A primeira semana de janeiro, caracterizada pela concretização do resultado das eleições de 2012, foi também o início de uma discussão política que pode perdurar ao longo dos próximos meses e abrir caminhos para outras que, da mesma forma, devem transgredir o espaço administrativo e despencar no palco político.
A ameaça da Prefeitura de romper com a concessão da Saneago, um dia antes da posse do prefeito Paulo Garcia (PT), incitou governistas e aliados do prefeito a travarem discussão acalorada. A Saneago, no entanto, pode ser apenas a primeira demonstração de que a Prefeitura conduzirá o governo a ferro e fogo, calculando estratégias para 2014.
A declaração do vice-prefeito eleito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), um dia antes de sua posse, de que a Prefeitura estuda romper o contrato com a Saneago, acirrou os ânimos dos governistas. No dia 1º de janeiro, o governador Marconi Perillo (PSDB) tentou acalmar os ânimos e, ao mesmo tempo, cutucar Paulo Garcia ao afirmar que esperava dele o mesmo tratamento republicano que recebeu do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB).
Marconi atribuiu o elevado tom da Prefeitura às tensões provocadas pela disputa acirrada pela presidência da Câmara de Goiânia, motivo pelo qual toda a discussão em torno da Saneago pode ter começado. “São centenas de milhões de reais que estão sendo investidos. A Saneago e o governo do Estado estão cumprindo até mais do que se poderia esperar em relação a obras de saneamento básico na capital. Para se tomar uma concessão é preciso ressarcimento, isso é quebra de contrato”, afirmou Marconi naquele dia.
Mesmo após tomar conhecimento das afirmações do governador, o prefeito reafirmou o interesse de retomar a concessão. Até mesmo Iris Rezende, que tem dado pouquíssimas declarações políticas, defendeu a retomada das concessões de água e esgoto para a Prefeitura de Goiânia, e criticou a terceirização de serviços em alguns municípios goianos.
O ex-candidato ao governo do Estado, empresário Vanderlan Cardoso (sem partido), também apareceu defendendo a postura do prefeito. “Paulo Garcia está certíssimo. Vou usar o exemplo de Senador Canedo onde já fui prefeito: faltava água sempre, então decidimos romper a concessão. Recuperamos a qualidade dos serviços prestados”, argumentou.
O diretor da companhia, Júlio Vaz, também entrou na discussão, afirmando que a Prefeitura queria apenas criar fato político, e que o contrato com a Prefeitura tem sido cumprido à risca pela Saneago. O governador em Exercício, José Eliton (DEM), pediu à Prefeitura discussão mais aprofundada. “O que nós temos que discutir é: quais são as estratégias financeiras e a engenharia que vamos construir para garantir que o Estado de Goiás possa fornecer e tratar a água de todas as cidades”, disse.
Debate reforça nova postura de Paulo
Oposicionistas argumentam que, ao provocar bate-boca trazendo à tona questão resolvida por acordo formado ainda na administração de Iris Rezende, Paulo Garcia começa a mostrar a que veio. Ao contrário do discurso de Marconi, que pregou relação republicana, parcerias e discussões dos temas que envolvem Prefeitura e Estado de forma conjunta, o prefeito pode não estar disposto a aceitar a relação amigável proposta pelo tucano.
Os motivos se entrelaçam. Paulo começa a construir a postura que adotará nas eleições de 2014. Alguns aliados do governador defendem ainda que o PT e PMDB desejam negativar a imagem de Marconi, uma vez que foram derrotados durante a CPMI do Cachoeira. “Já que não deram conta de desconstruir a imagem do governador, estão tentando agora com questões ridículas. Mais uma vez o PT tenta jogar para o outro lado a incompetência de suas administrações”, critica o presidente regional do PSDB, Paulo de Jesus.
Para ele, Paulo Garcia começa a se afirmar como “a liderança que não consegue ser” e age de acordo com a conduta de seu partido. “É de praxe do PT atacar os outros quando estão mal no cenário. O prefeito mostrou a que veio há dois anos, não tem genética, não consegue administrar. Goiânia está vivendo do passado que outros fizeram”, alfineta.
Paulo de Jesus garante que o partido e o governador Marconi manterão comportamento republicano, mas responderão a quaisquer intrigas iniciadas pela Prefeitura. “Oferecemos tratamento republicano, mas não vamos permitir essas ações. Vamos para o embate pela defesa do governo que querem desgastar”, diz.
Fonte: O Hoje / Lorem Milhomen
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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