Celg - Passos da operação
Em mais um passo em direção à transferência do controle acionário da Celg para a Eletrobras, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem por unanimidade a operação, acertada entre os governos goiano e federal em dezembro de 2011. Apesar do respaldo do conselho, a formalização do acordo deve ocorrer em julho, como previsto no último acerto feito com o Ministério de Minas e Energia (MME), no mês passado.
De acordo com informações do governo goiano, está agendada para o dia 15 uma reunião decisiva para acertar o preço da Celg. Serão comparados os dados dos laudos de avaliação contratados pelo Estado (Funape/UFG) e pela Eletrobras (Deloitte). A demora na contratação foi o principal motivo para o atraso no cronograma inicial (leia quadro ao lado). Antes disso, ainda esta semana, haverá reunião de discussão sobre o patrimônio líquido da Celg.
No debate sobre o valor da empresa, o acerto entre Eletrobras e governo prevê que, se a diferença nas duas avaliações for de até 10%, deverá ser feita a média dos preços. Se a divergência for superior a esse porcentual, a ordem é que seja contratada uma terceira avaliação, o que pode provocar novo atraso no cronograma.
Depois do preço definido, a transferência oficial de 51% das ações da Celg para a Eletrobras terá de ser submetida aos conselhos das empresas. Assim, a previsão é de que a formalização ocorra em meados do mês de julho.
MULTA
Embora não tenha feito reparos à operação e a aprovação tenha sido unânime, o Cade deu um puxão de orelhas – e multa de R$ 888,2 mil – à Eletrobras por conta do atraso na comunicação do acordo.
No entendimento da Superintendência Geral do conselho, a operação deveria ter sido informada em até 15 dias após o acordo, feito ainda em 2011. No entanto, a notificação ao órgão chegou apenas em 26 de março deste ano. O relator do processo, conselheiro Eduardo Pontual, apontou os 444 dias de atraso e a proposta de multa, acatada por todos os demais integrantes. Ele afirmou no processo que a operação não resulta em problemas concorrenciais. “O mercado de distribuição de energia elétrica, assim como o de transmissão de energia, é caracterizado como monopólio natural, objeto de intensa regulação estatal.”
O Cade é a autarquia de defesa da concorrência, ligada ao Ministério da Justiça. Entre suas funções está a análise dos atos de concentração (fusão, incorporação, cisão e associação) entre agentes econômicos, avaliando obrigações e contratos.
A Eletrobras já comanda seis distribuidoras nas Regiões Norte e Nordeste, que enfrentam dificuldades financeiras. As companhias registraram prejuízo de R$ 2,1 bilhões em 2012. O prejuízo da Celg, recorde em sua história, foi de R$ 800 milhões ano passado.
Mesmo com acordo, recursos não saíram
(F.P.)09 de maio de 2013 (quinta-feira)
Mais de 20 dias depois de acordo feito em Brasília para garantir investimentos na Celg, não há ainda previsão de liberação dos R$ 227 milhões para aplicação na distribuidora.
O governo havia informado que o repasse deveria ocorrer até o final de abril. Ontem, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) não estabeleceu data para a entrada dos recursos.
Diante da demora na formalização da transferência do controle acionário e a piora na prestação de serviços da Celg, por conta da falta de investimentos, o governador Marconi Perillo (PSDB) fechou acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME) no dia 16 de abril, que prevê a antecipação da última parcela do empréstimo total de R$ 3,527 bilhões, fechado em 2011.
No acerto, a Eletrobras se compromete a repassar o valor (R$ 227 milhões) ao Estado depois de concretizada a transferência oficial da maioria das ações (51%) para a estatal federal.
Em outra frente, os envolvidos na operação também decidiram agilizar a transferência das ações, com a proposta de não mais fechar o capital da CelgPar. Assim, a oficialização do acordo, que tinha previsão de terminar no fim do ano, deve ser concluída em meados de julho.
