Após problemas no abastecimento de água, moradores da Região Norte de Goiânia adaptaram hábitos. Com medo de novas falhas, a mudança na rotina de moradores e comerciantes foi inevitável. No Jardim Guanabara, por exemplo, é comum encontrar água armazenada em baldes, bacias e barris dentro das casas. Mesmo com a normalização do serviço, há dois dias, há quem ainda acorde na madrugada para lavar roupas ou limpar a casa, por exemplo.
A dona de casa Alair Moreira de Sousa coloca o relógio para despertar às 2 horas para cuidar dos afazeres domésticos. O hábito começou há um mês, quando ficou por quase cinco dias sem abastecimento. “A água só chegava ao final da noite ou início da madrugada e antes das 8 horas da manhã ia embora. Assim, a única maneira que encontrei de manter as coisas asseadas, foi levantar na madrugada para cuidar dos afazeres domésticos”.
Mesmo com a retomada do abastecimento, Alair diz que continua levantando às 2 horas para evitar a casa suja. “Chegamos a comprar água mineral para tomar banho. Não quero passar por isso novamente”. Dona de uma distribuidora de bebidas no Jardim Guanabara, Silvany Valverde diz que vende média de oito galões de 20 litros de água por dia, mas durante o período de escassez, chegou a vender 30. “Só não vendemos mais porque nem a distribuidora tinha para nos fornecer”.
O empresário André Rodrigues utiliza água em todo processo de revenda de laranja. “Recebo a fruta do produtor, que precisa ser lavada e selecionada, antes de ser embalada”. Com a falta, a laranja passou a ser repassada suja ao cliente. “Muita gente reclamou, e com razão. Tive prejuízos e cheguei a comprar água para fazer esse serviço”. Depois de calcular prejuízos, passou a realizar o trabalho de limpeza das frutas manualmente e economizando o máximo possível. “Mas a qualidade não é a mesma”.
Na casa da estudante Yara Borges, apesar do abastecimento ter sido normalizado desde a segunda-feira, ela também guarda barris com água. “Estamos tomamos todas as precauções possíveis. Chegamos a ficar no mesmo mês cinco dias sem água por duas vezes”. Ela destaca que a família sempre teve preocupação com a economia, mas o período de escassez aumentou a responsabilidade. “Reutilizamos a água que lavamos roupa para limpar o quintal, por exemplo”.
PREJUÍZOS
Os comerciantes Paulo Costa e Rosana Costa possuem um hortifruti e lamentam prejuízos pela falta de água. “Sentimos o reflexo nas vendas das folhas, por exemplo, que perderam nas prateleiras”, destaca Paulo. “Até paramos de comprar do fornecedor, já que as pessoas mal tinham água para beber e a folha é algo que precisa ser bem lavado antes de consumido”, acrescenta Rosana.
Funcionário de uma lanchonete, Guilherme Silva Aires diz que a proprietária do estabelecimento trocou os produtos de vidro pelos descartáveis. “Temos água em galões para o consumo e preparo de alguns alimentos, mas para economizar, não servimos mais o lanche em pratos e copos de vidro. Até os talheres são de plástico agora”. Ele lamenta o ponto negativo. “Antes terminávamos o dia com um saco grande de lixo, agora são dois”.
Agência reguladora está analisando reclamações
A Agência Goiana de Regulação (AGR) informou que está analisando as queixas de moradores de Goiânia para saber se houve falha técnica da empresa na prestação do serviço de abastecimento de água. A Gerência de Saneamento Básico da agência está acompanhando as queixas protocoladas tanto na Saneago quando na Ouvidoria da AGR. O intuito é analisar as causas da interrupção no fornecimento de água.
A Saneago, responsável pelo abastecimento de água em todos estado, informou por nota que não há problemas generalizados de desabastecimento em nenhum setor de Goiânia e que os sistemas operam normalmente. Segundo a empresa, durante os últimos meses, devido ao forte calor e à baixa umidade do ar, que elevaram o consumo de água em cerca de 35%, uma das regiões mais afetadas vinha sendo o Norte da cidade.
A empresa ressaltou na carta que uma obra foi executada em caráter emergencial no dia 19 de outubro e que foi feita a interligação de uma adutora para reforçar o abastecimento local. Até então, a região era abastecida unicamente pelo Sistema Meia Ponte. Com esta obra, passou, segundo a empresa, a contar com mais 200 litros de água por segundo, vindos do Sistema João Leite.
A empresa acredita que a diminuição da temperatura e a ocorrência das primeiras chuvas já ajudaram a regularizar os níveis dos reservatórios, que desde sexta-feira (24) atingiram a capacidade máxima. Caso haja problemas, os moradores podem acionar a empresa por meio da Central de Atendimento 115. Além disso, a empresa pede que os consumidores utilizem a água de forma consciente e evitem desperdícios durante o período de estiagem.
Fonte: O Popular
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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