O Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com ação civil pública na Justiça do Trabalho contra os atos arbitrários do gerente do Distrito da Saneago de Itumbiara, Ismael Carlos de Araújo Júnior. Após um processo administrativo, no qual o MPU ouviu os trabalhadores do local, o órgão, que tem o dever legal de ser o fiscal da lei, decidiu entrar com a ação.
Diante da importância do processo, que ainda terá audiência inicial em fevereiro de 2011, o juiz da vara de trabalho de Itumbiara expediu uma liminar determinando que a Saneago afaste Ismael Carlos da função de gerência, retornando-o à sua função de origem. A partir do momento em que for notificada, a Saneago terá 48h para afastar o gerente sob pena de pagamento de R$1000,00 de multa diária, caso não o faça.
Essa decisão é de suma importância para que empresas como a Celg e a Saneago tomem medidas para coibir ingerências e abusos por parte de seus funcionários de confiança. No caso específico da Saneago de Itumbiara, a direção da empresa já estava ciente do problema a mais de um ano. Os trabalhadores já haviam feito, inclusive, um abaixo-assinado solicitando uma intervenção por parte da estatal no sentido de melhorar aquele ambiente de trabalho. O sindicato também havia conversado sobre o assunto com a presidência da Saneago em pelo menos duas oportunidades, ainda assim, nada foi feito. Diante disso, os trabalhadores decidiram buscar suporte junto ao Ministério Público do Trabalho.
O sindicato ainda tem conhecimento de vários outros gerentes que cometem atos arbitrários e acabam por penalizar os trabalhadores sob suas responsabilidades. Porém, como muitos trabalhadores tem medo de denunciar, eles continuam em suas funções, já que as empresas não se preocupam com a qualidade do ambiente de trabalho de seus funcionários.
A obrigação de um gerente é criar um bom ambiente para o trabalhador e não torturá-lo psicologicamente e assediá-lo moralmente como vemos em muitos lugares. Devido a isso, percebemos o quanto essa ação civil pública poderá ajudar a categoria e até alertar as empresas para que não mais permitam esse tipo de atitude em seus ambientes.