No primeiro dia de agenda do governador Marconi Perillo em Cingapura, ontem, a Companhia Enegética de Goiás (Celg) chamou a antenção dos orientais. Marconi se reuniu com representantes de dois fundos de investimentos (consórcios responsáveis por aplicações em empreendimentos econômicos pelo mundo), que demonstraram interesse pela operação e pela situação da estatal.
O Fundo Soberano de Cingapura (GIC, por sua sigla em inglês) e Temasek Holdings - que lideram a lista dos maiores fundos do mundo - abriram a rodada de negócios do governo na Ásia, prevista para durar 13 dias.
Fundado em 1981 e com um capital estimado em U$ 215 bilhões, o GIC administra os excedentes comerciais de Cingapura. O Temasek Holdings, por sua vez, foi criado em 1975 e tem U$ 132 bilhões em ativos. Com o crescimento da economia nacional, ambos têm demonstrado desde 2010 interesse em aumentar suas participações no Brasil.
O GIC quer dar ênfase à compra de títulos acionários -governamentais brasileiros - incluindo papéis da dívida. Os executivos do fundo ficaram curiosos com a realidade operacional da Celg, que tem faturamento anual de R$ 3 bilhões, monopólio regional na distribuição de energia e uma dívida de mais de R$ 6 bilhões, além do potencial energético do Estado com o etanol.
O Temasek, que tem participações na gigante das telecomunicações SingTel, de Cingapura, quer ampliar seus investimentos nos setores de tecnologia e telecomunicações pelo mundo. O governador convidou a Temasek para parcerias na construção de um polo tecnológico entre Goiânia e Brasília. Mas foi a Celg que despertou interesse do fundo.
O presidente, Gregory Curl, pediu ao governador informações detalhadas sobre a distribuição de energia em Goiás, principalmente sobre a oferta de ações da Celg - apresentada como uma das maiores empresas do Centro-Oeste.
Os dirigentes do Temasek marcaram para novembro uma visita ao Brasil, com previsão de incluirem Goiás nas negociações que farão com setores de interesse. Eles estão de olho também no segmento imobiliário.
Infraestrutura
Aos representantes dos dois grupos, Marconi apresentou detalhes das obras de infraestrutura, geração de energia e produção agrícola de Goiás, além do desempenho da balança comercial e outros indicadores econômicos.
O interesse do governo em divulgar o portifólio de serviços e potenciais goianos ocorre simultaneamente ao aumento dos investimentos dos dois fundos na América Latina, com destaque para o México e para o Brasil.
A Temasek, por exemplo, busca ampliar seus investimentos na região. Hoje, apenas 2% do patrimônio do fundo está aqui. A intenção é amplia-lo para pelo menos 5%.
O GIC detém 18,65% do capital do BTG Pactual - banco distribuidor de títulos e valores imobiliários - e 5,3% do Shopping Aliansce.
"Nosso País é considerado, no momento, a saída segura para investidores desconfiados diante da instabilidade econômica dos Estados Unidos - com reflexos em todas as grandes potências econômicas do mundo", observou o governador.
O dia de Marconi em Cingapura terminou com encontro com o corpo diplomático que atua na região. O embaixador Luiz Fernando Serra recebeu o governador com protocolo oficial de chefe de E stado. Ele explicou o interesse dos investidores de Cingapura com os dados sobre o desenvolvimento acelerado de Goiás.
13 de setembro de 2011 (terça-feira)
