O governo de Goiás solicitou à Caixa Econômica Federal que não libere a primeira parcela do empréstimo destinado a equilibrar as contas da Celg até que haja uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região sobre a liminar que bloqueou o dinheiro.
Na segunda-feira, o governador Alcides Rodrigues (PP) e o secretário da Fazenda, Célio Campos, estiveram na Caixa, em Brasília, para explicar a situação. Eles buscaram também nova conversa com o presidente do TRF, desembargador Olindo Menezes, responsável pela decisão sobre o pedido de suspensão da liminar, mas ele estava em viagem e não pôde atendê-los.
A expectativa do governo é que Olindo retorne hoje de viagem e tome a decisão ainda esta semana. Se o julgamento for adiado, governistas já mostram desânimo em relação à liberação dos recursos.
Alcides e Célio estiveram em audiência com Olindo na quarta-feira passada, dois dias depois que a juíza substituta Luciana Laurenti Gheller, da 4ª Vara Federal, acatou parcialmente pedido de liminar do Ministério Público Federal (MPF) do dia 16 de novembro que questionava a legalidade da operação e pedia a suspensão do repasse.
Embora Olindo tenha informado que viajaria, o governo contava com o julgamento favorável para garantir a liberação até ontem. Segundo Célio, o governo optou por pedir à Caixa que não transfira o valor da primeira parcela - de R$ 1,2 bilhão - porque o banco já iniciaria a cobrança dos juros.
"O dinheiro ficaria parado e o Estado teria de pagar juros. Não tem sentido", explica Célio, que entregou à Caixa documento formalizando o pedido para que os recursos não saiam.
A decisão judicial que bloqueou os recursos saiu logo depois que o governo conseguiu resolver questões burocráticas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e a Caixa, referentes ao empréstimo de R$ 770 milhões para a Celg. O valor seria utilizado para pagar ICMS ao Estado e garantir as condições de recebimento da primeira parcela do total de R$ 3,27 bilhões.
Célio lamentou a possibilidade de que a negociação seja zerada, após três anos de conversas com o governo federal. "Só quem perde com isso é o Estado."
Fonte: Jornal O Popular
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