Dois dias sem energia elétrica. Por causa de uma chuva forte ocorrida na última segunda-feira, a salgadeira Cláudia Siqueira de Oliveira Moreira e o analista de sistema Warley Moreira Batista, ambos de 28 anos, contabilizam, além de prejuízo, a sensação de impotência diante do que consideram descaso na prestação do serviço público.
“Desde as 17 horas de segunda estamos nesta situação. Depois de muito enrolarem, dizendo que tinha equipe trabalhando para resolver o problema, hoje (ontem) informaram que não há previsão para a energia voltar”, reclama Cláudia, referindo-se à Celg Distribuição, empresa responsável pelo abastecimento energético no Estado.
O casal tem dois filhos pequenos, de 6 e 9 anos de idade. Em casa, na Alameda Alcides de Araújo Romão, no Setor Faiçalville 3, Cláudia armazena tudo o que produz para vender em um freezer e na geladeira, aparelhos comprometidos pela falta de energia elétrica. “Se não quiser perder tudo de vez, vou ter de fazer uma doação, já que não posso voltar a congelar o que descongelou”, argumenta a salgadeira, lembrando que a geladeira, na tarde de ontem, já não funcionava, e que o freezer estava “nas últimas”.
“Fora isso, ainda tem o banho frio, celulares descarregados e o jantar no escuro. Ontem (terça-feira) mesmo, chegamos a colocar a moto do Warley dentro de casa, com o farol ligado, para a gente poder comer direito”, acrescenta Cláudia Moreira. “A equipe da Celg deve ser a pior do Brasil. A gente liga e eles falam que já tem equipe trabalhando no local, só que o local é bem em frente à nossa casa e dá para ver, perfeitamente, que não tem ninguém”, desabafa Warley. O problema, segundo ele, foi causado por uma árvore que caiu sobre um poste, deixando pelo menos seis casas sem abastecimento.
ESCADAS
Em outro ponto distante da cidade, no Setor Aeroporto, a psicológa Roberta Leite também enfrentou transtornos por causa da falta de energia elétrica, das 16 horas de terça-feira – quando foi registrada a ocorrência de uma chuva de granizo em diversos bairros de Goiânia – até por volta das 11h40 de ontem. Roberta mora com a família em um prédio na Rua 16-A, e, segundo conta, sua mãe, já idosa e com problema no joelho, esperou por quatro horas para tentar utilizar o elevador, mas acabou desistindo.
“Ela subiu até o 10º andar bem devagar, pelas escadas, degrau por degrau. Deve ter demorado quase uma hora para, enfim, chegar em casa”, relata a psicóloga. No caso de Roberta, somou-se à falta do elevador, o desperdício de alimentos perdidos na geladeira e a água gelada na hora do banho. “E o duro é que, quando você liga na Celg, tem de ouvir coisas do tipo: ‘se a senhora for reclamar de novo, ligue de outra unidade, pois a unidade fica registrada aqui e só dá para fazer o acompanhamento da reclamação’.”
Até as 17 horas de ontem, de acordo com a Celg, 87 equipes estavam nas ruas e eram 6 mil as ocorrências a serem atendidas pela empresa na capital – em Setores como Bueno, Marista, Oeste, Aeroporto e Jardim América. Cinquenta e um cabos de energia partidos exigiam prioridade, por causa dos riscos, e seis postes de energia teriam de ser substituídos. A expectativa da Celg é que a situação se normalize ainda hoje. A sequência de duas chuvas fortes, na segunda e terça-feira, foi a justificativa para a demora no atendimento. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão de chuvas prossegue pelo menos até amanhã.
87 Equipes estavam nas ruas ontem resolvendo os problemas, segundo a Celg
6 Mil ocorrências foram registradas pela empresa de energia elétrica
51 Cabos de energia partiram, exigindo prioridade das equipes da companhia
6 Postes tiveram que ser substituídos em Goiânia devido às fortes chuvas que caíram
Fonte: O Popular
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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