A falta de investimentos em manutenção ao longo dos anos deve se refletir em mais problemas para a população, especialmente interrupções de energia, durante o período chuvoso deste ano. A previsão é do presidente da Companhia Energética de Goiás (Celg), José Eliton Júnior, em entrevista ao POPULAR na tarde de ontem. Uma das causas é a falta de poda preventiva para proteção da rede, sob responsabilidade da estatal, que ficou suspensa durante dois anos. O presidente da Celg admite que pouco trabalho de poda foi realizado neste ano. Mesmo alegando esforços, Eliton reconhece que a Celg fechará o ano com um déficit de R$ 100 milhões em sua meta de investimento.
José Eliton revelou que a estimativa era de investir R$ 200 milhões em 2011. Só com manutenção, serão gastos cerca de R$ 60 milhões. "Estamos fazendo todos os esforços necessários, mas o setor elétrico não perdoa. Sem investimentos em manutenção, surgirão problemas. A população pode ficar preparada", afirmou. Mesmo com uma ação emergencial para fazer a poda em todo o Estado - está sendo feita uma contratação em caráter de urgência urgentíssima -, haverá outros agravantes. "Vamos diminuir, mas não resolver totalmente o problema", admite Eliton.
A primeira chuva na capital em mais de cem dias deixou mais de 30% da Região Metropolitana de Goiânia - cerca de 750 mil pessoas - no escuro. No fim da tarde de ontem, esse porcentual havia caído para 4%, segundo informou José Eliton, o equivalente a 70 mil consumidores. Segundo a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR), por volta das 16 horas a Celg havia atendido mais de 3 mil das 5 mil reclamações abertas em todo o Estado.
"Faltam ainda 2 mil, um número bastante considerável, embora a empresa tenha nos informado que está com 428 equipes em todo o Estado", contou ao POPULAR o presidente da AGR, Humberto Tannús Júnior. Ele acrescentou que, além da Grande Goiânia, foram atingidas as regiões de Anápolis, Luziânia e Morrinhos. Tannús Júnior explicou que ontem logo cedo a AGR pediu informações técnicas à Celg. A agência tem um convênio com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para fiscalizar a Celg.
"Dependendo do problema constatado, abre-se processo administrativo", explicou o presidente. Questionado sobre o impacto da crise financeira da Celg, que acumula dívida de R$ 6,809 bilhões, o presidente da AGR destacou que entende que essa é a raiz do problema. "Está claro que o problema de domingo foi provocado por uma ventania muito forte, mas há o problema da falta de investimentos da empresa, inclusive na área de manutenção", diz Tannús. A AGR solicitou à Celg também informações sobre o planejamento e a previsão de investimentos.
Em entrevista à Rádio CBN , o diretor técnico da Celg, Humberto Eustáquio Tavares Corrêa, reconheceu que o número de podas realizado pela empresa em 2011 "deixou a desejar". "Retomamos as podas, mas, como já havia muito tempo que não se fazia, não conseguimos fazer com que todos os galhos fossem retirados do contato com as redes, mas vamos continuar com esse trabalho", disse.
Humberto Eustáquio explicou que a Celg fará dois contratos: um, emergencial, em caráter de urgência urgentíssima, para contratação de empresas para fazer a ação imediata. O outro, cuja licitação deve ser publicada ainda em outubro, prevê a continuação das podas até outubro do ano que vem.
O diretor técnico revelou que ontem de manhã havia 60 mil unidades consumidoras - o equivalente a 180 mil pessoas - sem energia elétrica. "É um contingente considerável, já que a região metropolitana de Goiânia tem 600 mil unidades consumidoras", avaliou. Ele explicou que a Celg enfrentou, especialmente na região da Grande Goiânia, circuitos afetados por problemas como objetos caídos de construções verticais.
"O vento tem como consequência o rompimento de condutores, o contato de galhos com redes de alta e baixa tensão, rompimentos de ramais de serviço", esclareceu. "A chuva até que não foi tão forte, mas o vendaval, sim". A previsão da Celg era de restabelecer todo o fornecimento na noite de ontem.
04 de outubro de 2011 (terça-feira)
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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