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Desempenho da Celg piora e venda de geradores bate recorde

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17/10/2011
Sônia Ferreira e Fabiana Pulcineli 
celg

Desde a crise energética ocorrida no Brasil entre 2001 e 2002, nunca se vendeu tantos grupos geradores de energia em Goiás como nos últimos dias, em função das constantes quedas de energia fornecida pela Celg. As empresas representantes das fábricas estão com suas carteiras de pedidos lotadas, os gerentes e vendedores trabalham dia e noite no atendimento aos clientes, e o prazo de entrega e instalação dos equipamentos pode ultrapassar a 90 dias, tamanha a demanda.

A busca por geradores é uma das consequências da queda no desempenho do serviço prestado pela Celg, comprovada em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) solicitados pelo POPULAR. O levantamento dos últimos dez anos mostra que, desde 2005, a emprega goiana tem ultrapassado ou se aproximado dos limites estabelecidos pela agência reguladora para duração e frequência de quedas de energia (veja quadro ao lado) .

No ano passado, entre 61 distribuidoras do País, a Celg ficou em sexto lugar no ranking de pagamentos de compensações por interrupção no fornecimento de energia - penalidade imposta pela Aneel para as companhias que ultrapassam os limites determinados.

Na Região Centro-Oeste, a companhia goiana teve o pior desempenho, sendo responsável por 51,4% dos pagamentos por violação dos limites de indicadores individuais. A Centrais Eletricas Matogrossenses (Cemat) registrou 29,6% e a Companhia Energética de Brasília (CEB), 13,4%. O menor índice foi registrado pela Empresa de Energia Elétrica de Mato Grosso do Sul (Enersul), de 5,4%. A Companhia Hidroelétrica São Patrício (Chesp), que atende dez municípios goianos, registrou 0,7% dos pagamentos feitos na região.

Foram R$ 17,75 milhões pagos pela Celg a consumidores no ano passado. Até 2009, a Aneel determinava multa a distribuidoras que ultrapassavam as metas estabelecidas pela agência. Desde 2010, por resolução da reguladora, a compensação passou a ser feita ao consumidor. No primeiro semestre deste ano, a Celg já pagou cerca de R$ 6 milhões em compensações.

Na definição das metas dos indicadores, a Aneel considera a comparação de desempenho entre as concessionárias para obter maior homogeneidade entre os agrupamentos de consumidores e melhor qualidade no serviço prestado ao longo do tempo. O objetivo, diz a resolução, é proporcionar a melhoria da qualidade do serviço, com garantia da redução gradual dos valores globais de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC).

Os piores índices da Celg são registrados em relação à duração das interrupções. Com investimentos abaixo do necessário nos últimos anos, a companhia não conseguiu acompanhar os indicadores médios das demais distribuidoras e os limites determinados pela Aneel. Punida com multas, a empresa alcançou no ano passado o menor índice de DEC desde 2000, mas ainda ficou acima do teto estabelecido pela reguladora. A média dos seis primeiros meses deste ano é de 21 horas, segundo a agência reguladora, seguindo a tendência de ultrapassar o limite.

A frequência de quedas ficou acima do teto apenas em 2009 e conseguiu alcançar o menor índice em 2010. Nos seis primeiros meses do ano, a média se mantém em 16.

Nacional

Segundo a Aneel, em todo o País, a média de FEC no ano passado foi de 11,35, contra 11,72 em 2009. Em Goiás, foi de 16,05. Já o intervalo de tempo das interrupções no fornecimento, medido pela DEC, também foi reduzido na média nacional: caiu de 18,77 (equivalente a dezoito horas, quarenta e dois minutos e dois segundos) em 2009 para 18,40 (equivalente a dezoito horas e 24 minutos) para 2010. Na área de concessão da Celg, o registro foi de 20,85 em 2010.

Segundo a Aneel, a redução na FEC reflete mais qualidade e avanço tecnológico e menor susceptibilidade das redes. Já a DEC está relacionada à necessidade de aprimoramento dos mecanismos de restabelecimento da energia, buscando alternativas para melhoria da qualidade do atendimento, como adequação das equipes, e promovendo ajustes e automação de redes.

