Ricardo César,
Após dois meses em queda, os alimentos considerados de primeira necessidade voltaram a ficar mais caros em Goiânia. A batata inglesa, o tomate e o feijão carioquinha foram responsáveis pelo aumento de 0,52% dos gastos do goianiense com a compra dos 17 itens que integram a cesta básica, no mês de abril.
Dados divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelam que a cesta básica saiu de R$ 234,14, em março, para R$ 235,36 no mês passado. Na prática, as compras mensais de alimentos sofreu uma elevação real de R$ 1,23.
PRESSÃO
A maior pressão para a alta veio da batata. O tubérculo ficou 20,87% mais caro na capital. Foi a maior variação dentre todas as capitais pesquisadas, aponta do Dieese. O quilo, que era vendido em março a R$ 1,15, aumentou R$ 0,24, passando a custar R$ 1,39 em supermercados e verdurões.
A explicação para a variação brusca vem do campo e do mercado. Embora a produção de batata em Goiás ocorra, praticamente, apenas na Região de Cristalina, as áreas plantadas no Sul e Sudeste do País, principais fornecedores para a mesa dos goianos, foram castigadas pelas chuvas em março e abril.
O engenheiro agrônomo Paulo Milagres explica que as chuvas comprometeram a colheita e, por consequência, a oferta. “A plantação já estava reduzida em relação à última safra. Com a chuva e o feriado de Semana Santa em abril, caiu a oferta. Por isso o preço subiu”, explica.
O movimento de alta da batatinha, que teve início em janeiro, promete se prolongar. O agrônomo explica que algumas lavouras foram afetadas por uma bactéria conhecida como murchadeira, que apodrecem o tubérculo ainda no pé, contribuindo para a redução da oferta.
Pesquisa realizada ontem pelo POPULAR em alguns estabelecimentos de Goiânia confirma o prognóstico. A batata já está mais cara que em abril. Em média, o preço do quilo já chega a R$ 1,69 – quase R$ 0,30 mais caro do que no mês passado.
Há seis meses, a batatinha era vendida a R$ 0,89 o quilo. A orientação para que o produto não afete o orçamento das famílias, segundo economistas e nutricionistas, é restringir o consumo ou substituí-lo. Mandioca, cará ou inhame, cujos preços estãomais baixos, podem ocupar o lugar do tubérculo em quase todos os pratos.
FEIJÃO
A batatinha, porém, não é a única vilã desta história. O feijão também teve seu preço reajustado. Responsável pela alta da inflação em Goiânia no mês passado, o grão ficou 10,3% mais caro para o consumidor. O pacote de um quilo encareceu R$ 0,48 para o consumidor de março para abril.
O analista de mercado da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Pedro Arantes, explica que a primeira e a segunda safra do feijão, realizadas nos últimos meses, registraram perdas nas principais regiões produtoras do País, em Irecê (BA) e no Sul do País, com excesso de seca e chuvas, respectivamente.
O resultado da ação climática foi a redução da colheita e, logo, maiores preços. Segundo Pedro, o produtor também havia plantado menos em novembro, com a redução da área plantada. “Esses dois fatores vem fazendo o preço disparar”, explica.
Mas esta relação parece estar com os dias contados. O preço do grão deve cair. Arantes diz que o início da terceira safra, em que Goiás tem participação, por meio de suas lavouras irrigadas em Cristalina, Paraúna e Morrinhos, devem aumentar a oferta e, por consequência, pressionarem os preços para baixo.
“O feijão começa a ser plantado agora em maio e vai até agosto. Com 70 dias depois de plantado, já pode ser colhido. Ou seja, em julho o preço pode começar a cair com o aumento da oferta da terceira safra. Antes disso, porém, deve continuar em alta”, analisa.
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Fonte: Jornal O Popular
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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