Em entrevista ao canal GloboNews, o Secretário-Executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann afirmou que o sistema de energia elétrica no Brasil está “planejado e projetado” para responder à situações de estresse mais graves” do que a ocorrida nesta terça-feira (04).
Será que ele falava mesmo do Brasil? Com os apagões, as falhas, a falta de investimento, o custo e a precariedade financeira das empresas do setor, podemos ter tudo, menos um sistema preparado e planejado!
Ainda falta investigar a fundo os detalhes sobre a falha numa linha de transmissão no Tocantins. Mas já se sabe o detalhe mais importante: ela foi capaz de causar um apagão em 11 estados do país, deixando mais de 3,5 milhões de consumidores sem luz. Um curto-circuito teria gerado todo o problema, diz o Operador Nacional do Sistema (ONS).
Ora, um sistema “planejado” e preparado deixa um curto-circuito apagar a luz em 11 estados?
Vasculhando o emaranhados de fios e ligações que distribuem energia para todos os cantos (ou quase todos) do país, o que encontramos é um buraco no caixa das empresas e uma conta bem salgada para o governo pagar para manter o sistema funcionando, mesmo que seja assim com o “projeto e planejamento” que conhecemos na prática.
A falta de chuvas dos últimos anos, especialmente nos últimos meses, provocou um aumento no consumo da energia fornecida pelas termoelétricas, mais suja e mais cara do que a gerada pelas hidrelétricas. Em 2013, o Tesouro Nacional pagou quase R$ 10 bilhões para compensar esse gasto extra. Para 2014, o setor estima que essa conta chegue quase ao dobro do que pagamos no ano passado.
O consumidor é coparticipante na administração do sistema “planejado e projetado” do Brasil. Primeiro, involuntariamente, porque fica sem luz. Segundo, porque divide a conta dos extras com o governo, obrigatoriamente.
O reajuste programado para energia elétrica para este ano começa a pagar a diferença dos custos do ano passado. Mas como não dá para mandar tudo na primeira fatura – que seria de uma alta de 9,5% nas tarifas – o governo deve subir apenas 1,5%. Essa medida faria estourar a inflação, que já anda fora da linha sem o curto-circuito da eletricidade. Esse ajuste de 1,5% pagará só a diferença pelo uso das termoelétricas, tá? Além dela, ainda vem o reajuste anual contratual entre o estado e as companhias.
Um dos pilares da campanha política permanente da presidente Dilma Rousseff foi a redução das tarifas de luz para residências, comercio e indústria, aplicada em 2013. Para bancar uma queda maior nas contas, o governo precisou pagar parte dessa decisão já que as empresas do setor não conseguiriam bancar a medida sozinhas.
O que vai ficando mais escuro, além das cidades, indústrias, casas e todas as vítimas do sistema “planejado e preparado” do Brasil, é o caixa do governo federal. Este também anda sem planos e sem preparo para dar conta de manter a economia funcionando, mesmo que seja à luz de velas.
Fonte: G1
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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