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Meta de energia renovável cria racha entre o governo e a Aneel

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05/08/2011

O Ministério de Minas e Energia interveio em uma decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de reduzir a meta de produção de energia renovável no país. A agência foi obrigada a recuar da sua decisão.
Hoje, o alvo é a geração anual de 4.300 megawatts médios (esse cálculo inclui energia eólica, biomassa e pequenas usinas hidrelétricas).
Mas, no ano passado, a produção ficou bem abaixo, em 2.700 megawatts médios.
A agência então reviu a meta para baixo e publicou resolução sobre o assunto.
Mas, em reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, interveio e pediu o efeito suspensivo da resolução.
Uma nova reunião do comitê foi marcada para hoje, em caráter extraordinário.
É o segundo embate entre Lobão e a Aneel. No início do ano, a agência cassou licenças de operação de termelétricas do grupo Bertin, decisão contestada pelo ministro.
Folha apurou que a decisão do ministério teve como motivo principal a preocupação com os preços do próximo leilão de energia, previsto para os dias 17 e 18.
Um executivo do setor elétrico disse que, ao reduzir a oferta de energia, a Aneel provocou um aumento do "custo marginal de operação", que na verdade sinaliza um aumento dos preços.
Para o leilão deste mês estão inscritos mais de 400 projetos de energia eólica, além de outras fontes renováveis.
O preço máximo foi fixado em R$ 146 o megawatt hora. Investidores estimam que a resolução da Aneel poderia gerar aumento entre R$ 15 e R$ 50 por megawatt-hora nos próximos quatro anos.
O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, disse que é normal ter alguma variação na geração de fontes alternativas.
"Não se pode tirar conclusão em cima de um ano. A própria hidrelétrica tem anos secos e anos úmidos", disse. Hermes Chipp, diretor geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), afirmou que é a primeira vez que se previa uma geração de volumes consideráveis pelas fontes alternativas.
Ele acha que a resolução da Aneel terá que ser debatida em diversas reuniões.
"Os projetos se modificam. Temos de estudar com mais profundidade." Chipp diz que, no caso das eólicas, as unidades atuais têm torres de 50 metros, enquanto os novos projetos consideram torres de 100 metros, com maior capacidade de geração.

 

LEILA COIMBRA - FOLHA DE SÃO PAULO
DO RIO

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