Celg precisa investir 250 milhões para evitar colapso
Aporte de emergência foi apontado em plano de recuperação entregue ao governador
Fabiana Pulcineli
A Celg necessita de pelo menos R$ 250 milhões de investimentos este ano para evitar um colapso do sistema elétrico em Goiás. O aporte emergencial foi apontado pelo plano de recuperação da companhia, já apresentado ao governador Marconi Perillo (PSDB) pelo presidente da estatal, José Eliton, também vice-governador.
Embora o tucano tenha estabelecido prazo de 30 dias para uma comissão da Celg elaborar um relatório sobre a situação financeira da estatal e apontar soluções, José Eliton diz que a "matriz" do plano foi enviada ao governador ainda na primeira quinzena de janeiro e está sob avaliação.
O documento contém propostas de medidas em três áreas: financeira, de gestão e de investimentos. O primeiro passo do governo é aplicar o encontro de contas, em que o Estado pagaria à Celg cerca de R$ 1,2 bilhão para quitar as dívidas, após o desconto do não-pagamento de ICMS por parte da estatal (cerca de R$ 900 milhões).
A Secretaria da Fazenda tem buscado empréstimo para garantir o aporte à companhia. Enquanto o Estado corre atrás de recursos, o presidente da Celg já negocia o que seria o segundo passo - a definição de um parceiro para a companhia. Nos últimos dez dias, ele esteve em Belo Horizonte (MG) e Florianópolis (SC) para estabelecer contatos com outras companhias.
O governador teve as primeiras conversas com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ainda em novembro, mas já abriu negociações com outras empresas. José Eliton evita dar detalhes sobre os contatos. "Na hora certa, vamos falar disso. Vamos aguardar", diz. Na sexta-feira, ele esteve em almoço com a diretoria da Cemig. No fim de semana anterior, foi a um encontro com o ex-presidente da Celg, hoje no comando da SC Parcerias, Enio Branco.
José Eliton disse que os investimentos na Celg nos últimos anos tiveram grande queda, embora o governo passado tenha destacado que aplicou mais recursos em distribuição de energia que os antecessores. "Pelo contrário, os números apontam para uma queda brutal de investimento e até a falta de manutenção básica", adianta.
O plano deve ser apresentado nos próximos dias pelo governador, diz o presidente da estatal. Ele contém metas para até 2020 e conta também com a preocupação relacionada ao reajuste tarifário - proibido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde 2006 por conta da inadimplência da empresa.
Outro ponto que preocupa o presidente é a falta de inteligência na estatal.
"Notamos que muitos funcionários saíram, inclusive no programa de demissão voluntária, e não houve transmissão de conhecimento. Temos de tomar providências relacionadas a essa questão", diz.
Os serviços de terceirização, assim como todos os demais contratos, estão sendo revistos desde o início do mês. José Eliton afirma que não há intenção de cortar em gastos com pessoal da estatal. "O pessoal de carreira não é problema", disse. Ele adianta que o plano contém proposta de realização de concurso público para preencher vagas na companhia, mas com a necessidade de qualificação.
Este mês, a Celg pagou cerca de 40% do ICMS devido ao Estado e, segundo o presidente, é provável que o pagamento parcial se mantenha até que entrem os recursos do Estado. "Não temos condições de repassar na integralidade", diz. Há um ano e meio, a direção da companhia não tem pagado o valor total.
Enquanto busca um parceiro para a Celg, com a venda de até 49% das ações, a direção da estatal, junto com o governo, tentará também renegociar as dívidas com o setor elétrico, especialmente com a Eletrobras, de cerca de R$ 1,8 bilhão. Só assim, a companhia pode reivindicar autorização para aumento da tarifa. No ano passado, a Aneel aprovou o reajuste de 11%, mas ele não pôde ser aplicado por conta das dívidas da Celg. ¢Ì
Fonte: O Popular
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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