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Presidente da Petrobras tenta reconquistar investidores

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18/02/2013

A chegada de Graça Foster à presidência da Petrobras, com seu perfil técnico e fama de gerente durona e eficaz entusiasmou o mercado, que esperava menos influência política na direção da estatal. Um ano depois se constatou exatamente o contrário.

— A Graça é autoritária com os funcionários, mas submissa com os chefes. Ela deveria ser mais firme — afirma um engenheiro que já trabalhou com a executiva.

Para evitar que a inflação ganhe altitude — depois de encostar no teto em 2011 e ficar acima do centro da meta em 2012 —, o governo segurou o aumento no preço dos combustíveis, mesmo quando o barril de petróleo subia no mercado internacional.

— O fato de Guido Mantega ser, ao mesmo tempo, ministro da Fazenda e presidente do conselho da Petrobras é, no mínimo, conflitante. Quando tiver de reajustar o preço dos combustíveis, vai pensar na saúde financeira da empresa, como um conselheiro deve fazer, ou vai tentar evitar uma alta da inflação, como faz um ministro? — questiona Alessandro Barreto, da Geral Investimentos, que não aconselha mais a compra de papéis da Petrobras e os excluiu da carteira recomendada.

Embora seja presidente da estatal, Graça Foster tem de aprovar metas e investimentos no conselho de administração, presidido por Mantega, que sucedeu nessa posição ninguém menos do que a atual presidente, Dilma Rousseff.

A manutenção artificial do preço dos combustíveis resultou em uma situação incomum: a Petrobras vende combustível mais barato do que compra no mercado internacional.

— Essa diferença chega a 13% na gasolina e a 24% no diesel — afirma Barreto, da Geral Investimentos.

O reajuste de 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel no final de janeiro não foi suficiente para mudar o panorama, como admitiu a própria Graça ao comentar o lucro da Petrobras em 2012, o menor em oito anos.

— Pelo menos, ela é mais sincera que o antecessor, que tinha metas mais mirabolantes. Não há como ter metas agressivas se o caixa da empresa está constrangido — afirma Valter de Vitto, da Tendências Consultoria.

Em 2012, a empresa registrou seu primeiro prejuízo trimestral em 10 anos e viu cair a produção de petróleo em 2%. Para completar, o valor dos papéis da empresa continuam a despencar. Só durante os dois primeiros anos do governo Dilma, as ações ordinárias (com direito a voto) caíram 45,1% e as ações preferenciais (sem direito a voto) tiveram baixa de 32%.

Levantamento feito pela consultoria Economatica mostra que, em três anos, a petrolífera perdeu 40% de seu valor de mercado. A estatal valia US$ 199,3 bilhões no dia 1º de janeiro de 2010, valor que despencou para US$ 119,9 bilhões em fevereiro de 2013. 


Fonte: Zero Hora / Cadu Caldas

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