Fabiana Pulcineli

Depois de anunciar empréstimo de R$ 1,2 bilhão para pagar dívidas com a Celg, o governo estadual buscará esta semana a renegociação de dívidas com o sistema elétrico. Só à Eletrobras, a Celg tem dívida vencida de R$ 1,65 bilhão e outros R$ 800 milhões a serem repactuados, segundo dados de levantamento das contas até julho de 2010.

O Giro informou ontem com exclusividade a decisão do governador Marconi Perillo (PSDB), anunciada em assembleia extraordinária da companhia, de buscar o empréstimo para realizar o encontro de contas entre Estado e Celg. O governo tem hoje dívida de R$ 2 bilhões com a estatal, que, por sua vez, deve cerca de R$ 1 bilhão de ICMS - sendo R$ 800 milhões ao Estado.

O governo não confirma ainda a negociação com a Caixa Econômica Federal, banco com o qual a gestão de Alcides Rodrigues (PP) vinha articulando o empréstimo. O secretário da Fazenda, Simão Cirineu, fará contatos também com o Itaú e o Banco do Brasil e avaliará as condições mais vantajosas. O valor do ICMS que deve ser repassado aos municípios - cerca de 200 milhões - será bancado pela Celg.

A Celg tem dívidas também com a Usina de Cachoeira Dourada, de R$ 220 milhões, e com a Agência Nacional de Energia Elétrica, de R$ 50 milhões.

Eliton
O presidente da Celg, José Eliton, disse ontem que a operação do empréstimo será comandada por Cirineu, já que trata-se de negociação do Tesouro, e que está dedicado ao plano de recuperação da empresa, a ser entregue em fevereiro.


Além de buscar a renegociação das dívidas, a Celg vai intensificar conversas para atrair parceiros para capitalizar a estatal. O governador já afirmou que pode transferir até 49% das ações, mantendo assim o controle acionário ao Estado. Já houve conversas com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), mas pode haver acertos também com outras empresas.(Colaborou Deire Assis)


Fonte: Jornal O Popular - 09/01/2011