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Tratamento de esgoto é parcial

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29/08/2011

Universalizar o acesso à água tratada é uma das principais metas do presidente da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago), Nilson Freire. Segundo ele, o Estado deve atingir este objetivo em no máximo três anos. "Seriam necessários, conforme nossos estudos, cerca de R$ 5 bilhões nos próximos 5 anos para atingir a universalização da água e praticamente dobrar o esgotamento sanitário. Já temos assegurados e estamos trabalhando com cerca de R$ 2,5 bilhões."

   O esgoto coletado em Goiânia ainda não recebe o tratamento adequado. Ao ser lançado no Rio Meia Ponte, apenas 60% dos resíduos são retirados. A situação só deve mudar com a adoção do tratamento secundário, no prazo de até três anos. A falta de água, recorrente em municípios como Aparecida de Goiânia, deve continuar pelo menos até o meio de 2012, quando está previsto o funcionamento do Sistema João Leite. O presidente da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago), Nilson Freire, responde a seguir perguntas dos leitores feitas no Face a Face. Além do abastecimento e esgoto sanitário, ele aborda também a ocupação imobiliária nas proximidades da Barragem do João Leite.   

PERFIL:
Nilson  de Souza  Freire    
Com formação em Direito, Administração, História e Ciências Físicas e Biológicas, e pós-graduação em Políticas e Administração Tributária, o itumbiarense Nilson de Souza Freire, de 47 anos, assumiu a presidência da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) com a meta de universalizar a oferta de água tratada e esgoto em Goiás. É auditor da Secretaria da Fazenda de Goiás desde 1994 e ocupou os cargos de secretário de Finanças e de Saúde, em Itumbiara, entre 2005 e 2010.     

Caio Henrique - Alguns municípios da Região Metropolitana, como Aparecida de Goiânia, têm sofrido com frequên-cia problemas no abastecimento de água. Há risco dessas interrupções se agravarem até o fim da estiagem? Porque essas interrupções ocorrem e quais medidas a Saneago toma para ampliar a capacidade de abastecimento?


Hoje é atendida 60% da população de Aparecida. Esse ano ainda haverá falta de água, mas de imediato, em 45 dias, já será entregue um sistema com capacidade de 300 litros por segundo, e estão sendo investidos mais R$ 260 milhões para resolver a questão da universa-lização do abastecimento de água, que vai ocorrer com a entrada em operação do sistema João Leite, a partir de meados do ano que vem. Com esses investimentos, vamos universalizar e resolver de vez o problema de falta de água. Em relação ao sistema de esgotamento sanitário de lá, os investimentos são maiores. Está sendo construída uma nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e uma parceria estratégica para permitir o investimento de mais R$ 700 milhões e aí universalizar, num prazo de cinco anos, o sistema de esgostamento sanitário. Este ano ainda haverá setores em que vai faltar, porque só vai resolver de vez a partir da entrada em funcionamento do sistema João Leite, mas em 45 dias o problema já será menor, com o sistema Vila Adélia, aqui em Goiânia. O Setor Garavelo é um dos principais afetados, mas que será resolvido com o novo sistema. Aparecida tem detalhes interessantes que a gente gosta de citar. Hoje tem lá 20 mil ligações possíveis, dessas 8 mil já trabalharam com a Saneago e voltaram a usar cisterna. Dos outros 12 mil, a maior parte é de lotes vazios, não tem um andensamento. A falta de planejamento ao longo dos tempos dificulta a infraestrutura e possibilita fatores como esse. Nos investimentos que estamos fazendo, muitos atendem lotes. Nós estamos fazendo um investimento alto, mas que não tem o retorno esperado.



Bruno Lima (via email) - Dizem que a ETE instalada nas proximidades do Jardim Guanabara não funciona plenamente e que parte do esgoto da região estaria sendo lançado no Meia Ponte sem tratamento. Procede? De modo geral, o tratamento do esgoto que vai para o rio é suficiente ou ainda é necessário ampliar essa estrutura de tratamento?

Ela foi inaugurada em 2004 e realmente o tratamento é parcial, ainda é primário. Trata até 60%. Mas já está concluindo uma licitação de R$ 200 milhões, que vai universalizar o tratamento de esgoto sanitário em Goiânia, que vai incluir o tratamento secundário e, a partir daí, em dois anos, o tratamento terá eficiência de 90%. Vai sair hoje de 60% para 90%, que está dentro dos padrões mundiais. Hoje Goiânia é uma das mais bem servidas no País, 77% são coletados e 60% são tratados, de todo o esgoto da população atendida. Os investimentos que estamos fazendo agora amplia a ETE do Parque Atheneu, que já está em obras, e também vai ampliar a capacidade da ETE Dr. Hélio Seixo de Brito. Esperamos chegar a 95%, que é considerado univer-salização, em até três anos, no máximo, com toda população atendida. Parte da obra, R$ 100 milhões, já está andando e R$ 200 milhões em licitação praticamente concluída, para iniciar as obras ainda este ano.

Almiro Marcos (via email) - A Saneago vem alardeando suas preocupações com relação ao reservatório da Barragem do João Leite. No entanto, existem informações sérias de que a bacia do ribeirão sofre com problemas ambientais no meio rural e com questões graves nas áreas urbanas. Agora que o reservatório está cheio, como a Saneago pretende sanar tais problemas antes que seja iniciado o tratamento da água que vai abastecer a capital? Afinal, se a água do reservatório não for de boa qualidade, isso encarece o tratamento. Existem recursos para resolver os problemas da bacia?

