O governador Marconi Perillo (PSDB) vai hoje à Brasília se encontrar com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB) com o objetivo de encontrar uma solução para as negociações entre o governo estadual e a Eletrobras respeito da Celg. Na audiência, o governador espera que seja batido o martelo sobre a situação financeira da companhia goiana, que é considerado um dos grandes gargalos do Estado.
O governador também se encontrará com os ministros dos Transportes, Paulo Sérgio Passos (PR) e das Cidades, Mário Negromonte (PP).
A reunião entre o governador e Lobão deve ter como eixo a proposta de acordo elaborada pela Eletrobras e que teria sido entregue ao ministro. Conforme o POPULAR mostrou em setembro, a estatal federal propôs transferência de até 49% das ações da companhia goiana, contratação de empréstimo do Estado de Goiás para pagar dívidas e capitalizar a Celg e gestão compartilhada.
A proposta foi modelada através de acordo entre técnicos das duas partes. Na semana passada, o governador disse contar com um acordo entre as duas partes para resolver os problemas da companhia, incluindo as dificuldades financeiras e a série de apagões recentes. "É claro que se não resolvermos a tempo e a hora a questão dos reajustes de tarifa fazendo a renegociação definitiva das nossas dívidas intrassetoriais, não teremos recursos suficientes para investimentos de que precisamos para atender as demandas."
Marconi também disse esperar que "nenhuma força" prejudique o andamento das conversas com o governo federal. "Espero que nenhuma força possa atuar contra os interesses do Estado por razões políticas. Tenho obtido por parte da Eletrobras, do ministério, do governo o federal boa sinalização em relação ao assunto, que é técnico e não pode de forma alguma se transformar em político."
No primeiro semestre, o tucano acusou a existência de possível ingerência política para a solução dos problemas da Celg. "Eu não tenho prova de nada, não posso acusar ninguém, tenho sido bem tratado pelo governo federal. Mas acho que esse assunto já deveria ter sido resolvido há mais tempo", disse à época.
Ao comentar o assunto, ainda em março desse ano, Lobão disse, no programa de rádio Bom Dia Ministro que lamentava as "dificuldades de natureza política" que interromperam o acordo firmado com governo passado.
Histórico
Após ter decidido, ainda durante a transição, no final de 2010, cancelar o empréstimo firmado entre o ex-governador Alcides e o governo federal, o atual governo tenta desde o início do ano conseguir uma solução em acordo com a União. Entre as tentativas, o governo estadual propôs a contratação de empréstimo de R$ 2,7 bilhões. A movimentação foi, no entanto, descartada tendo em vista que o Estado perdeu seu limite de endividamento como resultado do não cumprimento de metas fiscais no ano passado.
13 de outubro de 2011 (quinta-feira)
