Diante da necessidade de investimentos na Celg, quais são as perspectivas para este ano?

Essa é uma coisa fundamental. Está bem diagnosticado pelos estudos da Celg que a companhia precisa investir, de 2011 a 2015 – levando em conta que o levantamento foi feito ano passado –, média de pouco mais de R$ 200 milhões por ano, que dá um total de R$ 1,1 bilhão. Em 2011, não se conseguiu investir isso. Para investir este ano, a empresa precisa ter acesso a fontes de financiamento. O fundamental é o financiamento porque os recursos normais que a empresa recolhe servem para pagar encargos e despesas. É a forma mais econômica de se investir até porque no setor existem fontes de financiamento de longo prazo. Hoje, em função de passivos contraídos ao longo dos anos, a empresa está impossibilitada de ter acesso a isso. No equacionamento desenhado, financiamentos retornarão. É um desafio grande. Vamos investir em 2012 o máximo possível. Mas não tenho valores ainda.

Quando será possível o consumidor goiano sentir de fato a melhoria na prestação de serviço da companhia?

Olha, eu estou chegando hoje. Pelos novos indicadores que me foram apresentados, o serviço está sendo muito bem prestado. Pode haver situações localizadas. A energia elétrica hoje chegou num patamar, que precisamos entender. Está se tornando algo assim tão crítico porque é natural que o consumidor deseja ter energia contínua, ou seja, não pode ter nenhuma interrupção. Porque tudo funciona dependendo de energia, qualquer atividade, qualquer instalaçãozinha, qualquer pequeno comércio, qualquer coisa. E é algo impossível, né? Porque o sistema é sujeito a falhas. A questão é que existem indicadores definidos pela Aneel que progressivamente estão sendo sintonizados com a Celg e a empresa está atendendo hoje próximo desses indicadores. É com novos investimentos que vai melhorar isso. O que está sinalizado aparentemente é que, por ter sido impossível fazer investimentos necessários, em algumas localidades do Estado começam a aparecer deterioração e dificuldades de atender bem o consumidor. A distribuição de energia é algo que exige investimentos até pela carga crescente. Ao mesmo tempo, é preciso criar mecanismos de rapidez no restabelecimento do sistema. Porque pode faltar energia por intempérie, vento, chuva, agora, o importante é a rapidez de recuperar e o sistema não tem alternativas às vezes. Isso tudo exige investimentos, prazo, modernização da distribuição. É por isso que investimentos precisam ser feitos, não só nas linhas, mas nos mecanismos de operar o sistema – dar ordens, telecomando, informação via satélite – para ter rapidez. O consumidor quer que chegue imediato. Às vezes até daquela piscadazinha da energia se reclama.

Está otimista de que tudo isso será alcançado?

Estou, claro. Estou muito otimista. Uma missão dessa a gente só assume sabendo que vai dar certo.

Há uma preocupação por parte dos funcionários da Celg sobre a necessidade de cortes para adequação à empresa de referência. Há pressão da Eletrobras pela redução?

Não é a Eletrobras que indica isso. O acordo assinado entre o Estado, o Ministério de Minas e Energia e a Eletrobras é que haverá um ajuste porque a empresa tem de trabalhar dentro de limites muito bem definidos pela Aneel. Há busca por essa adequação. Então, não se trata de exigência da Eletrobras, mas do acordo firmado. Estamos tratando também.

A Celg abriu PDV semana passada. Se não houver adesão suficiente, há riscos de demissões?

Isso não está na pauta. Não recebemos instrução do acionista em relação a este aspecto. Esse processo foi aberto e estamos aguardando. Não há nenhuma orientação neste sentido. A questão é que a empresa está com quantidade de pessoas em determinadas áreas acima do que é a empresa de referência. A atividade da distruibuidora é regulada, é muita estreita. Se os custos são maiores que a referência, isso é uma questão que cai para a responsabilidade do acionista. E essa decisão o acionista vai ter de tomar no momento devido. Estamos entrando agora, vamos conhecer melhor essa situação, inclusive para eventual dificuldade que esteja existindo por parte da implementação do que foi acordado.

Quando deve haver aumento da tarifa de energia e de quanto será?

O cronograma inclui um conjunto de eventos financeiros para se alcançar a adimplência. A partir daí, vamos saber quando e o quanto será possível. Não tenho data, mas é preciso que seja o mais cedo possível porque precisamos gerar receita.