Com um formato semelhante ao elaborado pelo governo passado, a operação financeira para salvar as contas da Celg recomeçou a ser discutida ontem em Brasília. O governador Marconi Perillo (PSDB), juntamente com seu vice, José Eliton (DEM), que preside a companhia, se reuniu com o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), e se comprometeu a passar ao governo federal uma proposta formal dentro de dois dias.
Participaram também da reunião o presidente da Eletrobras, José Antônio Muniz Filho, e o senador Demóstenes Torres (DEM). Marconi tenta contrair empréstimo para saldar dívidas da companhia com o setor energético e fornecedores, além de retomar os investimentos.
O governador quis saber do ministro se havia a possibilidade de retomarem a proposta do governo anterior, que incluia um aporte de R$ 3,7 bilhões à Celg em troca de 6% de suas ações para a Eletrobras. Mas antes da reunião, o presidente da Eletrobras disse à imprensa que não via possibilidade de manter as mesmas condições do acordo anterior.
"Aquele acordo não existe mais, está zerado", afirmou Muniz. O governador disse à imprensa na saída do Ministério que pediu a reunião para "saber se o empréstimo estava de pé". Marconi admite que articulou para que não fosse finalizado o acordo elaborado pelo governador Alcides Rodrigues (PP) com o governo federal no ano passado.
Justificou que temia que os recursos, que seriam repassados pela Caixa Econômica Federal, fossem desviados de sua finalidade original, que era quitar Na época, Marconi sinalizou à Eletrobrás que poderia não pagar o empréstimo caso ele se concretizasse. O Ministério Público Federal (MPF) também questionou a operação e chegou a conseguir liminar da Justiça determinando que a primeira parcela do empréstimo, de R$ 1,2 bilhão, fosse repassada em juízo. Diante do quadro, o governo federal alegou insegurança para levar a operação adiante e decidiu cancelá-la.
Marconi também afirmou que estuda atrair outras empresas do setor energético para serem parcerias da Celg, injetando recursos na companhia. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foi sondada em novembro do ano passado e o governo estadual já iniciou conversas com outras empresas do setor. O presidente José Eliton, já esteve Florianópolis (SC) para discutir uma parceria.
Um dos primeiros passos do governo para a operação de recuperação da Celg é fazer o encontro de contas com o Estado, em que a companhia receberia cerca de R$ 1,2 bilhão em dívidas. A Secretaria estadual da Fazenda busca um empréstimo para fazer o encontro de contas.
Com isso, o governo espera quitar os débitos mais urgentes com o setor elétrico que possibilitariam o reajuste da tarifa de energia, congelada por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde 2006.
Périplo Após a reunião com o ministro Edison Lobão, Marconi visitou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Pelo Twitter, o governador disse que tratava-se apenas de uma visita de cortesia, embora certamente a questão da Celg tenha sido discutida. Sarney é a pessoa com maior influência no Ministério de Minas e Energia. É do senador a indicação de Lobão para a pasta.
O governador esteve depois com o subchefe de Assuntos Federativos da Presidência, o goiano Olavo Noleto (PT). Marconi, diz Olavo, mostrou disposição em fortalecer a parceria administrativa com o governo federal.
O tucano argumentou que a relação entre governos é diferente da relação no parlamento - como senador, Marconi fez ferrenha oposição ao governo Lula - e disse que em breve vai solicitar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff. Amigos em comum já articulam o encontro.
Conselho estuda concessões e parcerias
Fabiana Pulcineli
Criado na lei da reforma administrativa, o Conselho Estadual de Investimentos, Parcerias e Desestatização terá esta semana a primeira reunião, com a presença do governador Marconi Perillo (PSDB) e de representantes de sete órgãos. O governo começará a estudar a possibilidade de fazer concessão ou Parcerias Público-Privadas (PPPs) em rodovias, hospitais e estatais.
O secretário de Gestão e Planejamento, Giuseppe Vecci, que comanda o conselho, disse que já tratou do assunto com o governador Marconi Perillo (PSDB) e que a reunião deve ser agendada nos próximos dias. O autódromo de Goiânia, o estádio Serra Dourada, Ceasa, Iquego e Metrobus podem sofrer mudanças desse tipo na gestão.
Motivo de polêmica durante a discussão da reforma na Assembleia Legislativa, a possibilidade de privatização é descartada pelo governo. O governador assinou ontem decreto que estabelece a criação de comissão na Ceasa que terá até o dia 4 de março para apresentar uma proposta de solução para a estatal. Participarão da comissão três representantes do governo (Ceasa, Seplan e Secretaria de Agricultura) e outros quatro de envolvidos (concessionários, funcionários, produtores e catadores).
Ontem o secretário acertava também o corte de contratos temporários no Estado, conforme estabelece a reforma. A lei seria sancionada ontem pelo governador e deve ser publicada amanhã. A determinação do governo é cortar 8 mil contratos em até 30 dias após a publicação da lei.
O secretário da Educação, Thiago Peixoto, já apresentou levantamento à Seplan em que prevê corte de 4 mil temporários. Segundo ele, 3 mil contratos já foram encerrados e não tiveram renovação. Para que não faltem professores em sala de aula, o secretário suspendeu as disposições para outros órgãos e transferiu para as escolas aqueles que estavam em funções administrativas. Assim, ele espera contar com cerca de 1,3 mil professores de volta às salas.
Haverá corte ainda na Universidade Estadual de Goiás (UEG) e na Secretaria da Saúde. Juntos, os três órgãos acumulam cerca de 90% dos temporários.
Também como segundo passo após a reforma, estão as mudanças na estrutura complementar. O governo começará na próxima semana a definir os cargos de gerências, coordenações e supervisões - chamados de estrutura complementar - de acordo com as alterações definidas na estrutura básica.
A gestão estadual poderá aumentar em até 15% o número de cargos. Hoje há 630 gerências no Estado, com salários de R$ 3 mil. Vecci garante que não haverá aumento nos valores, mas apenas do quantitativo.
O secretário da Casa Civil, Vilmar Rocha, disse ontem ao Papo Político, na rádio CBN Goiânia, que a nomeação do terceiro escalão deve terminar em fevereiro. Segundo ele, cerca de 70% do segundo escalão já está fechado. "A palavra de ordem agora é implantar a reforma e compor completamente o governo. Ele estará composto completamente até o fim de fevereiro."
Vecci disse que a Seplan iniciará a seleção de gerentes e coordenadores de gestão estratégica por mérito. Ele adianta que já está pronto edital de seleção para 17 vagas na pasta. A inscrição deve começar na próxima semana.
Fonte: Jornal O Popular
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O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949,
com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a
extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...