Apesar de o governo estadual e a direção da Saneago terem tentado minar a manifestação, centenas de trabalhadores de todo o Estado marcharam contra a privatização da água.

Trabalhadores marcham na rua 83 em direção ao Centro da cidade. 

Centenas de trabalhadores da Saneago de todo o Estado de Goiás, mobilizados pelo Stiueg, participaram durante a tarde de ontem (22), Dia Mundial da Água, de uma manifestação contra a privatização da água em Goiás. Apesar de o governo do Estado e a direção da Saneago terem tentado minar o movimento decretando ponto facultativo na Saneago de Goiânia durante o período vespertino de ontem, ainda assim os funcionários compareceram e fizeram do ato, um sucesso.

Também estiveram presentes na manifestação, membros do Comitê de Combate às Privatizações em Goiás, o deputado estadual Mauro Ruben, representantes da deputada federal Marina Sant’Anna e do vereador Elias Vaz, além de vários membros de entidades da sociedade organizada.

O objetivo da marcha foi denunciar à população os riscos de se privatizar um bem tão indispensável à vida humana como a água. E é exatamente isto que está sendo proposto pelo governo estadual, a privatização dos serviços de esgotamento sanitário e de água de quatro municípios goianos, Rio Verde, Jataí, Trindade e Aparecida de Goiânia. Além disto, também já estão cotados para privatizarem estes serviços, dez municípios do Entorno de Brasília.

Até os ônibus sabem o que os trabalhadores goianos querem do governo: RESPEITO!

Os trabalhadores iniciaram a marcha no Cepal do St. Sul, subiram a Av. 83, desceram a Av. Araguaia até alcançarem o coração de Goiânia, a Av. Anhanguera, no Centro. Logo após, os manifestantes subiram a Av. Tocantins em direção ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, onde foi realizada a manifestação.

Durante suas falas, os membros das entidades e os diretores do Stiueg mostraram à população como estão sendo feitas e montadas as privatizações no Estado. Também apresentaram o descaso do governo estadual para com todos os funcionários públicos e com os bens públicos goianos.

“Além de já ter entregado a Celg, ter retirado direitos dos professores, estar entregando os hospitais e até os parques goianos, agora o governo quer privatizar a Saneago, através dos contratos de subconcessão. A água, que é um direito humano e essencial à vida, não pode ficar sujeita à lógica empresarial, passando a ser alienada como qualquer outro bem”, afirmou o direto do Stiueg, Washington Fraga.

"A água é um direito humano e essencial à vida, não pode ficar sujeita à lógica empresarial", explica Washington Fraga

Caso a água seja privatizada, as empresas privadas, preocupadas prioritariamente com os lucros de seus negócios, apenas garantirão o acesso ao tão precioso líquido e ao saneamento, aos que puderem pagar as altas tarifas cobradas por elas.

“Com os contratos de subdelegação de serviços, com as PPPs ou qualquer outro tipo de privatização, a população de baixa renda poderá ter sim, o sistema de esgoto e água tratada passando em sua porta, mas não conseguirá arcar com seus custos. E isto poderá acarretar, inclusive, retrocessos, como a volta do uso de cisternas e de fossas sépticas”, afirma o diretor do Stiueg, João Maria Oliveira. Ele ainda completa que a única forma de garantir o acesso tanto à água quanto ao esgoto tratado é através da parceria pública entre governo federal, municípios e estados.

João Maria Oliveira, indignado, explica que privatizar a água pode acarretar retrocessos como a volta do uso de cisternas e fossas sépticas

Ao final da marcha, o Stiueg e as entidades se reuniram no sentido de unirem forças para tentarem uma audiência com o governador. Além disto, ficou definido que o próximo ato do sindicato para tentar barrar este processo de privatização será uma manifestação na Pç. do Bandeirantes para recolhermos assinaturas da população e darmos entrada em uma ação popular contra a privatização do saneamento e da água.