11/08/2010
Maria José Silva
A estiagem verificada em todo o Estado há exatos quatro meses, associada às altas temperaturas e à baixa umidade do ar, tem levado milhares de pessoas a sofrer os danos do desabastecimento. Conforme levantamentos da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago), seis localidades do território goiano já padecem com a falta de água em grande parte do dia. A situação pode agravar-se ainda mais, já que o período chuvoso só deve iniciar na segunda quinzena de outubro, conforme preveem o 10º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia e o Sistema de Meteorologia da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia.
Os levantamentos da Superintendência do Interior da Saneago revelam que tem faltado água nas torneiras das casas e estabelecimentos comerciais de seis localidades (veja quadro). O superintendente Eli Baeta acentua que também estão sob o risco de padecer com o abastecimento descontínuo nos meses de setembro e outubro os moradores de cinco localidade (veja quadro).
Engenheiro civil lotado na Saneago há cerca de 30 anos, Eli Baeta destaca que a falta de água está ligada ao longo período de seca e calor, predominante em Goiás entre abril e outubro, e aos "maus hábitos" da população. "As pessoas consomem mais água justamente nesta época em que o volume diminui nos mananciais e nos poços artesianos", sublinha o superintendente.
Com o intuito de aliviar o desconforto causado pelo calor, as pessoas tomam mais banho, lavam calçadas, jogam água na porta de casa, lavam carros e regam plantas. O secretário do Meio Ambiente da cidade de Goiás, Júlio Rotelli Crosara Filho, classifica este tipo de conduta como "danosa". O Ribeirão Bacalhau, que abastece grande parte da cidade, já está com o volume de água abaixo do normal. Com receio de que o município que ostenta o título de Patrimônio Histórico da Humanidade também seja atingido pela sequidão, Júlio Rotelli começou a desenvolver campanha de conscientização nos veículos de imprensa local, orientando os moradores a não desperdiçarem água.
Conforme a Saneago, Linda Vista, povoado de Cesarina, é uma das localidades mais afetadas pela escassez de água. O lugarejo, de cerca de 800 habitantes, é abastecido por poço artesiano. De acordo com Eli Baeta, o nível da água baixou de 5 mil litros por hora para 3 mil litros de água por hora. Na tentativa de diminuir o drama vivido pela população, um caminhão-pipa percorre várias vezes ao dia os 15 quilômetros que separam o povoado da sede do município. Ele leva água captada em Cesarina para o reservatório do povoado.
O presidente da Associação dos Moradores de Linda Vista, Castor Esteves Almeida Vieira, diz que já fez várias solicitações formais à Saneago reivindicando o aumento da vazão da água para o povoado. A empresa, conforme disse, já escavou outro poço artesiano, mas não teve como canalizá-lo pelo fato de a tubulação passar sob a BR-060. "Infelizmente, a gente aqui só toma banho depois das 22 horas, quando o consumo diminui e a água chega à maioria das casas."
Parte alta é a que mais sofre
Os imóveis residenciais e comerciais localizados na parte mais alta das cidades são os mais afetados pela irregularidade do fornecimento de água. O superintendente do Interior da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago), Eli Baeta, explica que a água bombeada chega mais rapidamente às casas e estabelecimentos da parte baixa. O desabastecimento, conforme diz, atinge em média 15% da população, principalmente durante o dia. À noite, quando o consumo diminui, a água costuma chegar às torneiras de todos os imóveis.
Eli Baeta orienta a população a adotar algumas medidas para não sofrer com a falta de água. "É fundamental que as pessoas tenham caixa d’água em casa para suportar a escassez verificada durante o dia", sublinha. Ele diz que a Saneago costuma fazer manobras de registro para que os moradores da parte alta não sejam sempre os únicos prejudicados. "Fechamos registros de alguns imóveis da parte baixa para a água ir aos setores da parte alta", destaca.
Empréstimo Apontada como uma das cidades que mais crescem no Estado, Jataí, que fica na Região Sudoeste, sofre com a descontinuidade do abastecimento de água. Os registros da Saneago revelam que tem faltado água em 7 mil dos 27 mil imóveis do município abastecidos pela empresa. Eli Baeta assegura que a estatal fez estudos e começou a realizar as obras necessárias para o aumento da produção de água no município.
O prefeito de Jataí, Humberto de Freitas Machado, acentua que o município, além de reivindicar a ampliação das redes de água e esgoto, tem adotado algumas medidas para auxiliar a Saneago.
"Nos dispusemos a solicitar um empréstimo de R$ 30 milhões ao governo federal e repassar o recurso à Saneago para a realização das obras necessárias", acentua. Ele destaca que a prefeitura também sugeriu que fosse feita a contratação de uma empresa terceirizada para a realização de 50% dos serviços. Tal empresa, conforme disse o prefeito do município, seria beneficiada com 50% do valor da tarifa cobrada dos usuários de Jataí.
Capital Goiânia teve ontem o dia mais seco do ano. Durante a tarde, a temperatura chegou aos 34 graus e a umidade relativa do ar atingiu 12%, índice caracterizado como de emergência pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A chefe da Seção de Previsão do Tempo do 10º Distrito de Meteorologia do Inmet, Marna Mesquita, antecipa que o calor e os baixos níveis de umidade relativa do ar devem continuar pelo menos até o fim de agosto.
