crescimento econômico”, afirma Silvia Matos.
Para os economistas, a retomada da economia agora em 2017 deve ser lenta. O governo, as empresas e as famílias estão endividados e a taxa de desemprego é muito alta. “Acho que daqui pra frente a gente ainda pode verificar uma piora em termos de PIB, em termos de emprego, mas acredito que ao longo desse ano a gente volte a crescer e, imagino eu, que no final do ano o emprego também volte a reagir”, analisa Mauro Rochlin, economista da PUC-RJ.
Agropecuária
Entre os novos dados do PIB, um raro número positivo chama a atenção. No último trimestre do ano passado, a agropecuária foi o único setor que cresceu.
Na oficina de máquinas agrícolas quase não tem movimento, porque já passou a fase em que o serviço de manutenção era o mais procurado. O produtor rural vinha com as contas apertadas. Tanto que no PIB de 2016 a queda foi brutal: menos 6,6%. Mas no finalzinho do ano, a coisa começou a mudar.
Os negócios mais recentes de uma empresa na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, são um exemplo do desempenho mais recente da agropecuária. O setor saiu do negativo e cresceu 1% no último trimestre do ano passado. O aumento ainda é tímido, mas é um sinal de recuperação e é muito melhor do que o desempenho da indústria e dos serviço, que fecharam o ano no negativo.
Nos três últimos meses do ano, a indústria recuou 0,7% e os serviços 0,8%. Para o agronegócio, o clima mudou, em vários sentidos. “Toda a indecisão de 2015 acabou impactado de maneira muito direta. A gente teve dólar alto, ausência de investimento, que foi feito pelo produtor no ano passado, associado a situação do clima. Quando você coloca baixo investimento associado a um problema climático, você tem um resultado negativo, que foi apresentado no PIB”, afirma José Carlos de Lima Junior, economista da USP.
Fonte: Jornal Hoje
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