A última linha da conta de resultados da Saneamento de Goiás S/A (Saneago) apontou, no primeiro semestre deste ano, um lucro líquido de R$ 7,516 milhões, muito distante do ganho de R$ 24,443 milhões acumulado nos seis primeiros meses do ano passado. Na comparação entre os dois períodos, o resultado murchou 69,3%, num tombo de R$ 16,927 milhões de acordo com as demonstrações financeiras divulgadas pela concessionária. Arrastados em grande medida pelo ciclo de investimentos contratados e realizados pela estatal mais recentemente, o avanço mais intenso dos custos dos serviços prestados e as pressões geradas pelo aumento das despesas financeiras, aliadas a uma dosagem a mais na conta de depreciação e amortização, explicam a retração do lucro no semestre.
A força desses fatores, no entanto, parece ter sido mais expressiva no primeiro trimestre de 2013, quando o resultado havia despencado nada menos do que 93% em relação aos mesmos três meses de 2012, saindo de R$ 21,797 milhões para R$ 1,517 milhões. No segundo trimestre, as tendências se inverteram e o lucro líquido da Saneago chegou a mais do que dobrar frente a igual intervalo do ano passado, passando de R$ 2,646 milhões para R$ 5,999 milhões – um salto de 126,7%. A melhora no resultado parece ter sido impulsionada, segundo sugerem os dados da demonstração financeira trimestral, por uma redução de 3,3% nas despesas administrativas, que recuaram de R$ 71,383 milhões para R$ 69,065 milhões, com as receitas da venda de bens e serviços avançando 13,5% no trimestre, sempre em relação aos mesmos três meses do ano passado, evoluindo de R$ 324,967 milhões para R$ 368,701 milhões.
Mais investimentos
Com 30% de recursos do seu próprio caixa e 42,4% contratados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os investimentos da Saneago no primeiro semestre cresceram 22,4% em relação a idêntico intervalo de 2012, somando R$ 192,903 milhões. Desse total, perto de 40,1% foram destinados à expansão e melhoria dos sistemas de abastecimento de água e praticamente 56% para a rede de esgotos.
Margens mais curtas
No acumulado do primeiro semestre, o faturamento líquido avançou 9,6% e chegou a R$ 582,458 milhões (R$ 531,384 milhões na primeira metade de 2012), mas o custo dos serviços experimentou alta de 15,8%, para R$ 241,561 milhões. Com custos crescentes de construção, o crescimento do resultado bruto, que atingiu R$ 340,897 milhões, ficou limitado a apenas 5,64%. O resultado antes de amortizações e depreciações, despesas financeiras e impostos (Ebitda, na sigla em inglês) chegou a R$ 168,270 milhões, numa variação de 4,14%, representando 28,9% sobre a receita líquida, margem inferior aos 30,4% registrados na primeira metade de 2012.
Fonte: O Hoje / Foco Econômico
