O governo decidiu que irá repassar para o consumidor, ao longo de cinco anos, uma conta do setor elétrico de R$ 1,2 bilhão. O valor corresponde à ajuda dada às distribuidoras na última sexta-feira. A decisão de socorrer as distribuidoras foi publicada em um decreto, que não esclarecia qual seria a fonte do recurso, tampouco a forma de pagamento. O dinheiro servirá para que essas empresas paguem as despesas que tiveram em janeiro com a compra de energia, mais cara devido ao uso de usinas termelétricas.

As térmicas, como são chamadas no setor, são usinas mais poluentes e, em geral, usadas para complementar a geração das hidrelétricas. Como o País vem enfrentando períodos de seca mais severos desde 2012, elas estão sendo usadas em larga escala, pressionando os custos.

Normalmente, as distribuidoras arcavam com a despesa das térmicas e repassavam o custo para o consumidor no ano seguinte, no período de revisão tarifária. Com o incremento do uso das térmicas, no ano passado o governo decidiu diluir o repasse desse custo ao consumidor ao longo dos cinco anos seguintes.

Ontem, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, afirmou que a mesma fórmula será adotada com os custos adicionais neste ano. Segundo ele, “o novo decreto alterou algumas cláusulas, mas mantém as mesmas características do ano passado”, quando esse tipo de ajuda também foi dada às distribuidoras de energia.

Em 2013, as distribuidoras receberam do governo quase R$ 10 bilhões para cobrir custos com a compra de energia. Os repasses desses valores para as tarifas deveriam ter começado neste ano, mas foram segurados pelo governo para conter preços e inflação.

Com um ano a menos para ser aplicado, o repasse referente à conta de 2013 terá de ocorrer dentro de um prazo menor, de 2015 a 2018. Ao mesmo tempo, a conta de janeiro deste ano poderá ser repartida com o consumidor entre 2015 e 2019.

Fonte: O Popular