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Eletrobrás terá de cortar 30% dos gastos

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22/02/2013

 

Empresa prepara plano para se adaptar à perda de receita com o pacote de energia
O plano de reestruturação da Eletrobrás terá o desafio de re­duzir em 30% os custos da esta­tal ao longo dos próximos três anos e aumentar também em 30% suas receitas no mesmo período. O presidente da com­panhia, José da Costa Carva­lho Neto, confirmou ontem que a venda de ativos da em­presa é uma das alternativas que estão sendo avaliadas jun­to ao Ministério de Minas e Energia (MME) para atingir esses objetivos.

“Se desfazer de ativos é uma alternativa, mas o plano não está concluído e, se isso ocorrer, será comunicado ao mercado”, disse o executivo ontem, antes de par­ticipar de uma reunião do Comi­tê de Monitoramento do Setor Elétrico, em Brasília. A expectati­va é de que o plano esteja pronto em até duas semanas, já com o aval do ministro de Minas e Ener­gia, Edison Lobão.

Segundo Carvalho Neto, a di­minuição de custos virá com a redução de serviços, viagens, pa­trocínios e até mesmo de mate­riais, além do já anunciado plano de demissão voluntária – ou “des­ligamento incentivado”, nas pa­lavras do executivo – de funcio­nários em idades próximas à apo­sentadoria. Somente Furnas de­ve reduzir em até 35% o quadro de funcionários até 2018, além do corte de 22% nos seus gastos de custeio no período.

Carvalho Neto já havia dito que a reestruturação do Grupo Eletrobrás seguiria o modelo de Fumas. Ontem, ele citou que o plano buscará uma nova “estrutura negociai” para a compa­nhia, o que poderia envolver até mudanças societárias. O executi­vo evitou comentar se isso ocor­reria por meio de uma capitaliza­ção por meio do Tesouro Nacio­nal. “Vamos buscar novas alter­nativas de funding (fontes de re­cursos)”, acrescentou.

Mais afetada. Por causa do seu tamanho, a Eletrobrás foi a em­presa mais afetada pela mudança de legislação que possibilitou a renovação antecipada das concessões de geração e transmis­são de energia, com a conseqüen­te redução de tarifas para a indústria e para consumidores resi­denciais. Por isso, a companhia precisa encolher para fazer fren­te à redução das receitas já a par­tir deste ano.

A principal preocupação é a manutenção da capacidade de in­vestimento. Antes do pacote do governo ser anunciado, Carva­lho Neto esperava receber cerca de R$ 30 bilhões em indeniza­ções pelos ativos não amortiza­dos da companhia. Mas a meto­dologia empregada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e referendada pelo Mi­nistério de Minas e Energia resultou em uma compensação ini­cial de R$ 14 bilhões.

Posteriormente, a Eletrobrás conseguiu convencer as autori­dades do setor a considerarem no cálculo da indenização as li­nhas de transmissão construí­das antes do ano 2000, que até então haviam sido ignoradas no cômputo das compensações.

O valor ainda não foi anuncia­do, mas as expectativas dentro da companhia são de que o total a ser indenizado possa saltar pa­ra cerca de R$ 25 bilhões – bem mais próximo da previsão origi­nal de Carvalho Neto o que dei­xaria a estatal bem capitalizada e posicionada para continuar seu cronograma de investimentos.

Fonte: Agência Brasil

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