Fabiana Pulcinelle,
A direção da Celg adotou duas medidas que visam à redução de pelo menos 200 funcionários do quadro da distribuidora. A empresa abrirá esta semana programa de desligamento voluntário (PDV) e divulgou comunicado que abre a opção de transferência de funcionários para a Celg Geração e Transmissão (G&T), que continuará sob o comando do Estado.
Além disso, na sexta-feira, a direção da companhia baixou resoluções que extinguem gratificações de cerca de 70 colaboradores. A empresa descarta demissões.
Nos bastidores, a informação é de que há cobrança por parte do governo federal para que a Celg esteja adequada ao modelo de referência estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O presidente da companhia, Humberto Eustáquio, disse que o plano de recuperação da empresa, entregue no ano passado à Aneel, já previa redução de custos com pessoal.
Ele admite, no entanto, que há entendimento por parte da reguladora de que não basta apenas reduzir gastos, mas também o quantitativo. “Estamos conversando e apresentando argumentos. São entendimentos diferentes, mas não diria que há reivindicação ou cobrança por parte do governo federal”, diz.
O PDV deve ser publicado esta semana, com as mesmas condições estabelecidas pelo programa de 2009, cuja implantação termina em setembro deste ano. A expectativa da Celg é que a adesão seja de pelo menos 150 funcionários, com uma economia estimada de R$ 40 milhões.
Nos corredores da companhia, os comentários são de que a adesão deve ser bem maior, devido à grande insegurança por parte dos funcionários, especialmente depois do corte das gratificações. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg) criticou a extinção das gratificações, afirmando que há casos não previstos pelo plano de carreira dos funcionários.
“Estamos surpresos porque a informação era de que já havíamos alcançado a economia exigida pela Eletrobras. Agora dizem que essa exigência já é por parte da estatal federal. Vamos buscar diálogo para tentar reverter isso”, disse um dos diretores do sindicato, Javan Rodrigues.
Os cortes atingem os setores de auditoria, assessorias externas, integrantes de comissão de licitação e valores referentes a quebra de caixa. As gratificações variavam entre R$ 1,6 mil e R$ 2,4 mil.
O Stiueg reclama que não houve conversas por parte da direção da Celg nem aviso aos funcionários. “Diálogo com sindicato para cortar gratificação é boa. A meta foi reduzir custos. Não me preocupei em atingir pessoas”, rebateu o presidente da companhia. O corte, segundo ele, vai gerar cerca de R$ 7 milhões de economia este ano.
Em relação ao comunicado interno de possibilidade de transferência para a Celg G&T, divulgado na semana passada, Humberto disse que houve consultas na sexta-feira, mas não soube informar se já há adesões.
Demissões
Desde a assinatura do protocolo de intenções com a Eletrobras e do contrato com a Caixa Econômica para liberação de empréstimo de R$ 3,52 bilhões, a direção da Celg tem descartado a possibilidade de demissões na empresa. A informação é de que já houve ações suficientes para reduzir custos e adequar à empresa de referência.
Embora as medidas mais recentes tenham levantado boatos de que pode haver demissões, o presidente afirma que não se falou disso. “Não ouvi a palavra demissão nem por aqui, por parte do governo do Estado, nem por parte do governo federal”, garantiu.
“Em nenhuma das distribuidoras que foram federalizadas houve demissão de funcionários. Por que aqui haveria?”, diz Javan.
A assessoria da Eletrobras tem repetido que a estatal federal só vai se manifestar depois de assumir a gestão da empresa, o que pode ocorrer ainda esta semana (leia reportagem ao lado).
Segundo Humberto, o plano de ação estabelece custos de R$ 280 milhões até 2014. Com as medidas adotadas em 2011, segundo ele, a Celg já alcançou R$ 260 milhões. Se for atingido o objetivo com o PDV, o valor cairia para R$ 220 milhões. De acordo com o presidente, a redução além do planejado facilita as negociações junto à Aneel para revisão tarifária.
Colaboradores tiveram suas gratificações extintas pela diretoria da Celg na sexta-feira.
Fonte: Jornal O Popular
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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