Em relação à represa, nós tomamos o cuidado de desapropriar atendendo as normas da legislação atual, no sentido de manter a proteção de até 200 metros da represa. Ela não tem o poder de polícia, mas como temos de proteger as captações, e ali é uma das principais delas. A Saneago tem atuado junto com outros órgãos ambientais, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Ministério Público, todas as entidades no sentido de buscar essa proteção. Ações específicas - realmente há problemas na bacia de agricultura, erosão - tem atuado na questão da educação ambiental, do monitoramento. A partir do ano que vem vamos destinar um valor maior do orçamento e buscar junto aos órgãos que atuam nessa proteção para destinar maior parte de seus orçamento para ações de r ecuperação.

Carla de Oliveira - Há previsão de construção de um parque ao redor do lago da barragem para ampliar a proteção do reservatório?

A criação de parques é uma ação da secretaria de Estado. Hoje já existem dois parques ali: o Altamiro (Parque Ecológico Altamiro de Moura Pacheco) e o Parque dos Ipês. A Secretaria do Meio Ambiente (Semarh) está liderando esse processo no sentido de ampliar, não só com relação a montante, que a Saneago já protege, mas também em relação aos loteamentos que estão sendo construídos ali perto. A Saneago sempre defendeu que a distância fosse maior, mas ela não tem o poder de polícia de impedir, porque ali é uma área já aprovada pelo município, que permite até aquela distância. Agora a Semarh está buscando uma maneira de desapropriar uma área maior para ampliar essa área de proteção.

Carla de Oliveira - Essa aproximação urbana pode, de fato, influenciar na qualidade da água?

Sim porque, mesmo sendo abaixo da represa, à medida que a população aproxima, em que há bairros habitados, tem o risco. Prova disso é o que a gente já tem hoje com o João Leite, e o próprio Meia Ponte, dentro da área urbana. O risco de poluir torna mais caro, influencia na qualidade. O plano diretor está sendo discutido. É o momento de todas as entidades que querem essa proteção agir. O que já está aprovado hoje é bem próximo do João Leite. São loteamentos que foram aprovados ano passado. Nossa equipe da área ambiental está preocupada principalmente em relação ao Meia Ponte, porque há uma intenção de avançar nessa ocupação do solo, atividades imobiliárias, na região próxima da captação, próximo ao Ribeirão São Domingos. E se for aprovado, é o mesmo perigo aqui do João Leite.

 Edilberto De Castro Dias - Os municípios que tiveram suas terras ocupadas pelas águas da Barragem do Ribeirão João Leite estão recebendo alguma compensação financeira ou royalty?

Essa compensação não é a Saneago que cuida. Seria a Secretaria do Meio Ambiente, mas acredito que não, porque não é nos mesmos moldes que ocorre com usinas hidrelétricas. Nesse caso, só desapropriou, mas não tem compensação financeira.

 Luiz de Aquino - Compensação financeira (ou royalty) eliminaria a poluição do lago?

A compensação é no sentido, por exemplo: eu tinha uma terra agricultável e deixo de usar. Ela existe para compensar o município e não particulares. Para os particulares, há a indenização pela desapropriação.

Fernanda Santos - Só quero ver como vão ficar essas pessoas quando suas casas forem inundadas, assim como na cheia do Araguaia em Luís Alves... O que será que os governos andam tendo como princípio para tal empreitada? É o interesse financeiro acima da coletividade?

A questão de loteamento é o município que disciplina. Nossa preocupação é em relação aos impactos que pode ter. A gente cuida da segurança da represa e da utilização da água. Tem os planos, monitoramento. Agora quanto a ocupação do solo, loteamento, é a Prefeitura que regula.

 Carla de Oliveira - Em relação à BR-060, há um certo temor e se questiona a segurança nas rodovias em casos de acidentes mais graves, incluindo veículos com cargas perigosas, que poderiam cair no reservatório. Existem alguma medida nesse sentido?

Já está sendo licitado. Em cerca de sete quilômetros têm cinco pontos de interferência da barragem. A obra será lançada agora em setembro. Serão aplicados R$ 6,7 milhões em proteção com defesas de concreto e calhas próprias para reter, em caso de acidentes, cargas perigosas, para evitar que chegue à barragem. Tem a proteção física e as calhas e caixas para colher esse material em caso de acidente. Comparando com proteção de aço, é diferente, é mais forte, o preço é mais alto e tem as calhas. São defesas reforçadas, como as de pontes. Além de tudo tem todo um plano para, em caso de acidentes, ser aplicado e que faz parte do projeto.

Carla de Oliveira - Qual a expectativa de universalização dos serviços de saneamento?

Nos últimos 5 anos foi investido R$ 1 bilhão em saneamento que permitiu que, nos últimos 10 anos, a gente saísse, no caso da água, de 70% para 90% da população atendida nos 225 municípios que a Saneago atua; e no sistema de esgotamento sanitário, saiu de 30% para 40%. No caso da água, nós estamos bem próximos da universalização e vamos atingir isso em no máximo 3 anos, já com dinheiro assegurado e obras em andamento. Seriam necessários, conforme nossos estudos, cerca de R$ 5 bilhões nos próximos 5 anos, para atingir a universalização da água e praticamente dobrar o esgotamento sanitário. Já temos assegurados e estamos trabalhando com cerca de R$ 2,5 bilhões.


 

Fonte: Jornal O Popular

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