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“Sem aportes, Celg fica inviável”

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30/10/2013

Presidente da Celg, Leonardo Lins de Albuquerque diz que a empresa ficará “inadministrável” se não houver o fechamento do acordo para transferência das ações à Eletrobras ainda este ano. Prestes a fechar o balanço do 3º trimestre de 2013, ele anuncia que a empresa voltou a ter lucro. Também informa que a Celg duplicou investimentos e quadruplicou gastos com manutenção. Mas as dificuldades ainda são grandes, diz.

A Celg está enfrentando dificuldades em garantir a manutenção do sistema?

Pode-se falar da precariedade do sistema, que é crítico, mas em falta de manutenção, não. É claro que o sistema sofre mais estresse no período chuvoso, há demanda maior e não há equipe que consiga atender 100% rapidamente. Há priorização. Mas de janeiro a setembro deste ano gastamos R$ 124 milhões com manutenção. De janeiro a dezembro de 2012, foram R$ 35,5 milhões. Devemos chegar ao fim do ano com R$ 150 milhões. Ou seja, quatro vezes mais. Manutenção está sendo feita e bastante.

Por que os problemas continuam?

O sistema da Celg tem um passivo grande de deterioração e precisa ser recuperado. Isso significa novos investimentos. Manutenção está sendo feita e muita. Agora isso não elimina desligamentos. O que temos certeza é de que se não estivéssemos fazendo esse grande esforço, a situação, que não está boa, estaria muito pior. A partir de 2010, o sistema começou a cobrar o período longo da falta de investimentos nos anos anteriores. O número de ocorrências foi crescendo. Estamos começando a ter um pouco menos.

Mas ainda há registros de uma leve piora no primeiro semestre.

O acumulado do final do ano de 2013 no número de ocorrências deve ser da ordem de grandeza de 2012. É bom? Não. Mas pelo menos conseguimos eliminar o crescimento. O DEC, que é são as horas de duração de desligamento, estamos com uma meta de 30. Talvez não consigamos. Mas será próximo do de 2012, talvez um pouco acima. Abaixo de 35 vamos conseguir, salvo se houver eventos como tempestades intensas em dias seguidos.

Quando industriais fazem alertas para o risco de apagões este ano, de piora no serviço, então o sr. acha exagero? Não será pior que o ano passado?

Vamos dividir as coisas. Primeiro essa palavra apagão pegou na mídia. Acho que só há apagão quando dá um blecaute desses como no Nordeste. Aqui são apaguinhos, vamos dizer assim. Uma coisa são esses desligamentos. É claro que para a indústria é muito ruim. Nesse ponto, será semelhante ao ano passado. Outro ponto que preocupa os empresários e industriais, e eles têm razão, é não ter condições de permitir que consumidor novo entre. É o problema da dificuldade de ampliação, da sobrecarga no sistema.

Quanto houve de investimentos este ano?

Estamos perto de alcançar R$ 140 milhões, com recursos próprios. De 2009 a 2012 teríamos de investir pelo menos R$ 150 milhões por ano. E houve um buraco de R$ 360 milhões, referentes ao que não foi investido devido à situação financeira da empresa. Esse não investimento é o que o sistema está cobrando. Seria para linhas novas e substituição ou recuperação de linhas antigas. Isso permitiria ligar novos consumidores.

Essa demanda tem sido grande?

Sim. Temos regiões em que consumidores pedem e não podemos ligar porque o sistema não aguenta mais. A situação na região do Entorno de Brasília – Luziânia, Cristalina – é muito crítica. No entorno de Goiânia também havia problemas que aos poucos estamos resolvendo. O mercado em Goiás cresce em taxas muito grandes. É difícil atender. No ano passado se inverteu a tendência de queda (nos investimentos), já subiu para R$ 60 milhões. Foi pouco, mas foi o possível. Temos a meta de chegar a R$ 180 milhões ou R$ 200 milhões em 2013.

Mas a meta não era de R$ 250 milhões?

Sim, no início do ano esperávamos isso. Mas tivemos problemas de licitação, atrasos, essas coisas do mundo real. Agora, se você observar verá que chegamos na mesma ordem de grandeza de 2008 (investimentos de quase R$ 140 milhões).

Mas quanto é considerado necessário hoje?

