A CelgPar, estatal que controla as empresas de geração, distribuição e transmissão de energia elétrica do Estado, conseguiu reduzir seu prejuízo no segundo trimestre deste ano em quase 80%, na comparação com o mesmo período do ano passado. A conta, que chegou a estar negativa em R$ 154,789 milhões no acumulado entre abril e junho de 2010, fechou com prejuízo de R$ 33,192 milhões nos mesmos três meses deste ano, numa redução de 78,56% em números mais exatos.
Na comparação com o primeiro trimestre, quando as perdas somaram R$ 87,300 milhões, registrou-se um tombo de 62%, o que parece demonstrar que a atual gestão continua preocupada em administrar a situação da empresa até que se alcance uma solução definitiva para o quadro de elevado endividamento e de inadimplência. No acumulado do primeiro semestre, a companhia operou uma redução de praticamente 68% em seu prejuízo, que desabou de R$ 375,905 milhões para R$ 120,492 milhões.
A recuperação da conta de resultados da companhia pode ser creditada a uma combinação de fatores, que incluem desde a exclusão de recursos anteriormente alocados na conta de provisões para contingências, crescimento (ainda que modesto) da receita operacional líquida, como consequência do avanço de 4% no valor da energia faturada, até ganhos financeiros substancialmente mais expressivos do que na primeira metade de 2010 e um controle aparentemente mais rígido de custos e despesas.
A receita operacional líquida, de fato, cresceu 3,3% no primeiro semestre, para R$ 1,080 bilhão, registrando avanço de 10,7% entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano. Na comparação com igual intervalo de 2010, a receita líquida anotou variação de 5,2% no segundo trimestre deste ano. Os gastos com a compra de energia aumentaram 9,9% na primeira metade do ano, consumindo R$ 591,0 milhões. Mas os custos de operação e as despesas gerais e administrativas baixaram, respectivamente, 8,3% e 19,8% em relação aos seis primeiros meses de 2010. No total, as despesas e custos operacionais recuaram 1,1%, para R$ 1,083 bilhão.
A conta de resultados foi influenciada ainda pelo salto de 110% nas receitas financeiras, que somaram R$ 325,336 milhões no semestre, combinado com baixa de 8,6% para as despesas financeiras (para R$ 434,125 milhões, equivalente a 40,2% da receita líquida da companhia). O resultado financeiro, que havia sido negativo em R$ 320,057 milhões entre janeiro e junho do ano passado, continuou no vermelho, mas com perdas de R$ 108,789 milhões – 66% menores.
Jornal O Hoje / Lauro Veiga
19/10/2011