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Pesquisadora analisa efeitos da terceirização de serviços

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12/11/2010
As mudanças nos modelos organizacionais e de gestão do trabalho, o avanço da terceirização de serviços, que leva a uma maior precarização das relações sociais de trabalho e de vínculos com a empresa, aliado à degradação do ambiente, seja ele interno (nas empresas) ou do meio ambiente em geral, têm levado a um maior índice de adoecimento do trabalhador e crescimento no número de acidentes de trabalho nas últimas décadas.

A avaliação foi feita pelas pesquisadoras do Centro de Recursos Humanos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Maria da Graça Druck de Faria e Tânia Maria de Almeida Franco, durante a palestra de abertura do 4º Congresso Internacional sobre Saúde Mental no Trabalho, que começou ontem e prossegue até amanhã, em Goiânia.

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas (Unicamp), Maria da Graça frisa que o processo de precarização social do trabalho, vivenciado em todo o mundo - e não só no Brasil -, provoca impactos importantes na sociedade, como aumento do desemprego, a perda de direitos voltados para maior segurança e vínculos no emprego, de direitos sociais e políticas de benefícios, e crescimento do nível de adoecimento e de acidentes de trabalho nas empresas.

Segundo assinala, o trabalhador vive em constante pressão, seja para o cumprimento de metas, em alguns casos inatingíveis, que levam ao cumprimento de jornadas exaustivas, aumentando os riscos de acidentes, além de outras formas de pressão, como assédio moral e a gestão pelo medo.

Para Maria da Graça, somente a movimentação e organização dos trabalhadores e a atuação do Estado, na regulação dessas relações, é que podem levar a uma redefinição das relações de trabalho, que sejam mais favoráveis ao trabalhador.

Tânia Maria de Almeida Franco, doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia, acrescenta que a precarização é um processo multidimensional, que afeta a saúde do trabalhador e pode ser dividida em cinco grandes dimensões: dos vínculos e relações de trabalho; das organizações e condições de trabalho; do reconhecimento social e da valorização simbólica do indivíduo no trabalho; das condições de representação e organização sindical; e das condições de segurança e saúde do trabalho.

Procurador-chefe do Trabalho em Goiás e coordenador do Fórum de Saúde e Segurança no Trabalho do Estado de Goiás, Januário Justino Ferreira explica que o objetivo do evento é esclarecer profissionais sobre a questões de saúde e segurança, que atinge os trabalhadores, expostos cada vez mais a grandes pressões, que podem desencadear sérios problemas de saúde, como a síndrome de Burn-out, quando o estresse chega a níveis muito altos, levando a problemas físicos e familiares.

Fonte: Jornal O Popular

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