Novamente repete-se o discurso fácil. Desta vez entre o governo de Goiás e o presidente da Saneago. Ambos propõem a entrega para a iniciativa privada dos sistemas de água e esgoto sanitário em cinco cidades do Estado. E sempre usando o velho discurso da universalização dos serviços de saneamento, que é sim, necessária, mas de forma a atender aos interesses da população e não aos interesses de empresas privadas que querem apenas lucrar com o serviço.

Na verdade, o que vai acontecer, é a transferência dos recursos públicos para o bolso da iniciativa privada, através das PPP’s (privatização). Foi assim que aconteceu com a Usina de Cachoeira Dourada, quando o ex-govenador Maguito Vilela, prometeu usar os recursos da privatização para resolver definitivamente os problemas das áreas de saúde, saneamento, educação, transporte e segurança pública. Mas a realidade nos mostrou que as destinações destes recursos tomaram outros rumos, o que culminou em deixar Goiás órfão de sua usina geradora de energia e com uma enorme divida.

As Parcerias Público-Privadas são excelentes negócios, mas apenas para os empresários. Conforme afirma o ex-presidente da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas dos Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON), Ives Besse, em entrevista ao Jornal Valor (22/03/2011): “As PPPs são bons negócios para as concessionárias privadas. Os contratos são longos, entre 20 e 30 anos. Após descontar os impostos, o lucro é significativo. A rentabilidade, já no quinto ano, com as PPPs, pode chegar a 70%”.

O  Stiueg está atento e prepara um grande ato, para arrancar a máscara das privatizações travestidas de PPP’s. Vamos mostrar para a sociedade que o filme volta a se repetir com os mesmos atores que acabaram com Cachoeira Dourada, BEG, Caixego e, por fim, sucatearam a Celg. Não permitiremos que, a cada vez que abrirmos as torneiras de nossas casas, jorremos riquezas para os bolsos da  iniciativa privada.