Sonhar em ser super-herói e sair cheio de poderes para salvar o mundo das mazelas e bandidagens é um dos primeiros desejos de uma criança. O tempo passa, as informações vão chegando e o sonho de criança inocente vai sendo traduzido. Percebe-se que o poder de super-herói está de forma metafórica embutida nas ações. Daí você escolhe: Ser super-herói ou o vilão da história.
Em outra fase, espelhado em pessoas de nosso convívio ou pelo grau de importância da profissão frente à sociedade, sonhamos em ser médico, professor, policial, jogador de futebol, atleta, cantor, piloto, ator e funcionário público.
Observa-se que todos esses desejos estão relacionados em algo importante do nosso dia a dia. O cuidado e o poder de cura de nosso médico; a forma de domínio e ensinamento de nossos professores; a segurança expressada pelo policial; habilidade e fama de nossos jogadores, atletas, pilotos e atores; segurança e estabilidade do emprego público. São sonhos e influências que carregamos para construção de nossas vidas.
Passei por todas essas fases, mas a que influenciou minha vida profissional foi a de ser funcionário público.
Sou filho de professora primária da rede pública, de mecânico do extinto DERGO (órgão sucateado por interesses e negligências políticas), afilhado, sobrinho e primo de empregados da SANEAGO.
Com essas referências, enxergava no emprego público uma possibilidade positiva de prestação de serviços à sociedade e a estabilidade desejada para meu futuro.
Com meus 15 anos de idade, na busca do primeiro emprego, consegui uma vaga em um Escritório Despachante onde trabalhei por 6 meses auxiliando nos processos de emplacamento de veículos junto ao DETRAN. Presenciei nesse pequeno período de trabalho muitas falhas e irregularidades junto ao órgão de trânsito. Confesso que comecei a ficar decepcionado com o serviço público.
Em 1979, com 16 anos de idade consegui ser aprovado em uma seleção externa para trabalhar na SANEAGO. Essa aprovação foi motivo de festa e orgulho para meus pais. Trabalhar em uma das melhores empresas do estado era o sonho de muitas pessoas.
Ao receber meu primeiro contracheque fiz questão de ir ao meu primeiro emprego e mostrar para todos que agora eu fazia parte da família SANEAGO e que meu salário como contínuo era o triplo do salário recebido naquele escritório, e que meus gerentes e colegas de trabalho eram dignos de respeito.
Fiz questão de mostrar que a imagem de funcionário público não podia ser maculada por ações isoladas, pois na minha empresa os profissionais eram comprometidos com o trabalho.
Minha primeira lotação na SANEAGO foi à Gerência de Pessoal e por lá fiquei muitos anos. Tudo que sei, agradeço aos gerentes e colegas que por lá passou.
Tive a oportunidade de crescer funcionalmente na empresa, passando por diversas unidades e assumindo postos gerenciais importantes.
Através da SANEAGO pude construir e reconstruir minha vida. Tenho muito amor por essa empresa fico furioso e entristecido quando desmandos acontecem.
Ao longo de minha jornada profissional tive a tristeza de ver o desmonte de muitas estatais: DERGO, CRISA, CAIXEGO, METAGO, TELEGOIAS, BEG e outras que não lembro mais as siglas. Nunca passou pela minha cabeça que esse risco se aproximaria da SANEAGO. E para minha tristeza esse risco está na nossa porta, e o pior com a ajuda de muitos de seus empregados, envaidecidos e subservientes.
Essa tristeza e decepção servem de motivação para suplicar aos nossos colegas, despidos de vaidades, que ainda amam e são comprometidos com a causa SANEAGO, para que se juntem e mobilizem em prol de nossa sobrevivência enquanto empresa.
Lembre-se de nossos sonhos de crianças, vamos ser os Super-heróis da história, e com ações voltadas para o bem, conseguir libertar e blindar a empresa de todo mal que lhe rodeia.
A SANEAGO pede socorro, vamos salvá-la!
