Presidente da comissão de trabalho responsável pelo concurso da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago), o gerente de recursos humanos da estatal, José das Dores Freitas, reconheceu ontem a gravidade das denúncias feitas pelos candidatos durante a realização das provas no último domingo e admite a possibilidade de anulação do certame, caso elas sejam comprovadas. Além disso, também apontaram uma série de irregularidades, como a saída antes do horário de candidatos da sala de prova.
Conforme noticiado pelo POPULAR na edição de ontem, candidatos foram pegos de surpresa com um número maior de questões nas provas do que o de espaços para respostas nos gabaritos. Na noite de sábado, a comissão de trabalho publicou uma retificação informando que algumas questões na prova deveriam ser desconsideradas.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) começou a receber as denúncias e pedidos de anulação da prova. Ontem mesmo foi aberta uma investigação sobre o caso. O material foi dividido em dois objetos: um sobre a alteração do concurso em cima da hora e outro sobre o suposto prejuízo de parte dos candidatos.
Para Freitas, mais grave do que a incompatibilidade entre o gabarito e a prova, a informação de que algumas pessoas entraram nas salas com celular e chegaram a atender ligações compromete a segurança do concurso. Para ele, dificilmente a Justiça negará a necessidade de cancelamento, se o fato for comprovado.
No início de junho, reportagem do POPULAR mostrou que o Instituto Brasileiro de Educação e Gestão (Ibeg), empresa contratada para a organização e execução do concurso, consta em uma espécie de “lista negra” do MP-GO com nomes de pessoas jurídicas que já tiveram problemas na realização de certames. Nesta mesma reportagem o jornal mostrava que o edital do concurso já tinha cinco retificações e que na época o Ministério Público já havia aberto quatro procedimentos investigativos.
O superintendente reforça que, até o momento, não foi identificado nenhum sinal de fraude e que o posicionamento da Saneago é aguardar a apuração das denúncias. Freitas explica que o concurso da estatal estava sendo organizado há três anos e que o processo licitatório foi realizado em nível nacional. “O IBEG passou por todas as fases e não houve recursos contrários”, diz. A empresa deve emitir um relatório nos próximos dias. Ontem, divulgou os gabaritos corretos das provas, já com o número reduzido de questões.
SURPRESA
Freitas disse que a comissão foi pega de surpresa com a falha na impressão do gabarito que ocasionou a retificação, mas na sua avaliação, tudo foi devidamente corrigido e informado a tempo, não implicando em prejuízo dos candidatos. Ele recebeu a notícia às 21 horas de sábado. Minutos depois, em reunião com representantes do Ibeg, ficou acordado que seria feita a retificação no edital, comunicando da redução das questões, e que um texto com orientações seria feito e enviado para os 2.750 fiscais que aplicaram a prova em Goiânia e em mais 18 cidades do Estado.
“Fazer uma prova dessa é mais difícil que produzir dinheiro, porque assim que iniciada a impressão, não tem como olhar mais. O erro foi na hora de criptografar”, explica Freitas. Segundo ele, apesar das denúncias dos candidatos de que muitos fiscais não sabiam explicar o que teria ocorrido com a prova, todas as pessoas escaladas para trabalhar estavam devidamente informadas. “O inadmissível mesmo é o uso de celular dentro da sala. Qualquer materialidade dessa acusação, será cobrada com muito rigor pela Saneago. No que se refere a segurança do concurso, basta um fato para tornar crítico todo o processo”, complementa.
ELIMINAÇÃO
Sobre a saída das salas de candidatos revoltados antes do término da prova, Fritas informa que isso será entendido como ato voluntário do indivíduo e que ele será automaticamente eliminado do concurso. Ainda esclarecendo acusações, ele afirma que o atraso denunciado na aplicação das provas na Faculdade Padrão é uma circunstância prevista dentro das regras estabelecidas no edital, podendo extrapolar, por consequência, a hora do término.
Até a tarde de ontem, a ouvidoria da Saneago não havia registrado nenhuma queixa formal. Mais de 95 mil pessoas participaram do concurso, de todas as partes do Brasil. Esse, inclusive, foi um dos motivos ponderados pela organização ao decidir qual a melhor solução na noite de sábado, quando surgiu a notícia do erro de impressão. Muitos concurseiros de locais distantes já estavam em Goiânia para realizar a prova e o cancelamento implicaria em um prejuízo ainda maior.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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