Da ordem de R$ 200 milhões por ano, partindo da premissa que o buraco de R$ 360 milhões seja coberto. Com o nível de mercado crescendo de 6,5% a 7%, a Celg precisa no mínimo de investimentos de R$ 200 milhões por ano. Apresentamos à Aneel em agosto um plano de ação que mostra que, para o sistema da Celg ficar nos patamares de qualidade necessários, considerando as metas da Aneel, precisaríamos investir, até o final de 2015, R$ 840 milhões. É para recuperar o atraso e dar condições de atender o mercado.

Para isso, é necessário que o acordo entre o governo goiano e a Eletrobras seja logo fechado.

Eu entendo que esse acordo vai ser fechado. Não tenho dúvidas. Não há como não ter. Porque a Celg precisa desses investimentos. Com recursos próprios, não consegue.

Inclusive o sr. dizia em março que esperava um financiamento de R$ 195 milhões para obras emergenciais. Não saiu.

Exatamente. Não conseguimos viabilizar. A Caixa considerou que a empresa não tem rating (nota de risco). Por conta da indefinição da concessão e da dívida da empresa. Se você olha o balanço da Celg, ela começa a dar lucro contábil, mas a dívida ainda é muito grande. O patrimônio líquido é negativo, de R$ 1 bilhão. Então dentro dessa ideia de fechar o acordo, vai ser captado um empréstimo por parte da CelgPar para zerar o patrimônio líquido. Esse dinheiro será para pagamento de dívidas e, uma vez federalizada, haverá empréstimo estruturador que vai pagar dívidas. O dinheiro entra para rolar a dívida. A repactuação das dívidas, quando se fechou a operação, ficou com prazo curto porque não havia informações sobre a prorrogação da concessão. Nós e a Eletrobras queríamos dez anos, mas a Aneel não tinha suporte legal para aceitar.

Se não sair o acordo este ano, qual vai ser o impacto nessa necessidade de aportes e investimentos?

Não é uma questão de ser otimista só, não. Acho que tem de sair. Tem de haver o fechamento do acordo este ano. Primeiro que estamos com todos esses investimentos em curso e não há condições de dar continuidade só com recurso de caixa. Precisa de financiamento. Por outro lado, o serviço da dívida em 2014 será muito pesado. Porque, além do pagamento dos encargos, teremos o início do pagamento das amortizações a partir do mês de junho. Teremos cerca de R$ 1,1 bilhão de serviço da dívida. Então o fluxo de caixa da empresa fica inadministrável se não houver os tais aportes.

O sr. teve uma certa participação nessas conversas para se tentar chegar a um acordo. O que acha?

Meu foco aqui é na administração da Celg. Não participei das discussões do protocolo lá em 2011 e, na discussão do acordo, estou aqui dentro. Tenho buscado ajudar as duas partes dando informações, dando a minha visão e principalmente mostrando que o tempo urge e que é preciso fechar as coisas. Achamos que tem de ser rápida a decisão. A questão principal é essa dúvida se tem concessão ou não. Para nós, essa resposta tem de vir em 7 de janeiro, porque foi estabelecido o prazo de 18 meses antes para que haja uma manifestação. Veja, se aqui fosse uma empresa privada, não iriam investir nada. Como vai investir se não sabe da concessão? E nós estamos investindo – acreditando que os aportes vão chegar.

Quanto seria esse aporte da CelgPar?

Seria o valor necessário para fazer com que o PL a mercado fique zerado. Porque a Eletrobras não pode comprar uma empresa, mesmo que seja por 1 real, se estiver negativo. O PL hoje contábil está R$ 1 bilhão. Então se fosse hoje teria de entrar isso. Mas se entrar R$ 2 bilhões, que é o que a CelgPar está buscando, fica positivo. Isso será usado para liquidar dívidas.

Há essa informação de que o Márcio Zimmermann (secretário executivo do MME) teria falado que não há pressa em definir a questão da concessão da Celg.

Acho que houve mal-entendido. Aparentemente ele falou de forma geral sobre as concessões, que vencem em 2015, disse que não havia pressa. Talvez tenha havido confusão. Ele conhece bem o problema da Celg. Eu não acreditei que ele tivesse falado especificamente sobre a Celg.

A Celg começa a dar lucro de quanto?

O lucro do final do ano ainda depende de alguns ajustes que estamos tentando fazer. Mas posso dizer que já vamos dar lucro este ano. É pequeno, mas é. Não dou o número porque estamos fechando. É uma reversão que está começando.

Fonte: O Popular

 

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