As negociações salariais das empresas do grupo Eletrobras estão preocupando um dos membros do conselho de administração representante dos acionistas minoritários, que não vê espaço para reajustes no momento em que a companhia sofre os efeitos, em seu caixa, da renovação antecipada das concessões de hidrelétricas e linhas de transmissão já amortizadas, resultado das MPs 575 e 579. "As doses foram excessivamente altas e poderão até matar o doente", afirma Marcelo Gasparino, representante dos detentores de ações ordinárias no conselho em um documento enviado ao Valor.
Ele é contrário ao aumento real do salário dos trabalhadores da estatal que está sendo negociado e demonstrou isso em carta dirigida ao presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, e membros da diretoria e o presidente do conselho e secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Zimmermann. No documento, ele diz que não vê possibilidade de os funcionários receberem aumento real, quando a Eletrobras perdeu receitas depois de se tornar apenas operadora das usinas mais antigas.
"Todos vocês conhecem dos negócios geração, transmissão e distribuição muito melhor do que eu. Portanto é fácil para todos enxergar que o que não conseguirmos conquistar de ganho real em tarifa não poderemos reconhecer em ganho real para colaboradores, fornecedores, etc. A Eletrobras não exerce mais uma atividade financeira, ela tampouco fabrica dinheiro", escreveu Gasparino.
Os funcionários da estatal tinham suspendido uma greve após sugestão do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) no Rio de Janeiro, Carlos Alberto Reis, de oferecer reajuste de 1% sobre a inflação, retroativo a maio. Segundo a proposta, mais 1% e 0,5% seriam aplicados, respectivamente em janeiro e setembro de 2014, cumulativos, garantindo correção pela inflação medida pelo IPCA. A Eletrobras fez uma contraproposta, sugerindo aumento de 1% em janeiro de 2014 e mais 1% em janeiro de 2015 mas os funcionários não aceitaram e decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. Jorge Luiz Vieira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro (Sintergia-RJ), que reúne funcionários da Eletrobras, Furnas, Eletronuclear e Cepel, espera adesão próxima a 90%, descontados os percentuais mínimos exigidos pelo TST para manutenção da força de trabalho. Na sexta-feira, a Eletrobras comunicou que todas as operações, incluindo a das subsidiárias, funcionam regularmente. A empresa disse que não comentará as negociações sobre o dissídio coletivo.
Gasparino não vê espaço para aumento real, considerando que a queda de arrecadação da companhia. "Por força de medida desmedida do Governo Federal de setembro do ano passado, as geradoras e transmissoras tiveram a oportunidade de renovar suas concessões mediante a renúncia de receitas futuras e, para a Eletrobras, isso significou, de um mês para o outro, a redução de 25% das suas receitas, de aproximadamente R$ 30 bilhões, para R$ 23 bilhões anuais, que para os seus históricos resultados, implicou em operar com prejuízo de um mês para o outro. ", disse o conselheiro ao Valor.
Fonte: Valor Econômico
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