Enquanto aqui no Brasil o assunto só ganha o noticiário quando acontece um apagão, a União Europeia planeja medidas drásticas. Substituir as lâmpadas incandescentes por opções mais eficientes (de modo progressivo, claro) é lei desde março de 2009. A meta: reduzir o consumo de eletricidade em 80 terawatts por hora até 2020 - o equivalente ao consumo da Bélgica ou de 23 milhões de lares europeus! Mas por que esse tipo de lâmpada tem fama de vilão? De toda a energia elétrica necessária para que ela funcione, pouco (entre 8 e 15%) transforma-se em luz, o restante vira calor. Só na Europa, 32 milhões de toneladas de carbono são despejadas na atmosfera por ano, segundo a Comissão de Energia da UE. Então as fluorescentes irão reinar? Por lá, sim. Mesmo contendo mercúrio, mais complicado de reciclar, será fácil devolver lâmpadas em postos de coleta .
Especialistas brasileiros ponderam que a substituição precisa de critérios. "Ao acender, a fluorescente consome quase 50% mais do que gasta para se manter ligada", explica Carlos Eduardo Uchôa Fagundes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux). Por isso, em locais de uso rápido, como despensas e lavabos, sua vida útil diminui e ela perde a vantagem econômica.
"A incandescente, nessas condições, é mais adequada. Use um sensor de presença ou um dimmer para reduzir o consumo", ensina o designer Guinter Parschalk, especialista em iluminação. "Em ambientes que pedem aconchego, a incandescente se faz insubstituível", avalia o designer Fernando Prado. Na comparação, esse tipo de lâmpada leva vantagem em outros dois quesitos: tem produção nacional - a maioria dos bulbos compactos vem da China - e reciclagem bem mais simples, um alívio do ponto de vista ambiental.
Qualquer que seja a escolha, alguns comportamentos devem mudar. "Arquitetos e engenheiros precisam buscar um ponto de equilíbrio entre a iluminação natural e a artificial e usar lâmpadas de alto desempenho energético, sem deixar de lado o conforto", defende o arquiteto paulista Marcio Moraes, que bolou a tabela comparativa acima. Analisando-a, se observa que a diferença no total de custos vem do consumo de energia. E que os sistemas 1 e 2 possuem índice de reprodução de cor (IRC) igual a 100%, ou seja: as cores dos objetos não se alteram. A opção com led (diodo emissor de luz) promove menor gasto de energia, mas custa mais. "Ainda é algo novo, com preços altos. O desenvolvimento de novas tecnologias tende a reduzi-los", avalia o designer Fernando Prado.
O ciclo de vida do led é mais sustentável: não há contaminação no descarte e o alumínio ou o aço da estrutura podem ser reciclados. "Por durarem muitos anos, vão bem em áreas de difícil acesso, como piscinas, sancas e jardins", diz Guilherme Sartori, gerente de produtos da Osram. Também funcionam bem em locais onde se precisa da luz durante todo o dia, como em elevadores e halls de condomínios. "Nesses casos, a economia de energia é significativa", diz o engenheiro Luiz Nilton Palladino, da Soliton, indústria de tecnologia em led. Segundo ele, em obras com muitas luminárias o cabeamento da energia sai mais em conta, pois são utilizados cabos com bitola menor. "Além de possuir tons variados, o led não emite raios infravermelho e ultravioleta, por isso não prejudica a pele das pessoas e não gera calor, reduzindo o consumo de ar condicionado", explica Nilton.
DESCARTE RESPONSÁVEL
Cerca de 6 milhões de lâmpadas fluorescentes são descartados anualmente no Brasil. A reciclagem, porém, não chega a 4% desse total. "Isso vira um problema ambiental em função da presença do mercúrio, que vai para o solo e os lençóis freáticos", alerta Carlos Pachelli, da Tramppo, tel. (11) 3039-8382, empresa paulista que recicla o material. Em São Paulo, as lojas Dominici e La Lampe passaram a coletar o resíduo dos clientes.
OUTRAS RECICLADORAS:
• Bulbox, tel. (41) 3357-0778, Curitiba.
• Recicle, tel. (47) 3333-5055, Indaial, SC.
• Recitec, tel. (31) 3213-0898, Belo Horizonte. Veja outras no site www.coletasolidaria.gov.br.
A conta na ponta do lápis
Para iluminar um ambiente de 15 m2, com pé-direito de 2,80 m, forro branco, paredes em tom areia e piso de madeira, três lâmpadas incandescentes comuns de 100 w garantem a iluminância média (150 lux), recomendável pela Norma NBR 5 413 para atividades gerais em uma residência. Veja o que acontece quando substituímos essas lâmpadas por outras equivalentes, mas com tecnologias diferentes. Compare e economize!
SISTEMA 1
3 lâmpadas comuns incandescentes (R$ 2,50 e 100 w cada)
Fluxo luminoso nominal - 1 620 lúmens
Índice de reprodução de cor - IRC - 100%
Quantidade média de luz no ambiente - 150 lux
Vida média da lâmpada - 750 horas
Gasto com compra de lâmpadas em 1 ano - R$ 10
Energia gasta em 1 ano - R$ 126
Total de gastos em 1 ano - R$ 136
SISTEMA 2
3 lâmpadas halógenas energy saver (R$ 6,50 e 70 w cada)
Fluxo luminoso nominal - 1 450 lúmens
Índice de reprodução de cor - IRC - 100%
Quantidade média de luz no ambiente - 135 lux
Vida média da lâmpada - 2 mil horas
Gasto com compra de lâmpadas em 1 ano - R$ 9,75
Energia gasta em 1 ano - R$ 88,20
Total de gastos em 1 ano - R$ 97,95
SISTEMA 3
3 lâmpadas fluorescentes compactas (R$ 18,50 e 23 w cada)
Fluxo luminoso nominal - 1 400 lúmens
Índice de reprodução de cor - IRC - 80 a 89%
Quantidade média de luz no ambiente - 130 lux
Vida média da lâmpada - 6 mil horas
Gasto com compra de lâmpadas em 1 ano - R$ 9,25
Energia gasta em 1 ano - R$ 28,98
Total de gastos em 1 ano - R$ 38,23
SISTEMA 4
3 lâmpadas led (R$ 206 e 8 w cada)
Fluxo luminoso nominal - 600 lúmens
Índice de reprodução de cor - IRC - 80%
Quantidade média de luz no ambiente - 123 lux
Vida média da lâmpada - 70 mil horas
Gasto com compra de lâmpadas em 1 ano - R$ 25,75 (total diluído em 24 anos)
Energia gasta em 1 ano - R$ 10,16
Total de gastos em 1 ano - R$ 35,91
Fonte: Portal Planeta Sustentável
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teve seu início no ano de 1949, com a criação da Associação dos Funcionários da CELG. O segundo passo importante dessa história foi dado com a extensão de base para a Associação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás...
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