Malu Longo
O Corpo de Bombeiros de Goiânia localizou no início da manhã de ontem, numa área privada ao lado do reservatório da Barragem do Ribeirão João Leite, na altura do Jardim Guanabara, em Goiânia, o corpo do pedreiro Laurindo José de Carvalho, 55 anos, que estava desaparecido desde a tarde de domingo quando tentava instalar uma rede de pesca.
O episódio, embora não registrado em área pública, revela as falhas da fiscalização para impedir o acesso de pessoas ao lago construído para abastecer Goiânia e municípios adjacentes de água tratada pelas próximas décadas. Este ano, em pelo menos 30 pontos do reservatórios foram localizados resquícios de pesca.
Laurindo José de Carvalho e o amigo, também pedreiro, Jorge Mendonça da Silva, 37 anos, tinham saído do Residencial Vale dos Sonhos, às margens da BR-153, na tarde de domingo, para pescar no Ribeirão João Leite. "Ele me entregou uns peixes e estava colocando a rede de novo. Virei as costas e fui mexer com o churrasco. Quando olhei para trás, tinha sumido, mas ele tinha bebido", detalhou Jorge.
Com 74 quilômetros, totalmente cercados, e placas a cada 200 metros informando da proibição de banho e pesca, o lago da Barragem do João Leite está desafiando a fiscalização da Saneago e do Batalhão Ambiental da PM. Ivaltemir Carrijo, gerente operacional da barragem, conta que a vigilância é feita 24 horas por dia por homens de uma empresa de segurança privada, contratada pela Saneago, que circulam de motocicletas com tração; por equipes do Batalhão Ambiental e até mesmo por funcionários da barragem que circulam de barco.
Superintendente de Áreas Protegidas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Leopoldo Pacheco conta que as invasões de pescadores pelo Parque Altamiro de Moura Pacheco são constantes. "A rotina de fiscalização tem de ser diária."