A crise energética brasileira nos últimos dias tem colocado em evidência a necessidade de o País parar de depender do volume de chuvas durante o ano e cogitar alternativas viáveis para a produção de energia, se possível limpa, em substituição ou complementação às hidrelétricas. Uma das medidas mais viáveis para isso, conforme o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol de Goiás (Sifaeg) e do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha, é por meio da biomassa.
Segundo ele, o reaproveitamento do bagaço da cana e, em algumas situações, da palha dessas culturas, é capaz de gerar um tipo de energia limpa, renovável, estocável, possível de ser produzida em épocas secas e de baixo custo de distribuição, se considerar a proximidade com o centro produtor. “Com incentivos adequados, o setor sucroalcooleiro é capaz de ofertar, em dois ou três anos, uma Itaipu de energia elétrica para o País”, ressaltou André Rocha.
Como prova do potencial da energia produzida pelo setor sucroalcooleiro, André Rocha explica que o Estado de Goiás consegue gerar, sozinho, aproximadamente 3 mil MW. Sendo que 1 mil pode ser usado para a manutenção das próprias usinas, enquanto 2 mil MW ficam de excedente, para a venda ou utilização da própria Celg.
Conforme o presidente do Sifaeg, atualmente, cerca de 20% das unidades diretamente ligadas à cana de açúcar já produzem energia, mas não investem na venda desse produto porque o preço de mercado não está convidativo. “Para a produção, especialmente em larga escala, são necessários investimentos de milhões de reais. Com o preço da energia hoje, os produtores não conseguem nem cobrir esses custos’, explicou.
LEILÕES DE ENERGIA
Outro problema, segundo Rocha, é a forma como os leilões de energia estão acontecendo. Atualmente, explica, esses leilões são feitos com tipos de energia misturados.
Para que o setor tivesse chances de ingressar no segmento energético seria preciso leilões regionais de energia, mas com preço inferior a R$ 250 o megawatt (MW). “Esse é o valor para que possamos ter competitividade e possamos ofertar energia, não só para gerar caixa para as empresas mas para ajudar o País neste momento energético”, argumentou André Rocha.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, recebeu a reclamação das indústrias do setor sucroalcooleiro e se comprometeu ajudar o setor. Segundo ela, como o formato dos leilões não atende a categoria, vai propor ao governo um novo formato. “Nós formaremos um modelo de edital que pode ser compatível com o setor para apresentarmos aos outros colegas, ao Ministério de Minas e Energia e à Casa Civil”, explicou.
Porcentual de etanol na gasolina deve ir a 27,5%
A valorização do etanol no mercado de combustíveis é outro tema que o setor sucroalcooleiro vem debatendo nos últimos dias. A intenção é que as medidas tomadas pelo governo sejam positivas para o setor, a fim de que o biocombustível volte a ter destaque no mercado.
A expectativa, conforme o presidente da Sifaeg e do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha, é que a elevação da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina e o diesel ajude a melhorar a rentabilidade do setor.
A grande aposta, no entanto, é que o aumento no porcentual do etanol misturado à gasolina, de 25% para 27,5% , entre em vigor o quanto antes.
O assunto foi debatido na quarta-feira, com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, que explicou que tudo vai depender do resultado dos testes que estão sendo realizados, para verificar se a nova mistura no combustível pode trazer danos ou não à mecânica dos veículos.
Ontem, André Rocha participou de um encontro com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, quando foi anunciado que haverá uma reunião técnica no dia 28 deste mês e no dia 2 de fevereiro a decisão deve ser anunciada.
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)), Luiz Moan, não há definição do porcentual a ser adotado. Acrescentou que faltam estudos sobre durabilidade e desempenho dos veículos com quantidade maior de etanol.
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Defasagem reforça caixa da Petrobras em R$ 2,9 bi
Rio - Apesar dos impactos da queda do preço internacional de petróleo, que deve implicar em cortes de investimentos, a Petrobras tem o que comemorar com a manutenção dos altos preços de combustíveis no Brasil. Na primeira quinzena de janeiro, a defasagem média de gasolina foi de 68,9% em relação aos preços cobrados no Golfo do México. Para o diesel, a diferença foi de 53%. Com essa margem, a estatal deverá ter R$ 2,9 bilhões em receitas adicionais por mês, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE).
As estimativas foram elaboradas a partir da defasagem média verificada nos preços de combustíveis em dezembro, além da média de consumo mensal de combustíveis em 2014, e as importações. No último mês, a defasagem nos preços girava em torno de 40% para a gasolina e 30% para o diesel. Nesses parâmetros, a estimativa é que a companhia tenha receitas adicionais de R$ 1,9 bilhão por mês com a venda de diesel e mais R$ 1 bilhão com a venda de gasolina.
