Lúcia Monteiro,
A água que a dona de casa Luzinete de Souza Borges utiliza para lavar roupas não escorre pelo cano da máquina de lavar direto para o esgoto. Ela é armazenada e usada para lavar o piso de sua casa, principalmente da área de serviço e da garagem. A água com sabão usada para lavar as roupas mais limpas é novamente usada para lavar as mais sujas e os tapetes.
Quando Luzinete usa o ferro de passar roupas, começa pelos tecidos mais pesados, que exigem temperaturas mais altas, até chegar às mais leves, quando o ferro é desligado. Antes de preparar as refeições, ela abre a geladeira somente uma vez e retira todos os alimentos para não abri-la novamente. Na casa dela, comida não vai para o lixo. As sobras dos alimentos são reaproveitadas na produção de novos pratos, principalmente o arroz e o feijão.
A dona de casa também reaproveita tecidos velhos de lençóis e toalhas para usar na limpeza da casa. Ela mesma produz todo sabão que utiliza e garante que, com apenas R$ 40, faz material de limpeza para três meses. “Com tudo isso, consigo reduzir muito as despesas da casa. Fazer economia dá trabalho, mas compensa”, garante Luzinete. Para ela, quem tem empregada ou diarista deve ficar de olho. “Eles costumam gastar muito mais produtos”, alerta.
Moradores de Goiânia como Luzinete nunca estiveram tão preocupados em evitar desperdícios e cortar gastos em casa. A pesquisa Ipsos Marplan/OJC, um completo banco de dados dos consumidores da Grande Goiânia que a Organização Jaime Câmara (OJC) disponibiliza para o mercado publicitário, revelou que 66% da população local faz algum tipo de economia em casa. Além de reduzirem os gastos, essas pessoas também economizam pensando em cuidar do meio ambiente, já prevendo uma escassez futura.
DONAS DE CASA
A preocupação é tanta que a Associação das Donas de Casa de Goiás está desenvolvendo o projeto “Donas de casa contra o desperdício de água e energia”, cujo objetivo é conscientizar as pessoas através de um programa de rádio e de palestras para adolescentes em escolas. “Esses estudantes costumam ser os principais alvos dos pais na luta pela redução de gastos em casa”, justifica a presidente da associação, Maria das Graças Santos.
Segundo ela, o principal objetivo é a redução do consumo de água, pois sem ela também faltará energia. Maria das Graças comemora o aumento da conscientização de muitas donas de casa, que passaram a reaproveitar a grande quantidade de água usada na máquina de lavar.
Contudo, ela lamenta o fato de muita gente ainda insistir em varrer calçadas com mangueira. Quando a associação recebe denúncias de vizinhos, procura conscientizar o morador deixando um material educativo em sua caixa de correio. “Cerca de 70% do desperdício está dentro de casa e procuramos alertar para os riscos disso ao meio ambiente. Buscamos uma mudança de cultura”, destaca.
BOICOTE
Maria das Graças também alerta para a necessidade de boicotar reajustes nos supermercados, principalmente dos produtos da cesta básica, para reduzir a conta no fim do mês. É possível, por exemplo, explica, tirar o feijão do cardápio uma ou duas vezes por semana.
Também é possível calcular melhor o volume de arroz que se vai fazer para reduzir o desperdício e até cortar o óleo da comida pela metade para economizar e, de quebra, cuidar da saúde. “Muita gente compra três ou quatro pés de alface e só come um ou dois. O resto estraga na geladeira”.
Fonte: Jornal O Popular
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
Todos os direitos reservados. Desenvolvido por Supera Web X