Ao tomar posse na presidência da Celg, o vice-governador José Eliton (DEM) anunciou ontem que o plano de recuperação da empresa começará pelo encontro de contas entre a Celg e o Estado, visando a redução imediata de R$ 700 milhões da dívida de aproximadamente R$ 4 bilhões que a companhia tem.
A meta, segundo o novo presidente, é que o encontro de contas consiga posteriormente reduzir em até R$ 2 bilhões a dívida da estatal. O aporte financeiro, na avaliação do governo, daria fôlego suficiente à empresa para valorizar suas ações no mercado, permitindo negociar em condições mais favoráveis a venda de até 49% do capital para outra empresa. A Secretaria da Fazenda estuda a possibilidade de contrair um empréstimo de R$ 1,3 bilhão para completar o montante.
"Com esses recursos, começaremos uma negociação intrasetorial com o sistema Eletrobrás dos débitos da Celg e vamos resgatar a confiança do mercado na empresa", afirmou Eliton. "Temos consciência que apenas esse aporte (R$ 2 bilhões) não será suficiente para solucionarmos definitivamente a questão da Celg, então vamos buscar parcerias com outras instituições para a solução definitiva."
O governo já iniciou conversas com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), mas ainda pretende negociar outras empresas do setor. Tanto Eliton quanto o governador Marconi Perillo (PSDB) enfatizaram em seus discursos que, apesar da venda de parte das ações, o Estado continuará como controlador da empresa.
Outra frente de ação para capitalizar a Celg, após regularizada as pendências com o setor energético, será receber os créditos que a empresa tem com a União.
José Eliton calcula que só através do programa federal Luz no Campo, a Celg teria a receber hoje cerca de R$ 400 milhões. O valor está retido devido à inadimplência da estatal goiana com a Eletrobrás. Quitando essa dívida, a Celg também teria autorização para reajustar em 11% sua tarifa, congelada há 4 anos.
O Palácio das Esmeraldas já descartou pegar o empréstimo de R$ 3,7 bilhões autorizados pelo governo federal para saldar as dívidas da Celg. "Sobrecarregaria demais o Tesouro Estadual, causaria o absoluto esvaziamento da capacidade de endividamento do Estado", justifica Eliton. "Implicaria também a transferência da gestão da Celg para o sistema Eletrobras sem a contrapartida necessária com relação aos ônus que eventualmente advissem dessa gestão."
O novo presidente afirmou que não há risco de haver a caducidade da concessão durante o período de reestruturação. Disse que a Aneel garantiu a ele que, iniciado o processo de recuperação, não haveria intervenção.
O plano de reestruturação da Celg prevê também a revisão de todos os contratos e licitações em andamento. Ontem o vice-governador criou uma comissão para analisar e reduzir os gastos da estatal. "Percebemos que muitos serviços prestados à Celg estão sendo feitos a um preço muito elevado", disse José Eliton. Marconi diz que critério foi técnico
Embora uma grande parcela da nova direção da Celg tenha sido ocupada por nomes com carreira política, o governador Marconi Perillo (PSDB) defendeu ontem, em discurso na solenidade de posse de José Eliton (DEM), que a nomeação seguiu critérios técnicos.
Marconi citou o exemplo do novo presidente da companhia: "Até meses atrás, José Eliton não era político, era um advogado bem sucedido. Só após sua indicação como meu vice é que ele ingressou na política", justificou o governador. E prometeu: "A Celg não pode ser questão de governo, mas de Estado. Haverá zero de interferência política na gestão e no conselho da Celg".
Mas entre os nomeados para a diretoria da Celg estão aliados políticos do tucano como o ex-presidente do Detran Bráulio Moraes, que é ligado ao DEM, e o ex-secretário estadual de Cidades Orion Andrade (PSDB). O Conselho da estatal conta com o ex-prefeito de Goiânia Nion Albernaz (PSDB) e com o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA) - que já presidiu a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).
Fonte: Jornal O Popular
Durante a campanha eleitoral, o governador prometeu que nomearia um comando estritamente técnico para administrar a empresa. Marconi voltou a criticar o acordo que o governador Alcides Rodrigues (PP) costurou com o governo federal para quitar as dívidas da companhia e admitiu que recorreu "a tudo e a todos" para não deixar que a operação se concretizasse.
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O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949,
com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a
extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...