As consequências do impasse sobre o teto da dívida dos Estados Unidos e a possibilidade de calote temporário já são sentidas em países emergentes como o Brasil. O principal reflexo é a valorização da taxa de câmbio local, como ocorreu com o real nesta semana.
A queda do valor do dólar levou o governo brasileiro a tomar medidas para segurar o câmbio na quarta-feira, o que surtiu efeito imediato. Mas em um período mais longo, enquanto permanecer o impasse no Congresso americano e se a moratória for decretada, a tendência é de queda mais forte do dólar.
A desvalorização do dólar neste momento se explica porque os investidores estão fugindo para outros países que são considerados seguros. O franco suíço atingiu valorização recorde, assim como o ouro. A moeda brasileira e o yuan chinês também sofrem o mesmo efeito por serem mercados relativamente seguros e oferecem rentabilidade mais alta.
A moeda da China é mantida desvalorizada artificialmente, por isso seu valor não muda, mas a fuga do dólar obriga o governo a aumentar seus esforços para conter o fluxo de capitais para o país.
A desvalorização do dólar em relação à moeda local é uma notícia negativa para a indústria brasileira, principalmente os exportadores que perdem competitividade. Por outro lado, as importações ficam mais baratas, o que ajuda a conter a inflação.
ECONOMIA
O calote temporário dos EUA também deve ter graves repercussões na economia americana. Para os emergentes, que ainda exportam grande volume de mercadorias para o país, é mais uma notícia negativa.
A economia americana pode ser afetada diretamente se o governo deixar de pagar suas contas, porque menos dinheiro passa a circular automaticamente.
Os juros da dívida americana também devem subir, o que torna mais caro o custo dos empréstimos e ajuda a retrair o consumo e a venda de imóveis -- considerados fundamentais para a recuperação econômica do país.
Fonte: Folha Online
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