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Aneel faz leilão de linha de transmissão da Celg amanhã
09 de maio de 2013 (quinta-feira)
Mantovani Fernandes
Fernando Navarrete, presidente da Celg GT: R$ 30 milhões de investimento
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza amanhã, em São Paulo, o Leilão de Transmissão nº 1/2013. Ao todo, são dez lotes compostos de 5.017 quilômetros em linhas de transmissão e de subestações, que vão demandar investimentos de aproximadamente R$ 5,3 bilhões, com prazo de conclusão de até 36 meses e concessão de 30 anos. Serão licitadas 17 linhas de transmissão e quatro subestações localizadas em 11 Estados, entre eles Goiás.
O Estado está no lote D, com a linha de transmissão que liga as subestações Itapaci e Barro Alto. Para participar do processo a Celg GT fez parceria inédita com Furnas e o Fundo de Participações Caixa Milão. O investimento previsto pela empresa goiana é de aproximadamente R$ 30 milhões, com recursos dos próprios consorciados, que terão 22 meses para implantar a linha de transmissão.
Segundo o presidente da Celg GT, Fernando Navarrete, a parceria resgata o compromisso feito pelo governo goiano de fortalecer a Celg GT, porção da empresa que não foi federalizada (leia nesta página). “A Celg cresceu e se fortaleceu com a Usina de Cachoeira Dourada e, também, iniciou seu enfraquecimento com sua venda. É, portanto, através da geração e da transmissão que Goiás reescreverá a história da companhia”, apontou. Com a nova linha e a modernização da subestação de Itapaci, a Celg espera melhorar a qualidade do serviço prestado no Norte do Estado, com foco nos municípios de Crixás, Rubiataba, Rialma, São Luís do Norte, Mozarlândia e região.
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Governo desativará térmicas a partir de sábado
(AE)09 de maio de 2013 (quinta-feira)
Brasília – Após o funcionamento pleno das usinas térmicas, mais poluentes e que produzem energia mais cara desde o fim do ano passado, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) determinou ontem o desligamento de quatro termelétricas a partir da meia-noite de sábado. Com a desativação dessas usinas, a estimativa de economia para os consumidores a cada mês pode chegar a R$ 100 milhões.
“O CMSE concluiu que a segurança do setor elétrico de fato existe. A usina térmica de Uruguaiana já foi desmobilizada em abril e o comitê autorizou desligamento de mais quatro usinas”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, após reunião.
Serão desligadas as usinas pernambucanas de Pau Ferro (94 MW) e Termomanaus (143 MW), a goiana Xavantes (54 MW) e a Potiguar (43 MW), do Rio Grande do Norte. As termelétricas foram ligadas porque o período de seca de 2012 deixou os reservatórios das hidrelétricas em níveis mais baixos que os de segurança para o fornecimento de energia.
Segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, a redução de custos operacionais com o desligamento dessas usinas deve ser de R$ 270 milhões por mês. Em termos de encargos que seriam repassados para os consumidores, a economia é de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões mensais. “Apesar de não serem grandes usinas, essas quatro estão entre as mais caras do País”, disse.
De acordo com o Lobão, o governo continuará monitorando a situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas e poderá determinar o desligamento de mais usinas térmicas futuramente. “Não temos muitas, mas ainda temos térmicas a diesel que poderão ser desligadas. Temos garantia de que o sistema é seguro e não haverá nenhum tipo de racionamento”.
Mas apesar do período de chuvas já ter chegado ao fim, Lobão ponderou que o governo ainda precisará esperar alguns dias para ter um diagnóstico da situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas. “As chuvas vieram até o fim de abril, mas da cabeceira dos rios até as hidrelétricas leva algum tempo. Daqui a dez dias é possível que os reservatórios tenham um nível melhor de água”, disse o ministro. Segundo ele, para ir da cabeceira do Rio São Francisco até a Usina de Sobradinho, por exemplo, a água demora 13 dias. “Por isso, o desligamento de mais térmicas é possibilidade, e não certeza. Poderíamos ter desligado mais térmicas hoje, mas preferimos manter o nível dos reservatórios, guardando energia”. falou.
Fonte: O Popular