Ricardo, César,
Os bancos foram as empresas que mais problemas causaram aos consumidores goianos no mês passado. Dados da Superintendência de Defesa do Consumidor de Goiás (Procon-GO) mostram que só contra os serviços bancários foram registradas 3.885 reclamações – 38,8% do total de 10.136 queixas no órgão em janeiro.
Das dez empresas mais reclamadas, seis são bancos. Todas as instituições, com exceção da Caixa Econômica Federal (CEF), apontaram problemas na oferta de crédito. “Os principais problemas foram causados pela consignação de crédito tomado”, confirma a superintendente do Procon, Darlene Araújo (veja quadro).
A origem das reclamações está na relação entre as partes. Boa parcela das empresas emprestou dinheiro sem oferecer informações relevantes sobre a transação em contrato e consumidores assinaram o acordo sem checar dados como juros, quantidade de parcelas e formas de quitação do débito. Depois do acesso ao crédito fácil, perceberam descontos no salário diferentes do que contabilizavam.
Outro problema recorrente foi a dificuldade do consumidor em quitar o débito. As empresas questionadas teriam impedido a finalização de dívidas contraídas em consignação. “Muitas empresas colocaram empecilhos para as tentativas do consumidor de liquidar o contrato antes do previsto, o que é contrário à lei.”
Darlene revela que servidores públicos e pensionistas foram os maiores reclamantes. Segundo ela, o órgão vem se reunindo formalmente com empresas ligadas à oferta de crédito para que os problemas apontados sejam solucionados de forma pacífica. “O Procon está acompanhando essas reclamações e esses bancos, caso não resolvam os problemas, serão acionados judicialmente”, promete.
O vice-presidente da Associação dos Bancos de Goiás (Asban), Mario Jorge Alencastro, explica que todas as instituições financeiras têm modalidade de crédito pré-fixada e deve expô-las de forma clara e objetiva. Segundo ele, o consumidor, quando adere a uma dessas linhas, por livre e espontânea vontade, também tem o dever de se informar.
Mario Jorge aponta que as instituições mais reclamadas não têm relação perene com o consumidor (exceto a CEF). “São relações casuais, focada no crédito. Portanto, conforme o Banco Central, o CET (Custo Efetivo Total da Operação) deve servir de orientação para o consumidor antes de se fechar um contrato para evitar reclamações”, indica.
O economista Tales Veiga ressalta, porém, que a lideranças dos bancos entre as empresas mais reclamadas pode encontrar motivação na realidade econômica do País.
Esse foi o caso da servidora pública Magda Silva, de 47 anos. Depois de comprar um carro e ver o consumo de sua família aumentar, ela caiu num mar de dívidas. “Resolvi recorrer ao empréstimo consignado. Mas não prestei atenção nas cláusulas do contrato e agora estou pagando o dobro do valor que tomei emprestado”, diz.
Para se ter uma ideia do alto volume as reclamações contra sistema financeiro, as prestadoras de serviços de telefonia e de TV a cabo não aparecem no ranking das principais reclamadas. O aumento das queixas contra os bancos cresceu tanto que as empresas de telefonia, tradicionalmente entre as mais reclamadas, agora estão entre as 30 mais.
As empresas de oferta de compra pela internet, por sua vez, cresceram a participação no total de reclamações, o que mostra o aumento das relações de consumo via internet. A B2W, responsável pelo site americanas.com e submarino.com, aparece na oitava colocação em janeiro, por conta de atraso na entrega.
Os eletrônicos, com o crescimento do consumo, também estão entre os mais reclamados no mês passado. A venda de aparelhos com vícios por empresas como CCE e LG – ou por lojas, como Ricardo Eletro – também constam entre as principais motivações.
EMPRESAS DÃO SUAS VERSÕES
O POPULAR entrou em contato na tarde de ontem com nove das dez empresas citadas como as dez mais reclamadas no Procon. A LG, Banco DayCoval, Caixa Econômica Federal e Banco BMG não retornaram as solicitações. O Banco Votorantim, em nota, afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto e a assessoria da CCE não foi localizada pela reportagem.
O PanAmericano diz que está atuando na revisão e melhoria de todos os seus processos internos afim de melhor atender o consumidor. A B2W afirma que vem trabalhando “intensamente para resolver todas as questões que impactam seus clientes e com isso continuar oferecendo uma boa experiência de compra”.
O Banco Cruzeiro do Sul destacou que uma de suas principais preocupações é oferecer os melhores serviços e o melhor atendimento a seus clientes. A instituição financeira diz que busca mecanismos para aperfeiçoar o atendimento a seus clientes, inclusive, com o Procon – “órgão ao qual o Banco oferece toda a atenção necessária para sanar dúvidas e esclarecer eventuais reclamações de clientes com as devidas soluções”.
A Ricardo Eletro enfatiza que triplicou o tamanho do centro de distribuição e dobrou a quantidade de funcionários. Além disso, a empresa aumentou em 30% a quantidade de parceiros logísticos e criou equipe de qualidade responsável pelo monitoramento das entregas das compras até o destino final a fim de sanar problemas ligados à demora na entrega de produtos.
Fonte: Jornal O Popular
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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