Os erros do concurso da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) não se restringem à aplicação da prova e à impressão dos gabaritos. Os cadernos de questões para os cargos de nível superior apresentam uma série de falhas, com exercícios que trazem a resposta no enunciado e até triângulo sem solução, impossível de ser decifrado na parte de Matemática. Além disso, o primeiro edital do conteúdo programático, divulgado no dia 26 de abril, cobra, especialmente das profissões ligadas à área de exatas, diversas resoluções e leis que já foram revogadas ou que estão desatualizadas. As retificações foram feitas, mas graças ao alerta dos próprios candidatos.
Na primeira parte da prova, o Instituto Brasileiro de Educação e Gestão (Ibeg), responsável pela elaboração e aplicação do concurso, traz um texto intitulado Desperdício de Água. O texto serviu de referência para as oito questões que compõem a prova de Português. Na primeira pergunta, o candidato deveria responder qual era o gênero textual, se carta do leitor, notícia, conto, entrevista ou editorial. O concurseiro atento, de leitura e percepção rápida, deve ter observado que a resposta para o questionamento estava logo abaixo do texto, na citação da fonte do mesmo. O Ibeg colocou o link do site de onde o conteúdo foi retirado e, nele, consta a palavra editorial (veja quadro).
As provas de nível superior foram as únicas que ficaram de fora da decisão de suspensão do concurso, quando a Saneago acatou a recomendação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) na terça-feira. Como o gabarito das provas não foi atingido pelo erro de impressão que ocorreu com os cadernos de nível fundamental e médio, tanto MP-GO como Saneago entenderam que não seria necessária a anulação. No entanto, diversos candidatos para cargos de nível superior discordaram da decisão parcial, avaliando que todo o certame deveria ser suspenso e começaram a se expressar nas redes sociais.
O engenheiro eletricista Thiago de Lima Muniz, de 27 anos, notou os primeiros erros já no edital. Assim que ele viu o conteúdo exigido, percebeu que a legislação cobrada estava desatualizada. As resoluções 505, 024 e 456 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apareciam no edital, mas foram revogadas nos anos de 2009 e 2010 e, em seguida, atualizadas para as resoluções 395 e 414 do mesmo órgão. Thiago conta que enviou e-mails à Saneago e ao Ibeg avisando do erro. O edital sofreu retificações seguidas, uma no dia 2 e outra no dia 13 de maio.
Na prova de Matemática, o exercício número 13 chamou a atenção de Thiago. A questão trazia um triângulo, informava alguns ângulos, as dimensões de dois lados e pedia o tamanho do terceiro. Para ele, a figura não apresenta solução. O POPULAR resolveu certificar e levou a prova para análise do coordenador do Tese Concursos, o matemático e também engenheiro Pedro Menzel Galvão. Há 32 anos dando aulas em cursinhos, o professor, ao analisar o exercício, pensou que seria possível resolvê-lo, mas percebeu que Thiago estava certo. “Esse triângulo não existe para a Matemática. As dimensões e os ângulos estão errados”, afirmou.
Menzel Galvão disse que não é comum bancas de concurso errarem na cobrança de conteúdo, especialmente ao citar leis e resoluções específicas de cada profissão. Na visão dele, a falha cometida no caso da Saneago demonstra certo descuido, mas serve de lição para o poder público avaliar bem na hora de decidir pela contratação da banca responsável. Até o momento, o Ibeg não publicou nenhuma retificação no site relacionada a erros de exercício. A última publicação foi do gabarito na segunda-feira. O POPULAR tentou falar com algum representante do instituto, até mandou e-mail pelo site, mas não foi respondido até o fechamento da edição.
Fonte: O Popular / Galtiery Rodrigues
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