Rio- Enquanto o governo tenta mostrar empenho para controlar a inflação, os reajustes de preços administrados pelo setor público têm exercido influência significativa no aumento do custo de vida. Os aumentos do transporte urbano nas principais regiões metropolitanas ajudaram o grupo transporte a responder sozinho por mais de um quarto da inflação de 2,44% medida no primeiro trimestre do ano pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve continuar a registrar a pressão do segmento na inflação de abril, já que o reajuste de ônibus urbanos em cidades como Curitiba (13,5%) e Fortaleza (11,11%) entraram em vigor depois do início de março, deixando resíduos para abril. Além disso, outros aumentos autorizados pelo setor público estão previstos para este mês.
Água e esgoto
As taxas de água e esgoto, por exemplo, já subiram 16% em Curitiba na segunda quinzena de março. Em Goiânia e Belo Horizonte, o serviço deverá ter reajuste de 6% e 7%, respectivamente, nos próximos dias. No interior do Rio, a distribuição de energia elétrica já teve reajuste de 10,5% no meio do mês passado. Na capital fluminense, no início de abril, o metrô subiu 10,7% e os táxis tiveram reajuste de 14% no quilômetro rodado e de 2,3% na bandeirada.
A inflação de abril também deve absorver o reajuste de 3,54% a 6,01% autorizado pelo governo para os medicamentos com preços controlados. Os produtos farmacêuticos têm um peso de cerca de 3% no cálculo do IPCA.
Depois dos alimentos, os transportes têm o maior peso no cálculo do IPCA, o índice oficial de inflação do País, porque está entre os itens que mais consomem o orçamento das famílias. Atualmente, eles têm um peso de cerca de 19%, enquanto o dos alimentos é de pouco mais de 23%.
Nos três primeiros meses do ano, o custo do transporte, incluindo os preços dos combustíveis na bomba, subiu 3,61%, contribuindo com 0,67 ponto porcentual do IPCA no período. Entre janeiro e março do ano passado, a alta havia sido bem menor: 1,70%. O segmento havia iniciado o ano com forte alta em janeiro (1,55%) e desacelerado em fevereiro (0,46%), mas voltou a puxar a inflação.
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Fonte: O Popular
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