Índices ainda são fracos 

Em esforço para dissociar a crise financeira da Celg e os últimos apagões, a direção da companhia divulgou dados que mostram investimentos de R$ 127,9 milhões em manutenção e melhoria nos índices de quedas de energia registrados este ano.


O POPULAR solicitou há dez dias à Diretoria Técnica da Celg informações sobre o valor de investimentos feitos pela companhia nos últimos dez anos tanto na ampliação e melhoria do sistema como em manutenção, mas os dados não foram repassados.

Segundo números deste ano, entre julho e setembro, a companhia alcançou os menores índices de DEC dos últimos cinco anos. As maiores demoras, no entanto, têm ocorrido nos últimos três meses do ano. Já em relação à FEC, os números se mantêm semelhantes aos registrados em 2010.

A direção da empresa divulgou comparativos entre DEC e FEC registrados pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), considerada uma das melhores distribuidoras no País. Apesar de comemorar a proximidade dos índices, os resultados da Cemig quanto a duração e frequência de quedas de energia estão bem abaixo da Celg.

De acordo com a direção da companhia, houve investimentos em R$ 8,5 milhões na expansão e melhoria de redes de distribuição este ano no Estado.

 

Comércio e condomínios impulsionam mercado

 A corrida para comprar grupos geradores ocorre nos mais diversos seguimentos. Entre os clientes estão condomínios residenciais e comerciais, bares, restaurantes, hoteis, moteis, clínicas médicas, hospitais, casas de festas, panificadoras e empresas que trabalham com segurança sãos. O custo do equipamento pode variar entre R$ 600,00 e R$ 90 mil, dependendo da potência.


O gerente de vendas da DCCO Cummins do Brasil, localizada em Goiânia, Carlos Person de Paiva, disse que, proporcionalmente ao número de habitantes, Goiânia é a cidade brasileira onde tem ocorrido mais vendas de grupos geradores de energia, seguido de Brasília. "As falhas no fornecimento de energia pela Celg estão obrigando as empresas a garantirem o próprio abastecimento para evitar prejuízos maiores e transtornos aos seus clientes e moradores de condomínios", disse.

Carlos conta que, nos últimos dez dias, os pedidos de conjuntos de geradores de energia chegaram a triplicar em sua empresa. "Teve um dia desta semana que cheguei a participar de oito reuniões em condomínios residenciais e comerciais para explicar o funcionamento do equipamento e para fechar o negócio."

Nas últimas duas semanas, a DCCO chegou a vender 40 grupos geradores de energia, um recorde, já que a média mensal era de cinco. O gerente da Itacarambi Geradores, Antônio Capistrano de Lima, diz que nunca vendeu tantos geradores como nos últimos dias. "Temos mais de 60 pedidos em carteira", informa.

Os representantes das empresas acreditam num incremento maior das vendas porque o período chuvoso está no começo. Eles lembram que o presidente da Celg, José Eliton, chegou a alertar numa reportagem publicada no POPULAR em 4 de outubro que a população poderia se preparar para apagões mais frequentes de energia em Goiás.

Entre aqueles que se viram obrigados a adquirir um grupo gerador de energia está o Condomínio Serra dos Pirineus, no alto do Setor Bueno. O síndico Rodrigo Rodrigues Toledo, lembra que quando caiu a primeira chuva nessa temporada em Goiânia, em 2 de outubro, o prédio de 20 andares, onde moram 80 famílias, com muitas crianças e idosos doentes, ficou 23 horas sem energia, simplesmente porque caiu uma chave de ligação no poste da rua.

"Os moradores dos andares superiores ficaram ilhados em seus apartamentos e muitos ficaram presos nos elevadores. Decidimos investir na compra do gerador pela nossa segurança, já que acreditamos que, cada vez mais, haverá queda no fornecimento de energia da Celg porque a estatal não faz manutenção no sistema", afirmou.
 

Fonte: Jornal O Popular

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