Ao comentar os apagões em cidades goianas nos últimos dias, o governador Marconi Perillo (PSDB) disse ontem que, sem reajuste tarifário, a Celg não terá condições de investir em manutenção e ampliação do sistema elétrico para atender a demanda. Desde 2006 proibida de aumentar a tarifa de energia por conta da inadimplência, a companhia tenta fechar negociação com a Eletrobras para aplicar o reajuste.
Em entrevista coletiva concedida antes de viajar para a Itália, na terceira missão internacional este ano, o governador disse ter solicitado ao presidente da Celg e vice-governador José Eliton um relatório cirscunstanciado a respeito dos recentes apagões. O POPULAR mostrou ontem que moradores de Goiânia ficaram até 72 horas sem energia.
O governador terá audiência com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, no dia 13 com esperança de que seja batido o martelo sobre as negociações com a Eletrobras. "É claro que se não resolvermos a tempo e a hora a questão dos reajustes de tarifa fazendo a renegociação definitiva das nossas dívidas intrassetoriais, não teremos recursos suficientes para investimentos de que precisamos para atender as demandas."
Marconi disse esperar que "nenhuma força" prejudique o andamento das conversas com o governo federal. O tucano já acusou interferência política contra o acordo no primeiro semestre. "Espero que nenhuma força possa atuar contra os interesses do Estado por razões políticas. Tenho obtido por parte da Eletrobras, do ministério, do governo ofederal boa sinalização em relação ao assunto, que é técnico e não pode de forma alguma se transformar em político."
O governador também atribuiu as dificuldades do sistema elétrico à falta de investimentos em manutenção nos últimos cinco anos, na gestão do ex-governador Alcides Rodrigues (PP). Segundo ele, este ano houve melhorias.
Marconi fez um balanço dos resultados obtidos nas duas missões anteriores, para a Europa e a Ásia e disse que, desde 1998, as exportações cresceram mais de 400% . "Tivemos resultados expressivos e palpáveis", afirmou.
O governador disse que esta será a última viagem internacional este ano. O governo planejava missão no Oriente Médio, em dezembro, mas decidiu adiar para 2012. Ele viajou a convite do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
06 de outubro de 2011 (quinta-feira)