Com a ampliação da defasagem positiva em janeiro, como indicam os cálculos do Centro, os ganhos da estatal podem ser ainda maiores com o alto preço cobrado ao consumidor pelos combustíveis no País. A conta foi um fator determinante na decisão de repassar integralmente o reajuste de alíquotas de PIS/Cofins e da Cide para o consumidor. Na última segunda-feira, a estatal indicou que não assumirá os custos com os tributos reajustados. (AE)
Governo diz que pode haver racionamento
Brasília - Dois dias depois de afirmar que “Deus é brasileiro” e que não há risco de faltar energia, após apagão que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal na segunda (19), o ministro Eduardo Braga (Energia) admitiu a possibilidade de o governo adotar racionamento ou outras medidas para tentar reduzir o consumo.
Braga (Minas e Energia) disse que, se o volume de água dos reservatórios das hidrelétricas chegar ao chamado nível “prudencial”, de 10%, será necessário adotar algumas medidas. Segundo ele, esse limite vale tanto para que seja decretado racionamento quanto para que se inicie uma campanha de racionalização.
“Mantido o nível que temos hoje dos reservatórios, temos energia para abastecer o Brasil. É obvio que, se tivermos mais falta de água, passarmos do limite prudencial de 10% nos nossos reservatórios, aí estaremos diante de um cenário que nunca foi previsto em nenhuma modelagem.”
Segundo ele, o limite de 10% é o estabelecido como mínimo para funcionamento das usinas. “A partir daí teríamos problemas graves, mas estamos longe disso.”
RESERVATÓRIOS
De acordo com os dados mais recentes publicados pelo site do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios no Sudeste/Centro-Oeste, os mais importantes para geração hídrica no País, estão em 17,43%. O Nordeste está com 17,18%, e o Norte, com 35,2%. Só o Sul apresenta indicadores melhores, com 67,17%.
“É claro que, se tivermos de tomar uma medida prudencial, nós tomaremos. Se atingirmos 10%, é o limite prudencial”, disse o ministro.
Ele não explicou se as medidas serão tomadas caso os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, os mais importantes, atinjam esse patamar ou se a restrição viria se houvesse problemas também no Nordeste, por exemplo.
“Estamos também muito preocupados com a situação hidrológica. Amanhã (hoje) teremos uma reunião na Casa Civil com a Agência Nacional de Águas (ANA), o Ministério do Meio Ambiente, de Ciência e tecnologia e outros, porque o nível hidrológico chegou a níveis mínimos em várias regiões”.
PAGAMENTO
As distribuidoras de eletricidade vão ganhar um prazo maior para pagar suas despesas com compra de energia feitas no ano passado. A Aneel vai adiar novamente a data de pagamento desse gasto, que é de novembro. Essa fatura vencia em 13 de janeiro e foi postergada para o dia 30 deste mês. O vencimento vai mudar de novo, mas ainda não há nova data marcada. O motivo é que o governo ainda não conseguiu fechar o terceiro empréstimo para as distribuidoras.
Brasil importou energia de novo da Argentina
Rio - O Brasil voltou a importar energia da Argentina para fazer frente ao consumo intenso no País. Na quarta-feira (21), pelo segundo dia consecutivo, uma carga do país vizinho foi enviada por uma interligação no Rio Grande do Sul. Na última terça (20), um dia depois do apagão que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) autorizou a transferência de energia. Foi a primeira vez que o governo Dilma Rousseff usou um acordo firmado em 2006 com o país vizinho, projetado para funcionar em situações de emergência. As últimas importações ocorreram em novembro e dezembro de 2010.
Entre terça e quarta-feira, foram importados cerca de 2 mil MW de energia para suportar a escalada do consumo no horário de pico. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, classificou a importação como “rotineira”. É uma operação normal, que sequer é tratada como compra de energia, mas como compensação”.
A transferência de energia entre os dois países ocorre por meio de contrato firmado em 2006. Há acordos do mesmo tipo com o Uruguai e o Paraguai. A energia da Argentina entra por meio de uma interligação em Garruchos (RS).
Furnas apura causas de apagão no DF
Brasília - A estatal Furnas, controlada pela Eletrobras, informou que ainda apura as causas do curto-circuito que deixou 257 mil imóveis do Distrito Federal sem energia na manhã de ontem. O problema afetou as regiões de Ceilândia, Taguatinga, Guará, Estrutural, Lúcio Costa, Vicente Pires, que ficaram sem energia entre as 6h55 e 7h37.
Por meio de nota, a empresa declarou que houve um curto-circuito em um transformador de conexão com a subestação de energia Brasília Sul. Segundo a empresa, “os dispositivos de proteção atuaram corretamente e provocaram o desligamento automático deste transformador“.
“Imediatamente após a ocorrência, foi iniciado o processo de recomposição do sistema de transmissão, tendo sido completamente restabelecido às 07h37min. As causas estão sendo apuradas“, informou a estatal.
Fonte: O Popular
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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