23/08/2010
Marília Assunção
Há dois anos, Goiás era o 18º estado brasileiro em número de municípios que possuiam rede coletora de esgoto - 69, de 246 municípios. Também estava nove pontos abaixo da média nacional (44%) de domicílios atendidos com rede coletora dos dejetos. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) 2008, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostrou números relativos a abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais, todos abrangidos pela Lei 11.445 de 2007, que criou os marcos regulatório de saneamento básico. A PNSB concluiu que a água tratada alcança 99% dos 5.564 municípios, a coleta de lixo é feita em todos eles e a rede de esgoto só existe na metade.
Em termos residenciais, Goiás possuia só 67% das moradias não tinham cobertura. São lares como o da dona de casa Maria Onélia Reis, no Parque Amazonas, em Goiânia, que espera há dez anos pela coleta de esgoto. "A fossa é muito ruim, junta barata, entope", reclama ela.
A reportagem não conseguiu falar com o presidente da Saneago, Nicomedes Borges. Mais cedo, a assessoria dele enviou à TV Anhanguera uma nota onde discordava do levantamento do IBGE. Segundo a nota, a empresa contabiliza que 39% da população goiana atendida hoje pela empresa tem rede de esgoto.
Outro problema revelado pela PNSB 2008, observa o supervisor de Pesquisas Sociais do IBGE em Goiás, Alessandro de Siqueira Arantes, é quanto à destinação do lixo hospitalar. "Em Goiás, 216 municípios faziam a coleta em 2008, mas o problema é o que eles faziam com esse lixo hospitalar depois de coletar", cita. A pesquisa mostrou que 71 municípios processavam o lixo contaminado, mas 79 despejavam em lixões e aterros, junto com o lixo comum.
Em termos nacionais, a pesquisa revelou que 56% dos domicílios não possuíam ligação com a rede de esgoto há dois anos, o que representava 32 milhões de unidades com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Por outro lado, significa que o porcentual de residências cobertas pela coleta cresceu em oito anos da mesma década, considerando que, em 2000, 66,5% das unidades não estavam ligadas à rede de esgoto. Em 2008, 79% dos serviços existentes tinham ampliado ou melhorado o sistema, contra 58% de 2000.
Entre os avanços nacionais no saneamento básico houve destaque no fornecimento de água tratada, que atingia 87,2% dos municípios brasileiros, contra 18% existentes oito anos antes.
Fonte: Jornal O Popular
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Há dois anos, Goiás era o 18º estado brasileiro em número de municípios que possuiam rede coletora de esgoto - 69, de 246 municípios. Também estava nove pontos abaixo da média nacional (44%) de domicílios atendidos com rede coletora dos dejetos. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) 2008, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostrou números relativos a abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais, todos abrangidos pela Lei 11.445 de 2007, que criou os marcos regulatório de saneamento básico. A PNSB concluiu que a água tratada alcança 99% dos 5.564 municípios, a coleta de lixo é feita em todos eles e a rede de esgoto só existe na metade.
Em termos residenciais, Goiás possuia só 67% das moradias não tinham cobertura. São lares como o da dona de casa Maria Onélia Reis, no Parque Amazonas, em Goiânia, que espera há dez anos pela coleta de esgoto. "A fossa é muito ruim, junta barata, entope", reclama ela.
A reportagem não conseguiu falar com o presidente da Saneago, Nicomedes Borges. Mais cedo, a assessoria dele enviou à TV Anhanguera uma nota onde discordava do levantamento do IBGE. Segundo a nota, a empresa contabiliza que 39% da população goiana atendida hoje pela empresa tem rede de esgoto.
Outro problema revelado pela PNSB 2008, observa o supervisor de Pesquisas Sociais do IBGE em Goiás, Alessandro de Siqueira Arantes, é quanto à destinação do lixo hospitalar. "Em Goiás, 216 municípios faziam a coleta em 2008, mas o problema é o que eles faziam com esse lixo hospitalar depois de coletar", cita. A pesquisa mostrou que 71 municípios processavam o lixo contaminado, mas 79 despejavam em lixões e aterros, junto com o lixo comum.
Em termos nacionais, a pesquisa revelou que 56% dos domicílios não possuíam ligação com a rede de esgoto há dois anos, o que representava 32 milhões de unidades com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Por outro lado, significa que o porcentual de residências cobertas pela coleta cresceu em oito anos da mesma década, considerando que, em 2000, 66,5% das unidades não estavam ligadas à rede de esgoto. Em 2008, 79% dos serviços existentes tinham ampliado ou melhorado o sistema, contra 58% de 2000.
Entre os avanços nacionais no saneamento básico houve destaque no fornecimento de água tratada, que atingia 87,2% dos municípios brasileiros, contra 18% existentes oito anos antes.
Fonte: Jornal O Popular