Fonte: Jornal O Popular
A estiagem verificada em todo o Estado há exatos quatro meses, associada às altas temperaturas e à baixa umidade do ar, tem levado milhares de pessoas a sofrer os danos do desabastecimento. Conforme levantamentos da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago), seis localidades do território goiano já padecem com a falta de água em grande parte do dia. A situação pode agravar-se ainda mais, já que o período chuvoso só deve iniciar na segunda quinzena de outubro, conforme preveem o 10º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia e o Sistema de Meteorologia da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia.
Os levantamentos da Superintendência do Interior da Saneago revelam que tem faltado água nas torneiras das casas e estabelecimentos comerciais de seis localidades (veja quadro). O superintendente Eli Baeta acentua que também estão sob o risco de padecer com o abastecimento descontínuo nos meses de setembro e outubro os moradores de cinco localidade (veja quadro).
Engenheiro civil lotado na Saneago há cerca de 30 anos, Eli Baeta destaca que a falta de água está ligada ao longo período de seca e calor, predominante em Goiás entre abril e outubro, e aos "maus hábitos" da população. "As pessoas consomem mais água justamente nesta época em que o volume diminui nos mananciais e nos poços artesianos", sublinha o superintendente.
Com o intuito de aliviar o desconforto causado pelo calor, as pessoas tomam mais banho, lavam calçadas, jogam água na porta de casa, lavam carros e regam plantas. O secretário do Meio Ambiente da cidade de Goiás, Júlio Rotelli Crosara Filho, classifica este tipo de conduta como "danosa". O Ribeirão Bacalhau, que abastece grande parte da cidade, já está com o volume de água abaixo do normal. Com receio de que o município que ostenta o título de Patrimônio Histórico da Humanidade também seja atingido pela sequidão, Júlio Rotelli começou a desenvolver campanha de conscientização nos veículos de imprensa local, orientando os moradores a não desperdiçarem água.
Conforme a Saneago, Linda Vista, povoado de Cesarina, é uma das localidades mais afetadas pela escassez de água. O lugarejo, de cerca de 800 habitantes, é abastecido por poço artesiano. De acordo com Eli Baeta, o nível da água baixou de 5 mil litros por hora para 3 mil litros de água por hora. Na tentativa de diminuir o drama vivido pela população, um caminhão-pipa percorre várias vezes ao dia os 15 quilômetros que separam o povoado da sede do município. Ele leva água captada em Cesarina para o reservatório do povoado.
O presidente da Associação dos Moradores de Linda Vista, Castor Esteves Almeida Vieira, diz que já fez várias solicitações formais à Saneago reivindicando o aumento da vazão da água para o povoado. A empresa, conforme disse, já escavou outro poço artesiano, mas não teve como canalizá-lo pelo fato de a tubulação passar sob a BR-060. "Infelizmente, a gente aqui só toma banho depois das 22 horas, quando o consumo diminui e a água chega à maioria das casas."
Parte alta é a que mais sofre
Os imóveis residenciais e comerciais localizados na parte mais alta das cidades são os mais afetados pela irregularidade do fornecimento de água. O superintendente do Interior da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago), Eli Baeta, explica que a água bombeada chega mais rapidamente às casas e estabelecimentos da parte baixa. O desabastecimento, conforme diz, atinge em média 15% da população, principalmente durante o dia. À noite, quando o consumo diminui, a água costuma chegar às torneiras de todos os imóveis.
Eli Baeta orienta a população a adotar algumas medidas para não sofrer com a falta de água. "É fundamental que as pessoas tenham caixa d’água em casa para suportar a escassez verificada durante o dia", sublinha. Ele diz que a Saneago costuma fazer manobras de registro para que os moradores da parte alta não sejam sempre os únicos prejudicados. "Fechamos registros de alguns imóveis da parte baixa para a água ir aos setores da parte alta", destaca.
Empréstimo Apontada como uma das cidades que mais crescem no Estado, Jataí, que fica na Região Sudoeste, sofre com a descontinuidade do abastecimento de água. Os registros da Saneago revelam que tem faltado água em 7 mil dos 27 mil imóveis do município abastecidos pela empresa. Eli Baeta assegura que a estatal fez estudos e começou a realizar as obras necessárias para o aumento da produção de água no município.
O prefeito de Jataí, Humberto de Freitas Machado, acentua que o município, além de reivindicar a ampliação das redes de água e esgoto, tem adotado algumas medidas para auxiliar a Saneago.
"Nos dispusemos a solicitar um empréstimo de R$ 30 milhões ao governo federal e repassar o recurso à Saneago para a realização das obras necessárias", acentua. Ele destaca que a prefeitura também sugeriu que fosse feita a contratação de uma empresa terceirizada para a realização de 50% dos serviços. Tal empresa, conforme disse o prefeito do município, seria beneficiada com 50% do valor da tarifa cobrada dos usuários de Jataí.
Capital Goiânia teve ontem o dia mais seco do ano. Durante a tarde, a temperatura chegou aos 34 graus e a umidade relativa do ar atingiu 12%, índice caracterizado como de emergência pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A chefe da Seção de Previsão do Tempo do 10º Distrito de Meteorologia do Inmet, Marna Mesquita, antecipa que o calor e os baixos níveis de umidade relativa do ar devem continuar pelo menos até o fim de agosto.
Fonte: Jornal O Popular
