A Celg D, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica em Goiás está sob avaliação severa do governo federal e está comprometendo o crescimento empresarial e econômico do Estado. Por falta de energia disponível nas redes de distribuição Goiás está com cerca de 170 empresas na fila para se instalarem em Goiás, cujos investimentos chegam a R$ 500 milhões e gerariam cerca de 5 mil empregos diretos.
A principal reclamação é pela impossibilidade dessas empresas terem energia somente em baixa tensão durante a fase de obras de construção. Consumo pouco maior que algumas casas. Quando é para entrar em pleno funcionamento a Celg não tem redes de distribuição capazes de fazer a eletricidade chegar aos parques industriais para movimentar a máquina de desenvolvimento de Goiás.
Para Ridoval Chiarelotto, presidente da Goiasindustrial, a dificuldade de fornecimento de energia está comprometendo o crescimento econômico de Goiás. “Em distritos industriais de fundamental importância como Itumbiara, Aparecida de Goiânia, Anápolis e Catalão a demanda reprimida compromete a implantação de empresas, reduz a geração de emprego e renda e diminui a produção de divisas para Goiás. É profundamente lamentável”, frisa.
Os números impressionam, principalmente pelo volume de recursos que as empresas deixam de investir. Os R$ 500 milhões que deixam de ser aplicados representam mais do que a Celg seria necessário para suprir ao menos em parte a demanda reprimida.
Desde que foi montada uma direção compartilhada com diretores indicados pela Eletrobras, a começar do presidente, e outros indicados pelo governo do Estado a Celg teve apenas R$ 400 milhões tomados emprestados no mercado financeiro a título de “curto prazo”, dando como garantia as contas de luz dos goianos.
As redes de distribuição não conseguem fazer a energia chegar aos consumidores e por estarem em operação há décadas já ultrapassaram sua capacidade de transmissão. E isto não é privilégio somente de parques industriais.
Geradores
e poluição
Nas cidades já se tornou comum ver conjuntos geradores instalados ao lado de empresas que necessitam de energia elétrica e não são atendidos pela Celg. Em Goianira, cidade da Região Metropolitana de Goiânia, uma agência do Banco do Brasil recém-construída só pôde ser inaugurada depois que os executivos do banco se viraram e colocaram um ‘monstrengo’ do lado de fora da agência para gerar a eletricidade necessária.
Em Goiânia são inúmeras as aberrações de poluição instalada para gerar energia que a Celg não consegue fornecer. No Setor Bueno uma academia de ginástica instalada logo atrás de um grande shopping também só conseguiu entrar em funcionamento com um conjunto gerador movido a óleo diesel colocado nos fundos.
“Os inconvenientes são muitos, a começar do custo excessivo com o diesel, passando pela poluição sonora e da fumaça do óleo que queima até a dificuldade de manutenção do grupo gerador”, lamenta um empresário que também precisa se valer de geradores externos.
Em Caldas Novas os apagões já se tornaram constantes e a cidade não comporta mais empreendimentos novos que não tenham alternativa de geração de energia. O maior polo turístico de Goiás teve de aprender um novíssimo conceito chamado “eficiência energética” ou simplesmente iria parar de funcionar. Com o agravante de ter abrigar uma importante Usina Hidro Elétrica – Corumbá I.
Os custos adicionais com esse esquema de geração alternativa são integralmente repassados para os produtos e serviços onde é utilizada a produção autônoma de energia elétrica. “As indústrias que se valem de grupos geradores ficam empatadas. Precisam repassar esse custo para o preço faturado ou perdem competitividade e correm o risco de não cobrir os investimentos”, ressalta Ridoval Chiarelotto.
Ladeira abaixo
Os investimentos da Celg em expansão de linhas de transmissão de alta e média tensão não chegam nem perto do que foi planejado pela diretoria e necessário para atender minimamente o que Goiás necessita. Somente no ano de 2013, até o mês de maio, a Celg investiu somente 34,2% do que havia sido previsto. O montante planejado era de R$ 42,9 milhões e a Eletrobras com o governo de Goiás destinaram apenas R$ 14,7 milhões. No mês de maio era previsto um aporte de R$ 23,2 milhões e foi investido a bagatela de R$ 1,5 milhão. Uma miséria diante do quadro de desespero que assola quem depende da energia para crescer ou simplesmente se manter.
O quadro é mais desesperador quando os documentos oficiais mostram que para expansão e melhoria de redes urbanas o previsto para esse ano era um aporte de R$ 8,3 milhões nos meses de abril e maio. Entretanto, o que realmente foi investido mal chega a R$ 100 mil.
Quando o período chuvoso chegar e chaves de segurança, sistema de proteção contra raios e outras medidas que necessitam de manutenção permanente para garantir a eficiência do sistema e continuidade do fornecimento de energia elétrica não conseguirem dar conta do recado a população mais uma vez perguntará por qual razão não pode chover que a energia acaba. A resposta estará na falta de investimentos e manutenção.
A reportagem tentou ouvir diretores e assessores da Celg. Foi informado que durante todo o dia de ontem eles estavam em reunião de diretoria. Até o fechamento da edição não houve retorno.
Fonte: Diário da Manhã
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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