Governo quer manter parte da negociação anterior da Celg
26/01/2011
Fabiana Pulcineli
O governo estadual quer aproveitar os trâmites e as condições negociadas pela gestão anterior com a Caixa Econômica Federal e a Eletrobras para obter empréstimo de R$ 1,5 bilhão e promover o encontro de contas com a Celg. A intenção será apresentada hoje no plano de recuperação da companhia, que será anunciado em entrevista coletiva pelo governador Marconi Perillo (PSDB) e o presidente da Celg, José Eliton.
O acordo fechado pelo governo anterior previa empréstimo de R$ 3,7 bilhões, dividido em três parcelas. A diferença, diz o atual governo, é que, além de o valor ser inferior, nenhuma parcela do recurso ficará com o Estado - que, no encontro de contas, abrirá mão da dívida de ICMS, de cerca de R$ 900 milhões.
Como a dívida total da Celg hoje é de cerca de R$ 4 bilhões, o plano de recuperação prevê renegociação de dívidas com bancos pequenos (cujos empréstimos somam R$ 800 milhões) e com o sistema elétrico (R$ 2,1 bilhões de débitos vencidos) e acerto com novo parceiro, que ficaria com até 49% das ações da estatal. O equilíbrio seria alcançado com o aumento da tarifa de energia, proibido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde 2006 por conta da inadimplência, e com a transferência de recursos de programas federais, também suspensos.
Na primeira audiência com o novo governo goiano, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o presidente da Eletrobras, José Antonio Muniz, deram sinais de que não vão facilitar a negociação. Ambos participaram de todas as conversas e articulações para fechar o acerto anterior.
Lobão disse a interlocutores que não entende o motivo pelo qual Marconi atuou contra a operação e afirma que o maior beneficiado seria o próprio governo tucano.
O governador repetiu ao ministro e à imprensa que não era contrário ao empréstimo, mas ao possível destino dos recursos. Além do mais, ele disse que se preocupava com o alto endividamento do Estado.
Embora Muniz tenha dito, também em entrevista, que a operação anterior está cancelada e a negociação, zerada, o governo estadual ainda crê que poderá aproveitar a mesma linha de crédito da Caixa para o empréstimo de R$ 1,5 bilhão. A previsão inicial era contratar R$ 1,2 bilhão, mas houve o adicional para facilitar o pagamento do ICMS devido pela Celg às prefeituras.
O governo também mostrou-se aberto à negociação de transferência de parte das ações para a Eletrobras. No acordo anterior, a estatal federal passaria a ter 6% das ações e comporia gestão da Celg, com todas as quatro diretorias. O governo goiano não está disposto a ceder a gestão no novo acerto, alegando que o valor envolvido na negociação é bem inferior.
Para aparar arestas e facilitar a negociação, o governador pediu apoio do subchefe de Assuntos Federativos, Olavo Noleto, e do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que tem forte influência no setor elétrico no País, com indicações de nomes para os principais cargos.
Lobão solicitou ao governador a apresentação de documento com a proposta de acordo com o governo federal. O plano de recuperação, que já vinha sendo elaborado desde o início do mês, passou pela análise de Marconi no fim da tarde de ontem para apresentação hoje. Ele será levado ainda esta semana ao ministro.
Fonte: Jornal O Popular
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