O leilão de energia imediata realizado nesta quarta-feira (30) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) terminou com a contratação de 2.046 megawatts médios, em transações que somaram R$ 27,28 bilhões, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O preço médio pago pelas distribuidoras por megawatt ficou em R$ 268,33.

O leilão foi organizado para que as distribuidoras possam contratar energia para fornecimento imediato. O objetivo do governo é que essa energia substitua aquela que hoje essas empresas precisam comprar no mercado à vista, onde o preço chegou ao patamar mais alto da história devido à queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas.

O volume de energia contratada no leilão ficou acima do esperado pelo governo. Na véspera, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que a contratação de até 1.600 megawatts médios já representaria um sucesso, uma vez que já reduziria praticamente à metade a atual descontratação.

De acordo com a Aneel, no entanto, atualmente as distribuidoras de energia compram cerca de 3,3 mil MW no mercado à vista, ao preço de até R$ 822,83 por MWh. Essa é, portanto, a quantidade de energia que a população está consumindo, mas que as distribuidoras não têm sob contrato.

Com isso, apesar de ter superado a previsão do Zimmermann, o fato de não terem conseguido contratar todos 3,3 mil megawatts médios pode elevar o valor do empréstimo para pagar o gasto extra das distribuidoras, hoje estimado em R$ 11,2 bilhões para o ano de 2014.

Plano de socorro
Em meados de março, o governo anunciou um plano para socorrer as distribuidoras, que alegam não ter dinheiro para fazer frente ao aumento de custos provocado pela estiagem. O leilão e um empréstimo bancário bilionário fazem parte dele do plano.

Esse empréstimo, atualmente estimado em R$ 11,2 bilhões, vai ser repassado às contas de luz de todos os brasileiros a partir de 2015. Na semana passada, a CCEE afirmou que o resultado do leilão seria determinante para avaliar se a necessidade de aumentar o valor do empréstimo bancário que, como decidiu o governo, vai ser usado para pagar o gasto extra dessas empresas no mercado à vista em 2014.

Preços
Os preços aprovados para o leilão pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foram de R$ 262 por MWh para a energia térmica e de R$ 271 por MWh para outras fontes, como hidrelétricas.

Para os chamados contratos por disponibilidade, o preço médio foi de R$ 262,00/MWh, e no contrato por quantidade, foi de R$ 270,81.

A energia adquirida terá que começar a ser entregue a partir desta quinta (1º).

Contratos de longo prazo
Para atrair ao leilão as usinas que têm essa sobra de energia, o governo ofereceu contratos de longo prazo, de 5 anos e sete meses. O argumento do governo é que o preço da energia no mercado à vista deve cair no futuro e, portanto, as geradoras não devem lucrar com os valores altos por muito tempo. Além disso, ao colocar essa energia no leilão, essas empresas garantem uma remuneração fixa por um longo período.

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, e o diretor-geral da Aneel, Romeu Donizete Rufino, irão comentar os resultados do leilão ainda na manhã desta quarta, em São Paulo.

Fonte: G1