Na primeira reunião da equipe de transição constituída pelo governador eleito Marconi Perillo (PSDB), na tarde de ontem, a Celg foi considerada "o principal abacaxi do próximo governo". Sem as informações detalhadas do acordo firmado entre a atual gestão estadual com o governo federal para equilibrar as contas da companhia, o coordenador geral da equipe, vice-governador eleito José Eliton (DEM), se reuniu ainda ontem com um grupo da Celg e outros membros da transição técnica para discutir a situação da estatal.
A atenção especial à Celg está incluída nos principais pontos de trabalho da equipe de transição, detalhado pelo coordenador da parte técnica, Giuseppe Vecci (leia o quadro). A proposta é apresentar um mapa de ações para os primeiros 100 dias do governo de Marconi.
Mas a Celg pode ser um entrave. Tanto a possibilidade de ser concretizado o acordo para sanear a empresa como também a hipótese do governo federal recuar da operação de crédito estão sendo estudadas pela equipe de transição. Na primeira, além de ficar sem gestão sobre a companhia, o Estado usaria toda sua capacidade de endividamento, o que dificultaria para Marconi levantar recursos e cumprir promessas como recuperação de estradas e outras obras de infraestrutura.
Na segunda hipótese, se o governo federal retirar a ajuda oferecida à Celg, caberia a Marconi tentar um plano de reestruturação da empresa ou federalizá-la, absorvendo para o Estado uma dívida de R$ 4 bilhões. Neste caso, a equipe já aponta os créditos do governo estadual com a União para atrelar o pagamento da dívida a uma ação judicial.
"Vamos buscar junto com a equipe de Alcides informações sobre esse acordo, no sentido de ver primeiro se ele vai se aperfeiçoar. E, se não, quais são os melhores caminhos para a recuperação da Celg", afirmou José Eliton.
Por ora, o que a equipe de Marconi tem em mãos é apenas o contrato de empréstimo em que a Celg levantou cerca de R$ 700 milhões com a Caixa Econômica Federal (CEF). Apesar de Eliton negar dificuldades para obter documentos da operação, um membro da equipe de transição disse ao POPULAR que as informações já foram buscadas junto ao Executivo e na própria Celg, sem sucesso.
"Funcionários antigos, de carreira, que deveriam estar envolvidos ativamente na formulação desse acordo para sanear a Celg, não sabem de nada", criticou a fonte. Será sugerido que Marconi, junto com deputados federais goianos, vá até a Eletrobras com o objetivo de obter as cláusulas do acordo.
Um ofício será encaminhado na manhã de hoje para o governador Alcides Rodrigues (PP), com cópia do ato de constituição da equipe de transição de Marconi, solicitando que o governo aponte seus integrantes que participarão do processo. Na semana passada, Alcides disse que não tem pressa.
"Temos receio de que ele (o governador) crie dificuldade. Mas a transição é um processo natural e ela já começou, não tem outro jeito. Querendo ou não (Alcides), dia 31 de dezembro vai chegar", disse um membro da equipe de transição criada por Marconi.
Integram essa equipe Antônio Faleiros, Ênio Paschoal, Fernando Cunha e Jalles Fontoura na parte política; Daniel Goulart, Jaime Rincon, João Furtado - que não estava presente à reunião de ontem - e José Carlos Siqueira na área técnica.
Preocupações Uma série de projetos do governo em tramitação e já aprovados preocupam a equipe tucana de transição. São projetos que alteram plano de carreira de várias categorias de servidores públicos, cria carreira jurídica para delegados, o que vai provocar impacto nas despesas públicas no próximo ano. Foi aceso sinal de alerta também com ações como contratação de servidores no final desse governo e abertura de licitações.
Estrutura de cargos deve sofrer mudanças
Entre as primeiras medidas do próximo governo, mudanças na estrutura do Estado já são dadas como certas por membros da equipe de transição do governador eleito Marconi Perillo (PSDB). Os superpoderes da Secretaria da Fazenda (Sefaz) estão com os dias contados - o Gabinete do Controle Interno deve voltar para a governadoria e a gestão de pessoal (antiga Aganp nos governos tucanos) também deve sair da alçada da Sefaz.
Diante dessas e de outras mudanças, a expectativa de alguns integrantes da equipe de transição é de que Marconi convocará extraordinariamente a Assembleia já em janeiro.
Hoje, Marconi viaja para Belo Horizonte acompanhado do coordenador da transição técnica, Giuseppe Vecci. A missão é buscar subsídios para implantar em Goiás o modelo de gestão baseado na meritocracia, em metas para o secretariado e no acordo de resultados.
À noite, o tucano participara de evento do setor produtivo em Anápolis e depois prestigia a entrega de título de cidadania para o vereador e empresário Wilder Pedro de Morais, primeiro suplente do senador reeleito Demóstenes Torres (DEM).
Transmissão Coordenador político da equipe de transição de Marconi, o ex-prefeito de Goiânia Nion Albernaz (PSDB) demonstrou ontem que não está de pleno acordo com a ideia do tucano de receber o cargo com grande festa no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON), logo nos primeiros minutos do dia 1º de janeiro.
Nion ponderou sobre as condições climáticas e de segurança do local, para uma grande festa na virada do ano. "É a forma mais viável de fazer uma transmissão de cargo? E se chover? E ali não é uma rodovia? E se alguém for acidentado?", questionou o tucano.
As ponderações de Nion batem de frente com as várias declarações de Marconi, que ainda em campanha já dizia fazer questão de receber o terceiro governo no CCON.(N.L.)
Fonte: Jornal O Popular
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O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949,
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