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Cadê o dinheiro? Energia Eólica...

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22/07/2011

Não há dúvidas de que o mercado de energia eólica vive seu melhor momento no Brasil. O país chegou ao seu primeiro gigawatt instalado este ano e há pelo menos 5 GW previstos até 2013, sem levar em conta os próximos leilões do governo e a demanda potencial dos consumidores livres. Tanta pujança acaba provocando um efeito colateral: encontrar recursos para todos esses projetos.

Como não podem contar com os bancos comerciais – por conta de juros altos e prazos restritos –, os investidores precisam disputar uma fatia do capital dos bancos estatais de fomento. No caso das eólicas, do BNDES e Banco do Nordeste Brasileiro (BNB). O problema é que quem precisa do dinheiro tem concorrência.

A soma dos investimentos necessários para bancar a expansão da geração de eletricidade chegará a R$ 190 bilhões em 2020. Isso é apenas uma parcela dos R$ 1 trilhão que serão necessários para garantir o crescimento previsto para o setor energético brasileiro até aquele ano – uma média de R$ 100 bilhões por ano. Isso sem contar os investimentos em outras áreas de infraestrutura, como transporte e construção civil.

Os investidores estão descrentes de uma reviravolta na oferta de recursos por bancos comerciais no curto prazo. “Estamos em uma fase de transição de uma economia inflacionária para outra mais estável. Há alguns anos, os bancos comerciais consideravam longo prazo um empréstimo de três meses. Hoje, o prazo já está em três anos. Mas ainda vai levar um tempo para que financiem projetos de 20 anos, como é o caso do setor de energia”, afirma Lauro Fiuza, vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).

No setor eólico, a associação estima que serão necessários R$ 25 bilhões para tirar do papel os projetos previstos – leilões e Programa de Incentivo às Fontes Alternativas. Se for mantida a média de 2 GW contratados por ano, a entidade projeta uma demanda adicional de R$ 8 bilhões em investimentos, dos quais R$ 5,5 bilhões precisariam ser financiados, considerando uma equity de 70%.

É mais que o triplo da verba de R$ 1,5 bilhão disponível para o setor de infraestrutura este ano no Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), a principal fonte de recursos do BNB. O banco tem sido um dos principais financiadores de projetos eólicos, pois 75% das usinas estão em sua área de atuação, a região Nordeste. No início deste ano, havia R$ 5 bilhões em pedidos de empréstimo para o segmento.

Parte da demanda por recursos poderia ser absorvida pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), administrado pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O órgão aprovou 23 cartas-consulta até maio, somando R$ 1,2 bilhão para projetos eólicos. Alguns investidores, no entanto, reclamam que o órgão aprova a carta, mas o empréstimo não é liberado. Os financiamentos também são intermediados pelo BNB, que negocia com o governo federal um aumento da dotação e outras fontes, como o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

O novo presidente do banco, Jurandir Santiago, deu uma sinalização negativa ao assumir o cargo em junho. Não citou nominalmente as eólicas no dia da posse e afirmou que a prioridade do banco era aumentar o microcrédito e ser “um braço no programa de governo de combate à miséria”. Procurado, o BNB não quis se pronunciar.

Competição

Diante desse cenário, sobra o BNDES. “Todo mundo está correndo para o BNDES”, afirma Fiuza. Com desembolsos anuais na faixa dos R$ 160 bilhões, o banco promete dar conta da demanda. Antonio Carlos Tovar, Chefe do Departamento de Energias Alternativas da instituição, garante que não faltará dinheiro para o segmento. “Não existe um setor prioritário na divisão de recursos. Nossa prioridade é dada no spread e os projetos eólicos têm os spreads mais baixos.”

A linha de financiamento BNDES Finem cobre até 80% do valor total do empreendimento, mas a média fica em torno de 70%. Segundo Tovar, com o aumento da competição, a participação do banco fica reduzida. “O percentual está limitado pela capacidade de geração de caixa do projeto. Como os projetos são bastante competitivos para vencer no leilão, acabam prejudicando a geração de caixa, o que impede uma alavancagem alta.”

O banco aprovou até hoje R$ 3,2 bilhões para empreendimentos eólicos, com capacidade total de 889 MW. Este ano, pela primeira vez, o volume concedido foi superior ao das PCHs. Foram aprovados R$ 790 milhões até junho, para 281 MW em parques. O BNDES analisa atualmente R$ 4 bilhões em pedidos de financiamento para parques eólicos, cerca de 1.000 MW. “Os financiamentos para o setor têm crescido a uma média de 30% ao ano e acredito que esse patamar se mantenha nos próximos anos, impulsionado também pelo mercado livre”, afirma Tovar.

Uma das críticas dos investidores é o tempo para liberação das verbas pelos bancos. Em alguns casos, a demora prejudica o fluxo de caixa dos empreendedores, já que precisam recorrer a empréstimos-ponte. Tovar declara que o tempo médio de liberação é de 120 dias, mas que na maioria das vezes os atrasos são causados pelos empreendedores, que não fornecem garantias e informações suficientes sobre o projeto. “Há casos em que dão entrada sem definir detalhes como o fornecedor do equipamento, o que é muito importante para a análise do projeto.”

Consolidação

Como o setor passa hoje por um processo de consolidação, as grandes empresas capitalizadas em bolsa, como CPFL e Cemig, emergem com maior musculatura para planejar e executar os projetos. Além do caixa disponível, têm maior facilidade para obter crédito, pois apresentam mais garantias e segurança para os bancos. “As grandes se capitalizam no mercado e têm mais facilidade em conseguir financiamentos. Elas não têm privilégios, mas para o banco é melhor, mais tranquilo, ele tem mais garantias”, afirma Adão Linhares, presidente da Câmara Setorial de Eólica do Ceará e diretor da RM Energia.

 

Fonte: Revista Brasil Energia

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